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Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 06:48
- Atualizado há 2 anos
Uma sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo acabou em briga e confusão, na noite dessa quarta-feira (4). Os deputados discutiam a PEC da Reforma da Previdência para os servidores estaduais quando começou a confusão.>
O deputado Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, falava ao microfone e chamou os sindicalistas de "vagabundos" e chamou os presentes na Casa para a briga. Deputados da bancada do PT e do PSol subiram na tribuna e quase eles vão às vias de fato.>
"Levanta a mão quem é machão. Levanta a mão do líder sindical aí. Quem é lider sindical aí? Levanta a mão. Ta com medo? Quero ver me encarar, ô líder sindical. Eu quero pegar você. Eu quero pegar você, que toma o dinheiro dos trabalhadores. Bando de vagabundo", discursou o deputado. Em seguida, o plenário foi invadido por um grupo de parlamentares e apoiadores, com o deputado Teonílio Barba (PT) à frente.>
Houve empurra-empurra e ameaças de socos entre as duas partes. Outros deputados tiveram que intervir para conter a situação. Após a briga, a sessão foi suspensa.>
Os dois chegaram a erguer os punhos, indicando que trocariam socos. Barba foi puxado pelo paletó e afastado da tribuna, enquanto a cena se transformou em uma confusão generalizada. "O contexto é o seguinte: o Enio Tatto subiu na tribuna e falou que a Janaína Paschoal sentou no colo do governador João Doria, o que é (uma afirmação) inadmissível", disse ao Estado o deputado Arthur do Val. "Subi na tribuna para defender ela e expus algumas coisas que incomodaram", disse, se referindo ao fato de que o tucano Cauê Macris, presidente da Alesp, foi eleito com o apoio do PT.>
Macris chegou a interromper a fala de Arthur, após diversas provocações direcionadas à plateia, e pediu que o deputado não usasse termos como "vagabundo". O presidente da Alesp manteve Arthur com a palavra, que seguiu com o discurso.>
Arthur foi defendido pelo deputado do Novo, Heni Ozi Cukier, que levou empurrões e até uma mordida do deputado Luiz Fernando Ferreira (PT). Dezenas correram em direção ao grupo para apartar a briga.>
Mordida em deputado "Ele me mordeu. Entendo que naquela situação ele perdeu a cabeça. Era uma situação fora do comum, eles estavam todos muito irritados, muito nervosos. O clima não estava bom. Isso não é uma novidade infelizmente, não é exclusivo da Alesp", disse Heni, que aceitou um pedido de desculpas do colega do PT e não pretende entrar com uma representação contra o agressor.>
"Entendi que ele perdeu totalmente a cabeça ali. Ele queria passar por cima de mim para chegar no Arthur e começou a me morder. E aí eu vim abaixo para tentar soltar a mordida dele do meu ombro", disse o deputado do Novo, que criticou discursos feitos exclusivamente para agradar seguidores e viralizar nas redes sociais. "Não acredito nessa politica lacradora, mitadora. Acredito no diálogo.">
O primeiro da fila no grupo que correu em direção a Arthur, ao invadir a tribuna, Teonílio Barba disse que sua intenção não era agredí-lo - e sim retirá-lo do púlpito. Barba criticou o presidente da Alesp, ao não retirar a palavra do deputado. Ele classificou a postura de Cauê Macris como "omissa", "permissiva" e "conivente" com as ofensas.>
'Ergueu os punhos' "Eu não subi para agredir o deputado, ele que ergueu os punhos", justificou o petista. "O deputado subiu só para provocar a plateia, não discutiu o tema e passou o tempo todo ofendendo as pessoas, chamando de vagabundo, dizendo que a plateia foi paga para estar ali. Chega um momento em que tem limite.">
Barba disse que entrará com um pedido de cassação do mandato de Arthur Mamãe Falei, por quebra de decoro, no Conselho de Ética da assembleia. Se concretizado, este será o segundo processo disciplinar ao qual ele respoderá na Casa - em outubro, ele foi advertido pelo conselho por se referir a deputados como "vagabundos". Arthur também já foi expulso do DEM no mês passado. Ele foi punido pelas críticas que vinha fazendo no plenário e nas redes sociais ao vice-governador, Rodrigo Garcia, presidente estadual do partido.>
Procurada, a presidência da Alesp disse, em nota, que "o caso passará agora a ser analisado com total isenção pelo Conselho de Ética da Casa, que é o local adequado para apuração". O presidente diz, ainda, que "as cenas registradas hoje não condizem com a história da Assembleia Legislativa de São Paulo. O momento exige serenidade e responsabilidade, sem radicalização".>
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