Deputados e senador do PSL pedem prisão preventiva de Lula ao PGR

Fala de Lula citando protestos na América Latina foi usada em requerimento

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2019 às 20:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

O senador Major Olímpio e os deputados Sanderson e Carla Zambelli, todos do PSL, procuraram o procurador-geral da República, Augusto Aras, para pedir a prisão preventiva do ex-presidente Lula. No requerimento entregue, eles pedem que um inquérito policial seja instaurado, acusando Lula de incitar "a violência com o intuito de promover desagregação, confusão e balbúrdia". A informação é da coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo. 

A fala de Lula no último sábado, no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, é citado no petido. O ex-presidente cita os protestos pela América Latina. “A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile, do povo da Bolívia, a gente tem que resistir”, afirmou o petista.  “Na verdade, atacar e não apenas se defender”, continuou.

Major Olímpio afirmou no Twitter que é "inaceitável" assistir Lula incitando "a violência e a desordem".

Discurso de Lula Menos de 24h após deixar a cadeia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para simpatizantes no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, neste sábado (9). Durante a fala, que durou cerca de 40 minutos, Lula voltou a atacar a imprensa, o juiz Sergio Moro, o Ministério Público e o atual presidente Jair Bolsonaro.

Disse que foi vítima de um complô e contou que, enquanto esteve preso, recebeu a visita de dois advogados, familiares e da namorada, com quem disse que vai casar.

Lula também falou sobre o dia em que foi preso. “Muitos de vocês não queriam que eu fosse preso no dia 7 de abril e eu tive que persuadir vocês da importância desse dia. Quando um homem e uma mulher têm clareza de suas convicções, de sua consciência, eles não temem essas ações. Eu poderia ter saído do país ou buscado refúgio em alguma embaixada, mas eu não fiz isso, porque eu tenho minha consciência limpa”, afirmou.

O ex-presidente cobrou mais celeridade na investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e acusou Bolsonaro de associação com milicianos. O ex-presidente disse também que se preparou para o dia em que estaria livre. “Eu fiquei em uma solitária e durante 580 dias me preparei espiritualmente para não ter ódio, porque eu queria provar que, mesmo como preso político, eu tenho a consciência limpa. Eu saí da cadeia com vontade maior de lutar”, afirmou.

Ele discursou em cima de um trio, que ficou lotado de políticos. Entre o público, algumas pessoas passaram mal, próximo à entrada do sindicato, e precisaram de ajuda. O ex-presidente também falou de economia e política estrangeira.