Deslizamentos deixam soterrados em Águas Claras e Sussuarana

Criança de 8 anos já foi resgatada; na outra situação, operação continua

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  • Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2020 às 11:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Uma família foi soterrada na manhã desta quinta-feira (23) na Rua Celika Nogueira, em Águas Claras, depois de um deslizamento de terra. Bombeiros estão no local fazendo resgate, com acompanhamento da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Por volta das 13h30, os bombeiros trabalhavam para resgatar uma maca com a última das cinco vítimas soterradas, chamada Maria da Conceição Fraga Teixeira, 41 anos. Outros quatro familiares dela já tinham sido resgatados mais cedo.

"Nós levantamos há pouco, há situações de risco aqui na localidade, vistorias realizadas na região, que apontam um risco por conta da questão geológica da localidade. Nossa operação agora passa a acontecer apenas após a de salvamento realizada pelos Bombeiros", explicou Sosthenes Macedo, diretor da Codesal, à TV Bahia. O órgão alertou moradores da região para deixarem os imóveis. "Se preciso for vamos fazer uso da força policial para que as pessoas deixem as edificações e preservem suas vidas".

Cinco pessoas estavam na casa no momento do deslizamento, segundo os moradores - um casal, uma filha e uma neta. Vizinhos conseguiram salvar a bebê de 4 meses, Maria Eduarda, e a a mãe dela, Gabriela. Os bombeiros retiraram o pai de Gabriela, seu José. O filho conseguiu sair sozinho. A matriarca da família, a diarista Maria da Conceição, segue soterrada. "Disseram que encontraram minha mãe, mas não querem falar se tá viva ou morta", diz, emocionado, um dos filhos de dona Maria.

Segundo familiares, Gabriela passou a noite na casa da mãe, que queria ver a netinha. 

Outro caso foi registrado em Sussuarana. Uma criança de 8 anos foi soterrada após um deslizamento de terra e queda de parede. A pequena Sofia já foi resgatada após cerca de meia hora, segundo moradores da região.

Uma vizinha da família contou ao CORREIO que o barranco cedeu pelos fundos da casa da família, depois das 10h desta quinta-feira (23). "Quando eu passei para ir para casa de minha mãe eu vi o desespero da mãe da menina, gritando, pedindo socorro. Eu chamei o pessoal para ajudar a socorrer", diz ela, que prefere não se identificar.

A mãe de Sofia, Angela, relembrou a situação para a TV Bahia. "A gente estava na sala, chamei ela, chamei meu namorado para ir pra cama. Quando a gente deitou na cama eu só vi só o barro descendo... Imprensou minha filha. Saí na rua desesperada para chamar gente para acudir. Os vizinhos ajudaram, tiraram minha filha", conta. "Foi uma coisa rápida. Vi só o barranco desceu". 

A família fará cadastro para receber o aluguel social e enquanto isso ficará na casa de vizinhos.

Alerta Salvador está em nível de alerta por causa das fortes chuvas que caem na cidade. A mudança do nível foi divulgada pela Defesa Civil, que informou sobre o risco muito alto de deslizamentos de terras. Por causa disso, a sirene de alerta será acionada no bairro do Bom Juá.

A previsão é de chuva ao longo de todo o dia. Ainda de acordo com a Defesa Civil, os locais onde mais choveu nas últimas seis horas foi o bairro de Caminho das Árvores, com acumulado de 73,2mm, seguido do Retiro (65,6mm), Bom Juá (64,6mm), Cabula (63,9mm) e Stiep (63,2mm).

Ocorrências Nesta quinta de chuva, a Codesal recebeu 111 solicitações até às 11h causadas pelo mau tempo. Foram 41 deslizamentos de terra, 27 avaliações de imóvel alagado, 11 ameaças de desabamento, nove ameaças de desabamento, cinco desabamentos de muro, cinco desabamentos parcial, quatro imóveis alagados, dois desabamentos de imóvel, duas infiltrações, um alagamento de área, uma ameaça de desabamento de muro, uma árvore ameaçando cair, uma árvore caída e um destelhamento.

Quem precisar acionar a Codesal deve ligar gratuitamente para o 199. O órgão continua funcionando normalmente, por se tratar de um serviço essencial para o município, mas alerta para que a população fique em casa se possível e evite aglomerações, por conta da pandemia do coronavírus.