Desafio de economia: jornalistas rodam seis estados com um tanque de diesel

Com média de 15,7 km/l, Antônio Meira Jr. e Jorge Moraes percorreram 1.257 km com a Ford Ranger

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  • Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Antônio Meira Jr./CORREIO

Mil quilômetros com um tanque de combustível. Esse foi o desafio que a Ford me fez quando propôs uma verdadeira expedição por seis estados no Nordeste com a Ranger 2.2 a diesel, na versão XLS com tração 4x4 e transmissão automática. Aceitei e, mais do que cumprir a missão com sucesso, quebramos um recorde mundial, percorrendo 1.257,3 quilômetros com 80 litros de diesel. Confira como foi essa aventura. 

O desafio foi cumprido junto com o meu colega Jorge Moraes (colunista do UOL Carros e da rádio CBN), e assim que recebemos as instruções começamos a analisar os números. A primeira informação que tivemos é que uma dupla havia conseguido percorrer 1.252 km em Dubai. Fizemos nossos cálculos e partimos da Estrada do Coco (BA-099), com a tampa do reservatório de combustível lacrada, na última quarta-feira às 5h40 da manhã.

[[galeria]]  O utilitário, que é produzido na Argentina e chega ao Brasil pelo porto da Ford em Camaçari, pesa 2.214 kg. Esse montante não inclui os fluídos do veículo, os ocupantes e a bagagem. Esse foi o primeiro desafio, o segundo seria o calor. Estamos nos aproximando do Verão e ir com o ar-condicionado desligado não era uma opção - abrir os vidros também não ajuda, pois a força do vento no interior da cabine iria atrapalhar a aerodinâmica. Além disso, segundo o Inmetro, essa configuração da Ranger 2.2 turbodiesel percorre 10,6 km/l na estrada e 9 km/l na cidade.   Comecei na condução e rodei por 8h30 horas. Paradas rápidas apenas almoço, ida ao banheiro e alongamentos. Mas tudo foi estratégico. A ideia era encontrar o menor fluxo em todos os lugares onde paramos, por conta da pandemia. O horário do almoço foi antecipado para às 11h, assim pegamos a estrada mais livre, pois a maioria dos caminhoneiros estava parando quando retornamos à rodovia.  Fazendo render mais A convivência com a máquina gera um maior entendimento do seu funcionamento e aos poucos a média de consumo foi melhorando. Para isso, a habilidade e experiência foram fundamentais. As corridas de carro ajudaram bastante nisso. Utilizamos calçados com solados finos, para melhorar a sensibilidade com o pedal do acelerador. O tanque do utilitário foi lacrado e o adesivo só foi retirado após a pane seca (Foto: Antônio Meira Jr./CORREIO) Respeitamos todas as sinalizações. Onde era para rodar a 80 km/h, rodamos. Se as placas de máxima eram 60 km/l, assim era cumprido. O grande aliado em tudo isso era o conta-giros. Assim como em um veículo de competição, os giros do motor são importantes para as trocas, nesse desafio eles indicavam que estávamos no caminho certo.   O torque máximo desse propulsor é de 39,3 kgfm. E ele é obtido a 1.600 rpm, ou seja, quando chega nessa faixa de rotação já entrega o máximo de força. Então, o ideal era manter a Ranger girando entre 1.600 e 1.900 giros. 2 mil era o limite para manter a economia.   Nessa tocada, fomos percorrendo o Nordeste. Da Estrada do Coco passamos pela Linha Verde até Sergipe, onde buscamos a BR-101. Nessa rodovia passamos por Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nos revezamos na direção e chegamos em Natal no primeiro dia. A dupla rodou com a Ranger pela Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte (Imagem: Reprodução) O alívio veio quando ultrapassamos os 1 mil km. Dever cumprido. Mas havia quase um quarto de combustível no tanque e, na quinta-feira, saímos de Natal. Conduzindo com cautela, o combustível alimentava a picape e foi nos levando. Entramos novamente na Paraíba. Depois em Pernambuco. A 48 km do Recife veio a pane seca e uma sensação de felicidade. Rodamos 1.257,3 km. Lembramos que, em outubro, dois jornalistas de Dubai conseguiram 1.252 km. Fizemos mais, um recorde mundial.