Detentos são pegos ao tentar fugir de presídio em Feira de Santana 

Eles fizeram um buraco em uma das celas e tentavam escalar o muro com cordas improvisadas 

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  • Bruno Wendel

Publicado em 30 de março de 2020 às 15:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ed Santana/Arquivo Acorda Cidade

Cinco presos tentaram fugir do Conjunto Penal de Feira de Santana na madrugada desta segunda-feira (30). Eles fizeram um buraco em uma das celas e tiveram acesso ao pavilhão externo. Quando se preparavam para escalar o muro com cordas improvisadas de lençóis, foram surpreendidos por policiais penais. Esse é o segundo episódio de tentativa de fuga no local em duas semanas.

Os detentos estavam no pavilhão III, o chamado de detenção, onde ficam abrigados os presos provisórios. Eles foram identificados como Edgleison Santos Araújo, 22 anos; Felipe dos Santos Abade, 20, e William Luz de Oliveira, 30, todos presos por assalto, além do traficante Tayuran Reis Furtado, 26, e do acusado de homicídio Henrique Jesus dos Santos, 22. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários (Sinspeb), Reivon Pimentel, a tentativa aconteceu na madrugada, por volta das 2h30. “Durante a ronda normal pelos postos de serviço, os policiais penais flagraram presos passando de um lado para outro do pátio do pavilhão 3. De imediato, com apitos e rádio comunicador, acionaram a segurança que, por sua vez, alertou os demais policiais penais. Numa ação rápida e coordenada, eles conseguiram imobilizar um preso que havia escalava o muro e conter outros quatro que já haviam saído da cela, mas ainda estavam no pátio”, declarou Pimentel.

Pimentel acredita que a suspensão das visitas dos familiares por conta do risco de contaminação pelo coronavírus acabou fazendo com que os presídios ficassem "mais tensos", o que pode fazer com que haja aumento na tentativa de fugas. "Os Policiais Penais precisam agora redobrar a atenção na medida em que as unidades estão mais tensas. É a segunda tentativa em menos de 15 dias. Antes desse caso, saíram 4 do pavilhão 9, mas foram pegos ainda na unidade pelos policiais penais”, declarou. 

Para evitar novos episódios como estes, o presidente do Sinspeb pede maior investimento em equipamentos tecnológicos que são indispensáveis à vigilância do sistema prisional, como o monitoramento por câmera e bloqueadores de celulares, que tem a função de impedir a comunicação dos apenados com o mundo exterior. 

Ele ressalta ainda necessidade de abertura de Concurso Público para ampliar o quadro de Policiais Penais e de Servidores Penitenciários que atuam nos presídios baianos. "Temos uma quantidade ínfima de servidores que trabalham no presídios do Estado. Precisamos reforçar e ampliar o nosso efetivo em caráter de urgência", reivindica Reivon Pimentel.

De acordo com o Sinspeb, o Conjunto Penal possui apenas 20 policiais penais por plantão, para um quantitativo de 1.788 presos, distribuídos em 11 pavilhões masculinos, um mini-presídio e um pavilhão feminino.  O CORREIO procurou a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap), mas não obteve resposta.