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Desamparo: a profissão de artista visual não é regulamentada


 

  • Cesar Romero

Publicado em 25/02/2019 às 05:00:00
Atualizado em 19/04/2023 às 12:10:08
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 Trabalho do artista Israel Pedrosa, na busca da cor inexistente (foto/divulgação) A profissão de artista visual não é regulamentada. O individuo passa toda a sua vida trabalhando, mas não pode se aposentar como artista visual, e gozar dos benefícios que trazem uma aposentadoria. Pode como autônomo. Muitos artistas perdem oportunidades profissionais por conta da exigência do fornecimento de nota fiscal por parte de diversas instituições culturais, já que a maioria deles se constitui em profissionais autônomos e só podem fornecer Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) quando prestam algum tipo de serviço. Uma das soluções seria a qualificação como Micro Empreendedor Individual (MEI). A contribuição dada por artistas visuais para nossa memória e as transformações causadas por seu fazer durante séculos, constroem a história humana. Arte sempre acompanhou desde os primórdios nossa civilização, define períodos, aponta direções, muda conceitos, e fixa nossa memoração.

O artista é célula inicial para uma série de estudos, pesquisas, atuações de outros profissionais. Também sofre com a ideia, a realização e o resultado final. Pensar dói, é um exercício constante de conflitos. Artista é razão e emoção. A arte é um vício que não cessa. Um revirar-se pelo avesso na busca de resultados.  Um exemplo disso foi o artista Israel Pedrosa (foto), na busca da cor inexistente.

Necessário discutir as pesquisas realizadas por críticos de arte, que permitem enfatizar, problematizar e aprofundar os elos existentes entre a crítica de arte e a prática historiográfica. Refletir sobre como está sendo construída a memória da crítica de arte no meio brasileiro, tomando como foco o trabalho de pesquisa desenvolvida por estudiosos do meio e os registros legados.

Num texto publicado em 1974, Giulio Carlo Argan lembrava que, na maioria das vezes, a abordagem histórico-artística se inicia com a análise do desenvolvimento e da situação atual da problemática a ser estudada, ou seja, com um capítulo de história da crítica. Essa observação é, de fato, fundamental, se for lembrado que um trabalho criativo adquire o estatuto de obra de arte a partir de um juízo que lhe atribui essa categoria. Todos os juízos provocados pela obra permitem demonstrar – ainda segundo Argan – que ela foi considerada um problema a ser enfrentado e resolvido. É enquanto problema dotado de uma perspectiva de contexto que a obra se oferece ao juízo contemporâneo. Uma vez que cada momento histórico pode ser considerado uma visão crítica dos momentos anteriores, o historiador da arte não pode deixar de levar em conta os juízos formulados no passado ou num presente mais próximo.