Desfile leva crianças e bonecas pretas para a passarela em Salvador

Evento realizado no Dia Nacional da Consciência Negra destacou a importância da autoestima

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  • Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 20:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

O Dia Nacional da Consciência Negra foi de representatividade para cerca de 20 crianças que fazem parte do projeto Africanidade Afroneji. Os meninos e meninas participaram de um desfile no bairro do Imbuí, em Salvador. A referência à cultura afro estava nas roupas de tecidos estampados, nos cabelos, nas pinturas corporais, e nas bonecas pretas que elas carregavam. Roupas, cabelo e pinturas faziam referência a africanidade (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) A idealizadora do projeto, Verônika San'tana, contou que as bonecas foram cedidas pela empresa Nega Fulo, através de uma parceria para destacar a importância da representatividade. Ela contou que o projeto surgiu como resposta a uma situação de racismo que ela sofreu, e que além de desfile, realiza também oficinas de turbantes e editoriais de tranças.

"Esse tipo de evento é muito importante para dar visibilidade e oportunidade, além de conscientizar as pessoas de que não podemos nos calar diante de discriminações como o racismo, principalmente, quando envolve criança. E isso faz também com que a criança se veja de uma forma diferente, mais valorizada e mais amada", disse. Crianças se divertiram (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Já o desfile foi pensado e organizado pela dona da loja RB Look Moda Infantil, Ione Silva, que convidou as crianças do Africanidade para participar do evento.

"Quando pensamos na data do desfile e vimos que poderia ser no dia da Consciência Negra, convidamos o Africanidade. Minha filha já fazia parte do projeto e Verônika é uma grande parceira. O desfile é aberto para todos. Um grupo plus says também topou participar", contou Ione. Amanda, 10 anos, era só alegria (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) As crianças se divertiram. Muitas ficaram empolgadas com a atenção recebida, fizeram poses e ensaiaram na sala ao lado os passos que dariam na passarela. Os cliques ficaram por conta  dos fotógrafos profissionais e dos pais corujas. Maria Eduarda, 5, é embaixadora do projeto (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) A pequena Maria Eduarda Gomes, 5 anos, uma das embaixadoras do projeto, explicou o motivo de tanta alegria. "Eu adoro desfilar. Minha pele é linda. Meu cabelo é lindo. Eu sou linda, e fico muito feliz em estar aqui", disse.

O evento terminou com um desfile das mães dos pequenos, e um pedido de mais respeito ao povo negro e a diversidade.