Deputado cobra posicionamento do MP sobre caso de racismo em colégio de Salvador

Em reação à matéria publicada pelo CORREIO, Jorge Solla informou que entrou com um pedido de abertura de inquérito

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  • Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 21:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O deputado Jorge Solla (PT) enviou, nesta terça-feira (09), uma representação ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) requisitando abertura de inquérito para investigar “possíveis condutas criminosas” no caso de racismo entre estudantes da Escola SEB Sartre.

O parlamentar postou uma declaração em suas redes sociais em reação à matéria publicada pelo CORREIO.

"O Ministério Público precisa se posicionar. É preciso que seja investigada a acusação de omissão da direção do Colégio SEB Sartre diante do racismo tão absurdamente manifesto de parte de seus alunos”, comentou Solla. “A ausência de resposta da unidade de ensino, consultada pela imprensa, para esclarecer os fatos nos motivou a procurar o Ministério Público.”

 

“A condução da direção do colégio diante dos fatos, caso  comprovada verdadeira, é mais criminosa que as próprias ofensas raciais. A contemporização com o racismo por parte de adultos que tem como função educar é inconcebível; uma postura profundamente racista que oprime duramente os alunos negros deste colégio, um dos mais caros de Salvador, uma cidade profundamente marcada pelo racismo de sua elite com a ampla maioria de seu povo, negro”, concluiu.

Entenda o caso

A Escola SEB Sartre está sendo acusada de omissão por pais e estudantes da unidade Itaigara, em Salvador. O posicionamento está associado ao que teria sido a falta de ação “enérgica” da unidade escolar após o vazamento de conversas, trocadas por pelo menos sete estudantes do 1º ano em um aplicativo de troca de mensagens virtuais, evidenciar diálogos de cunho racista e de ódio à comunidade negra.  “Pretos morram”; “Pode macaco no gp?”; “Baniram piada de negros porém não sabem que os negros já são a piada” são alguns dos trechos. 

Procurada pela reportagem, a coordenação escolar optou por não se manifestar. Um estudante da unidade confirmou que a direção foi comunicada sobre o ocorrido, mas teria assumido postura pouco efetiva.

“A coordenadora passou na sala na segunda, mas não falou do assunto abertamente. Nem o professor conseguiu entender do que se tratava. Ela disse que a situação não precisava se transformar em opressão”, contou um estudante, sob condição de anonimato. Segundo ele, o termo opressão utilizado pela coordenadora foi uma forma de evitar constrangimentos aos autores das mensagens. 

Na madrugada de sexta (5), prints das conversas chegaram a ser publicadas em um perfil de fofocas no Instagram.