Desembargadora derruba 'vacinação indiscriminada' de rodoviários em Salvador

Pedido feito pelo município foi acatado pelo TJ-BA; Secretário de Saúde, Leo Prates argumenta que setor administrativo das empresas não faz parte do PNO

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  • Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2021 às 14:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/Correio

A vacinação "indiscriminada" dos rodoviários de Salvador foi suspensa nesta quinta-feira (27) pela desembargadora Gardênia Duarte, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). 

O pedido foi feito pela Prefeitura de Salvador, que confrontou a decisão de 1º grau que determinou a vacinação da categoria contra a covid-19 sem escalonamento por faixa etária.

O argumento utilizado pelo município foi de que o Sindicato dos Rodoviários não possui legitimidade para propor a ação civil pública que garantiu a vacinação. A Prefeitura também alega que as decisões judiciais obtidas pela categoria são uma "pretensão de furar fila” da vacinação.

Secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates afirmou que a derrubada da decisão não afetará a vacinação de motoristas e cobradores residentes na capital, e sim apenas a imunização de "forma genérica" de demais trabalhadores da categoria, entre eles trabalhadores de postos administrativos.

"A liminar falava em todos os rodoviários. Mas o Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19 (PNO) define como rodoviários cobrador e motorista. O setor administrativo das empresas não está no PNO. Então, por isso que eu acho que a prefeitura recorreu e pediu a suspensão da liminar. Porque isso extrapolava o PNO e poderia nos trazer problemas no futuro", disse Prates em entrevista ao Bahia Meio Dia.

O titular da SMS também confirmou que a vacinação dos rodoviários está em estágio avançando, restando apenas poucos trabalhadores aptos da categoria que ainda não receberam suas doses da vacina contra o coronavírus.

“Conforme o PNO, cobrador e motorista podem ser vacinados. Nós já vacinamos acho que a totalidade. Abrimos para o intermunicipal que tinham, sediados em Salvador e que prestavam serviço aqui, e para os rodoviários daqui, todos os cobradores e motoristas. Se falta alguma coisa é residual, e nós faremos, sim”, finalizou o secretário.

O Correio* tentou entrar em contato com representantes do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, no entanto, não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.