Despesa com transportes puxa alta da inflação em julho na RMS

Item que mais contribui com a alta foram as passagens aéreas (+36,76%)

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  • Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 11:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/ARQUIVO CORREIO

Neste mês de julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, continuou a cair e registrou 0,24% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A alíquota está abaixo da taxa registrada em junho (0,86%) e da média nacional (0,33%); mostrando-se ainda menor que o índice de julho de 2017 (0,35%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda com a segunda desaceleração seguida em julho, a inflação no ano de 2018, na RMS, se manteve em alta, indo a 3,22% (estava em 2,97% em junho), acima da média nacional (2,94%). Isso significa que a taxa continua também em um patamar mais alto que o acumulado no mesmo período em 2017 (1,66%).

Nos 12 meses encerrados em julho, o IPCA chegou a 3,71%, em Salvador, um pouco abaixo do registrado nos 12 meses encerrados em junho (3,82%) e menor também que a média nacional (4,48%).

Alta na RMS Em julho, seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA tiveram aumento, na Região Metropolitana de Salvador. Os vilões que favoreceram a alta da taxa na RMS foram as despesas com Transportes (1,08%) e Habitação (1,27%). 

Os gastos com transportes foram os que mais pressionaram a inflação de julho para cima, com forte influência das passagens aéreas (36,76%), item que, individualmente, mais contribuiu para a alta do IPCA de julho da RMS. 

É importante lembrar também que em junho de 2017, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou a Resolução nº 400, que desregula as franquias de bagagem despachada. A medida foi tomada sob a promessa de tornar as viagens mais baratas aos consumidores, o que não aconteceu na prática.

Outro itens a serem considerados são os aumentos da gasolina (1,88%) e dos ônibus interestaduais (10,21%).

Já entre as despesas com habitação, a energia elétrica (1,81%) foi a principal pressão de alta.Seguida da taxa de água e esgoto (1,75%), que incorporou em julho o restante do aumento ocorrido em 12 de junho, e o botijão de gás (2,03%), que teve reajuste de 4,38% nas refinarias, para o botijão de 13 kg, autorizado pela Petrobras em 5 de julho.

Tanto a energia quanto o botijão de gás têm sido importantes pressões inflacionárias em 2018, para os moradores da RMS. Foi o quarto aumento consecutivo da energia e o quinto do gás, que, no ano, já acumulam altas de, respectivamente, 24,63% e 6,88%, ambas muito acima da inflação média (3,22%).

A notícia boa é que as reduções em itens consumidos em casa - principalmente alimentação e bebidas que tiveram uma deflação (-0,78%) - ajudou a segurar a inflação na RMS. 

A queda aconteceu após três altas seguidas, e os alimentos terem exercido a maior pressão para cima na inflação de junho. Os alimentos tiveram deflação em julho (-0,78%) e foram a principal influência no sentido de conter o IPCA do mês, na RMS.

Houve reduções também tanto na alimentação fora de casa (-0,08%) quanto na alimentação em casa (-1,1%) e, dos cinco itens que mais contribuíram para segurar o IPCA de julho, quatro foram alimentos: cebola (-31,15%), tomate (-23,69%), batata-inglesa (-29,77%) e laranja-pera (-12,40%).

A deflação dos alimentos em julho refletiu, além do aumento da oferta, o realinhamento de preços após as altas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros, no final de maio.

Ainda assim, apesar da variação média negativa do grupo alimentação e bebidas no mês, alguns itens também importantes no consumo diário tiveram aumentos significativos, como o leite longa vida (15,03%), o pão francês (1,40%) e o açúcar cristal (2,81%), entre outros.