Depois de nove meses, Fera Palace reabre nesta terça-feira (1)

Fechado por causa da pandemia de covid19, hotel de luxo volta a funcionar com metade dos quartos disponíveis para hospedagem

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  • Wendel de Novais

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

Depois de nove meses fechado por conta da pandemia do novo coronavírus, o hotel Fera Palace reabre nesta terça-feira (1) para hóspedes. O retorno, que dependeu de adaptações na logística e na estrutura do local, ocorre com 50% dos quartos disponíveis e com uma expectativa otimista de ocupação por parte da administração do hotel de luxo, que aposta no verão como trunfo para o turismo nacional e regional.

Além da redução dos quartos disponíveis para hospedagem, o local também contou com uma redução do número de funcionários, que eram 89 antes da pandemia e, agora, são 48. Todos colaboradores passaram por treinamento para adaptação ao protocolo de combate a covid-19 do setor hoteleiro. Áreas comuns como restaurante, recepção, academia e rooftop precisaram passar por readaptação. No restaurante e na recepção, o número de cadeiras e mesas foi reduzido para possibilitar o distanciamento social entre os presentes. No rooftop, que não tinha limitação de presentes simultâneos, agora, tem ocupação máxima de 35 pessoas, número de assentos disponível no local. A academia, por sua vez, só pode ser usada com agendamento e por, no máximo, duas pessoas, se elas estiverem hospedadas no mesmo quarto. Administração do Fera Palace aposta em retorno na alta temporada (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Por que em dezembro? A reportagem do CORREIO conversou com Antônio Mazzafera, CEO do Fera Empreendimentos, detentor do hotel, que explicou o porquê do retorno meses após a liberação dos hotéis pela Prefeitura de Salvador.  "A demanda por turismo em Salvador ainda está muito baixa e nós queríamos aguardar para ver como o vírus ia se desenvolver aqui em Salvador. Então, a volta foi definida após avaliação do cenário turístico na cidade e a segurança dos nossos clientes. A alta procura em Salvador é em dezembro, janeiro e fevereiro. Então, decidimos aguardar a chegada do verão pra gente poder abrir e ter uma ocupação do hotel", afirma.

Apesar de ver a situação da cidade para o turismo como indefinida por conta do aumento do número de casos na capital baiana, Antônio tem uma expectativa positiva em relação a volta dos clientes com a reabertura do espaço. "A nossa expectativa é que quem gosta do Fera Palace vai comparecer no hotel. Voltamos com 50% dos quartos e temos a previsão de ter 45% ou todos os quartos disponíveis em dezembro e janeiro. Ainda aguardando o que vai acontecer em Salvador em fevereiro para ter um expectativa sobre isso", declara o Mazzafera que acredita no turismo regional e nacional para ter ocupação máxima dos locais disponíveis, já que o turismo estrangeiro, que representava metade da procura do hotel, ainda está inativo.  Expectativa de ocupação é otimista no Fera (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Mudanças A volta do Fera fez com que o hotel precisasse passar por readaptações para abrir as portas respeitando os protocolos estabelecidos pela prefeitura para o ramo hoteleiro. Já na entrada do hotel, tapetes higienizantes foram instalados, placas de alerta sobre o uso de máscara estão presentes e, para entrar no local, é preciso passar por uma aferição de temperatura. No espaço, houve redução de mesas na recepção - eram seis mesas com quatro poltronas e, agora, são quatro mesas. Também houve uma redução de mesas no restaurante. Antes da pandemia, o espaço contava com 62 lugares disponíveis e, agora, estão à disposição 42 lugares para manter o distanciamento entre as mesas. Ao invés de buffet, o local funcionará com cardápio e pedidos.

As adaptações fizeram com que o Fera Palace conquistasse o selo Turismo Responsável, que é fornecido pelo Ministério do Turismo aos estabelecimentos que cumprem os protocolos sanitários para prevenção da covid-19.Nos quartos, as mudanças ficam por conta da disponibilização de uma placa com QR Code, que redireciona o hóspede para uma página do hotel com serviço de quarto, diretório do hotel, restaurante e o protocolo da covid-19. Além disso, depois de ocupados, os quartos só poderão ser acessados por novos clientes 24 horas depois, período que dá ao hotel a possibilidade de realizar uma limpeza mais rigorosa do espaço, evitando possíveis contaminações.

No rooftop, cobertura do prédio, também foram realizadas mudanças. Agora, o limite de pessoas no local é correspondente a quantidade de assentos disponíveis, que está em 35 locais para que os hóspedes se sentem. Dos 35 hóspedes no rooftop, apenas 12 poderão permanecer na piscina do local ao mesmo tempo para propiciar um distanciamento mínimos entre todos que estiverem nadando. Quartos só podem ser acessados por novos hóspedes 24 horas depois dos antigos hóspedes deixarem o local (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Redução de funcionários Além do menor número de quartos disponíveis, houve também uma redução do quadro de funcionários no Palace. Ao invés de 89, agora o local conta com 48. A gerente comercial do Fera, Tereza Pires, afirma que a redução se deu pela necessidade de serviços e também pela rentabilidade da volta do funcionamento. "O número de pessoas trabalhando foi reduzido em parte pela rentabilidade e também por conta da demanda. Com menos quartos e, consequentemente, menos hóspedes no Fera, a gente entendeu que precisaríamos apenas desse número para retornar da melhor forma possível até por questões de segurança. Se há a possibilidade de tocar o hotel com menos funcionários por enquanto, é melhor porque diminui a quantidade pessoas em um mesmo lugar, o que ajuda a gente a voltar com segurança", explica.

Os funcionários que voltaram a trabalhar no início de dezembro passaram por uma série de treinamentos antes do retorno. Foram mais de 14 treinamentos que duraram 20 dias, ressaltando sempre a importância do cumprimento dos novos protocolos. Tereza falou sobre importância do processo. "Foi uma iniciativa fundamental já que, depois de tanto tempo parado e com um panorama muito diferente no retorno de um hotel que ainda funciona em um contexto de pandemia, nós entendemos que era necessário que todos os colaboradores entendessem o que é o funcionamento do hotel agora, quando além de oferecer uma hospedagem de qualidade, é preciso prezar pela segurança sanitária dos presentes", diz. Tereza falou sobre a importância do treinamento dos funcionários para um retorno seguro (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Réveillon Com a volta do hotel, a virada do ano no Fera será no rooftop, das 22h às 2h, com coquetel all inclusive, exclusivamente para hóspedes. O evento será mantido, terá acesso limitado e seguirá rigorosamente todos os protocolos de saúde determinados pelo poder público. Quem passar o Réveillon no Fera poderá contemplar a queima de fogos que está programada para o Forte de São Marcelo, cartão postal da cidade que tem vista total do rooftop do hotel. Tereza também contou sobre as mudanças para o evento.

"Diferente dos outros anos, a virada do ano será exclusiva para os hóspedes. Lá em cima, só poderemos receber 100 a 120 pessoas por conta da necessidade de distanciamento e a metragem do local. Para estar aqui na virada do ano, a gente tem a condição que as reservas feitas sejam de, pelo menos, três dias de hospedagem.

A hospedagem de três noites em apartamento superior, com café da manhã e coquetel de Réveillon, está a partir de seis parcelas de R$ 563,50 cada, + 15% de taxas, por pessoa, com mínimo de duas pessoas no quarto. O pagamento pode ser feito em até seis vezes no cartão e o cancelamento não é reembolsável. A compra pode ser feita através do e-mail [email protected] ou tel (71) 3036-9202.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro