Dilma rebate Temer e o chama de golpista: 'História não perdoa traição'

Temer a chamou de honesta, mas afirmou que impeachment foi constitucional

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  • Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2022 às 14:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A ex-presidente Dilma Rousseff respondeu uma fala de Michel Temer (MDB) que a chamou de "honestíssima", mas afirmou que ela foi alvo de um impeachment legal. Dilma classificou Temer de "golpista" e disse que as manobras dele para a remover da presidência configuraram "uma das maiores traições políticas dos tempos recentes".

"Não houve golpe. Eu quero dizer que a ex-presidente é honesta. Eu sei, e pude acompanhar, que não há nada que possa apodá-la de corrupta. Ela é honestíssima. Mas houve problemas políticos. Ela teve dificuldades no relacionamento com a sociedade e com o Congresso Nacional. Esse conjunto de fatores levou multidões às ruas", disse Temer em entrevista ao Uol.

Nesta sexta (22), Dilma divulgou uma carta aberta pedindo que Temer evite usar a honestidade dela para "limpar sua inconteste condição de golpista".

“É de todo inócuo afirmar que não houve um golpe, pois este personagem se ofereceu como vice-presidente por duas vezes. E, assim, sabia por duas vezes qual era o programa político das chapas vitoriosas que foram eleitas em 2010 e 2014”, diz nota da ex-presidente.

Ela continuou: “As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes.”

Problemas com Congresso não constituem um motivo legal para impeachment, diz Dilma. “Finalmente, relembro que a História não perdoa a prática da traição. O senhor Michel Temer não engana mais ninguém. O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor”.