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Publicado em 23 de setembro de 2019 às 13:00
- Atualizado há um ano
Ao ter a honra de ser nomeado pelo prefeito ACM Neto diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), em setembro de 2017, recebi como missão fazer avançar a modernização do órgão, iniciada em 2016, que em essência é voltado para ampliar ações preventivas em uma cidade de topografia acidentada e que abriga denso aglomerado humano em seus taludes.
Já vivenciara os desafios da gestão municipal, tendo sido superintendente da Sucop, e subprefeito do Subúrbio Ferroviário. Mas, na Codesal, órgão que se dedica a cuidar da segurança de pessoas que vivem, em sua maioria, em situação de fragilidade social, a batalha diuturna é preservar vidas, reduzindo riscos e desastres.
Este objetivo é alcançado em duas vertentes: minimizando a intensidade dos eventos adversos, a maioria dos quais originários de intempéries climáticas, ou atenuando o grau de vulnerabilidade dos cenários sujeitos a essas ocorrências. Por decisão da atual gestão municipal, passou-se a investir nessas frentes.
Com o advento das alterações climáticas e as consequentes catástrofes naturais que vêm assolando o planeta, a visibilidade e demandas por ações da Defesa Civil aumentaram consideravelmente. Em função disso, a reestruturação da Defesa Civil de Salvador criou um novo modelo de gestão que incluía a implantação do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Salvador (Cemadec).
Este centro monitora os sistemas meteorológicos, os índices hidrológicos e pluviométricos e acompanha os Sistemas de Alerta e Alarme Sonoro, instalados em áreas de risco, com o intuito de reduzir as perdas de vidas relacionadas às chuvas, atividade que buscamos valorizar e implementar ao longo da nossa gestão.
Mesmo com todo o avanço tecnológico na predição das condições meteorológicas, atestado pelo Cemadec, é imprescindível minimizar a vulnerabilidade dos cenários sujeitos aos eventos adversos nas áreas que mais necessitam. Isto porque nem sempre é possível prever a ocorrência de desastres naturais ou reduzir sua magnitude.
A partir deste parâmetro, reforçamos com o auxílio de experimentados técnicos que atuam na Codesal e nos órgão parceiros do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC) as diretrizes da atual gestão, voltadas para ações que envolvem o planejamento da ocupação territorial, a ampliação de programas habitacionais, o georreferenciamento das áreas de risco, a obtenção da segurança em áreas de encostas e alagáveis por meio de obras estruturantes, a exemplo da aplicação de geomantas, a proteção de sítios arquitetônicos de valor histórico e ao estimulo à participação social das comunidades vulneráveis por meio de programas protetivos e educacionais.
Em suma, buscamos neste biênio aprimorar as ações da Defesa Civil na certeza de termos evoluído para enfrentarmos eventos adversos e superando o antigo conceito de atuação que focava em uma preocupantes e exclusiva posição de reatividade aos desastres. Hoje nos orgulhamos de focarmos nossas ações em uma abordagem prevencionista que enfatiza a interação entre o conhecimento científico e a participação comunitária.
Sosthenes Macêdo é diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal)
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores