Deputados bolsonaristas manobram e adiam votação sobre voto impresso

Sessão foi convocada por oposicionistas da comissão e proposta seria derrotada

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  • Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2021 às 17:32

- Atualizado há um ano

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Uma manobra regimental organizada por deputados bolsonaristas adiou a votação sobre o voto impresso na comissão que trata sobre o tema na Câmara. Parlamentares do Centrão e da oposição já se declararam contrários à medida e desde então o presidente Jair Bolsonaro tem feito ataques à realização das eleições sem voto impresso em 2022. 

Quando o parecer seria votado ao final da sessão nesta sexta-feira (16), com previsão de derrota pela maioria, o relator Filipe Barros (PSL-PR) disse que iria alterar a redação do seu voto. Presidente da comissão e aliado de Bolsonaro, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) deu então mais uma sessão para que Barros fizesse as alterações. 

Os deputados de oposição reclamaram da atitude de Martins, afirmando que vai contra o regimento, já que o prazo para alterar o relatório já se encerrou. Parlamentares articulam para tentar abrir nova sessão ainda hoje.

A sessão foi convocada contra a vontade dos governistas, que perderam a maioria no colegiado. A ideia era rejeitar de vez a proposta do voto impresso e mandar um recado que o Congresso não vai permitir chantagens e sabotagem em relação às eleições.

Os bolsonaristas criticaram a convocação da sessão, feita por Hildo Rocha (MDB-MA). Cientes de que seriam derrotados, eles não queriam que a votação fosse hoje. Na sessão, táticas foram usadas para arrastar o tempo. Tentaram adiar a pauta - a ideia é, com mais tempo, tentar reverter votos. O requerimento para esse adiamento foi rejeitado por 22 votos a 12. 

Onze partidos trocaram 15 nomes na comissão, em articulação para derrotar a proposta. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), falou na terça-feira já prevendo derrota do governo. 

"Toda decisão legislativa, ela depende de voto. Quem vai analisar isso são os membros da comissão, por enquanto. Venho colocando de forma prática: a Câmara já votou em 2015 (o assunto). Não teria necessidade de passar por isso de novo. A PEC está no Senado. Foi em 2015, (a PEC) que prevê voto auditável e impresso. Então, se não houver no Senado condição de votar lá, eu não sei que diferença faria. São coisas do processo legislativo", disse.