Depois de Gleisi, Manuela d'Ávila aparece como morta no cadastro do SUS

Já o cadastro de Guilherme Boulos teve xingamentos incluídos; usuário foi bloqueado

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  • Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2021 às 08:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Os cadastros de Manuela d'Ávila (PCdoB) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) no Sistema Único de Saúde (SUS) registram as duas como mortas. As duas descobriram o problema quando foram tomar a vacina contra a covid-19. 

Manuela, que foi candidata à prefeitura de Porto Alegre em 2020, compartilhou uma imagem da página do SUS nas redes sociais. Lá, consta como data de óbito 14 de outubro de 2018. Ela ligou o erro a um suposto ataque hacker de 2019, com vazamentos de dados de 2,4 milhões de usuários do SUS.

"No dia em que fui me vacinar, fiquei algumas horas na fila, emocionada. Quando foram preencher meu cadastro, não encontraram meus dados. Imaginei que podia ser algo relacionado a legislação sobre figuras politicamente expostas", escreveu Manuela. "Pois bem, aí está: eles me mataram depois do primeiro turno da eleição de 2018", escreveu. A política foi vice na chapa derrotada de Fernando Haddad na disputa presidencial. "Tenho uma notícia para dar: estou vivinha da silva e na luta, apesar das ameaças permanentes que fazem. Vamos ver o Brasil feliz novamente", disse.

Ela informou que vai entrar na Justiça para fazer a correção no seu cadastro do SUS. "Além disso, espero que seja responsabilizada a pessoa que praticou o crime de adulteração. Para tanto, estamos estudando medidas cabíveis", acrescentou. “Não é estranho que os problemas só ocorreram com pessoas de esquerda?”.

Gleisi Uma semana antes, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, passou por situação similar. O erro que a dá como morta impediu a parlamentar de tomar a segunda dose da vacina contra a covid. Ela conta que o problema foi resolvido após dois dias. 

"Resuscitei no cadastro do SUS. Agora estou bem viva, meu CNS foi corrigido. Quero agradecer o empenho e atenção do pessoal do Centro de Saúde n° 5, Lago Sul, em Brasília, que se dedicou para corrigir. Vamos cobrar e acompanhar as investigações do Ministério da Saúde", escreveu a deputada no último dia 15.

Guilherme Boulos Além das duas, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, teve uma alteração ilegal no seu cadastro do SUS. Os nomes dos pais de Boulos foram alterados por "ofensas e xingamentos grosseiros", disse ele.

"Estamos diante de um ataque que é a cara do bolsonarismo e que mostra até que ponto as garras bolsonaristas estão estendidas sobre a máquina pública. É lamentável que nem mesmo o SUS esteja a salvo do Gabinete do Ódio!", disse Boulos.

Procurado, o Ministério da Saúde confirmou que uma pessoa autorizada fez alterações no cadastro. O usuário foi bloqueado. "O Ministério da Saúde informa que verificou uma alteração na base do CNS realizada por uma pessoa credenciada para utilizar o sistema de cadastro de dados. Cabe esclarecer que já foi solicitado o bloqueio da credencial usada nestas ações", disse a pasta em nota.