Do cordel à escultura: leitores fazem homenagens para CORREIO

Eles explicam os motivos para admirar o jornal

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 06:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./CORREIO

Samuel se recuperava de um acidente quando descobriu, pelas páginas do CORREIO, um novo ofício e uma terapia. Luis Antonio, que cresceu vendo a antiga sede do jornal na Avenida Paralela, se emocionou tanto que decidiu fazer a homenagem mais nordestina possível.  

Admiradores confessos do CORREIO, os dois tiveram suas vidas mudadas, de alguma forma, pelo jornal. Depois, cada um a seu modo, decidiram retribuir. 

Explicamos: um deles é o escritor Luis Antonio Gomes, 48 anos, autor de um cordel que homenageia os 40 anos do CORREIO. No dia 15 de janeiro, após a publicação da edição especial de aniversário do dia da fundação do jornal, ele ficou encantado. Foi o pontapé inicial para um enorme trabalho de pesquisa, que só se encerrou em setembro. 

O resultado foi um cordel composto por 40 sextilhas – cada uma representando um ano de história do jornal. “E para o CORREIO chegar às bancas/ Um longo caminho é traçado/ Começa cedo pelas 'polı́cias'/ Depois no Hospital Geral do Estado/ E os editores, por volta do meio-dia/ Enviam o que será publicado”, diz, em um dos trechos. 

Veja o cordel:

A relação de Luis Antonio com o CORREIO começou ainda criança. Ele morava no Imbuí, na Avenida Paralela, via o prédio da antiga sede do jornal. Ainda chamado de Correio da Bahia, o prédio trazia um letreiro com o nome do periódico. Enquanto crescia, desenvolvia também o gosto pelo jornalismo – em especial, pelo impresso. Formou-se radialista e chegou a publicar dois artigos no jornal, em diferentes oportunidades. 

Quando se mudou para o Ceará, fundou um jornal. O veículo era mensal e circulava em nove cidades do interior cearense, inclusive São Benedito, onde ele morava. O nome: Correio de Ibiapaba. Circulou de 2009 até 2017, quando voltou à Bahia. Mesmo de longe, porém, ele acompanhava o CORREIO, inclusive as mudanças de formato, a partir de 2008.  O professor Luis Antonio escreveu um cordel em homenagem ao CORREIO (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) “Vi a edição dos 40 anos e passou um filme em minha cabeça. É uma admiração que comecei a ter na infância. Meus cordéis são sempre de homenagem, porque gosto de relatos da história. Achei a retrospectiva tão interessante e sei da responsabilidade social que vocês têm hoje. Existe toda uma equipe que trabalha e, às vezes, as pessoas não tem ideia disso”, explica. Ao voltar para Salvador, acredita que o jornal lhe abriu portas. Dois artigos seus já foram publicados nas páginas do CORREIO – um quando as lotéricas pararam de receber o pagamento de contas de energia, em julho do ano passado, e um quando voltou do Ceará e escreveu uma carta para a capital baiana. 

Daí, quis fazer a homenagem. Teve tanta pesquisa envolvida para contar a história que acabou demorando mais do que para escrever qualquer outro cordel.

"Também sou professor e vejo que o jornal, mesmo impresso, não deixa de ter o seu valor. Eu poderia escrever um texto homenageando, mas seria uma coisa normal. O cordel é uma coisa que faz parte da nossa cultura e que consegue sintetizar a história. Se você analisar bem, vai ver que esse cordel tem 40 anos”, reflete. 

Arte do papel Já Samuel Cruz, 35 anos, é artista plástico. Mas, há seis anos, a arte não fazia parte de sua vida. Naquela época, trabalhava como motorista de carreta e já era leitor do CORREIO. Ainda não era assinante, mas uma vizinha era. Ela sempre lia a edição do dia e passava adiante. Assim, Samuel começou a ler o jornal diariamente. 

Em setembro de 2014, sofreu um acidente. A carreta que pilotava tombou na estrada e ele precisou se afastar do trabalho. No período de recuperação, precisava de uma terapia ocupacional. Na internet, encontrou trabalhos de artesanato em materiais rígidos, como cimento. 

“Mas, em seguida, achei o trabalho com o papel mais interessante. E eu já tinha muita matéria-prima em casa, porque tinha muitos jornais”, lembra. De edições antigas do CORREIO, começaram a surgir vasos, arranjos, objetos de decoração. Mas Samuel queria mais. 

Com a ajuda de uma conhecida que era artista plástica, tomou algumas aulas, aprendeu algumas técnicas. Em pouco tempo, estava fazendo esculturas elaboradas retratando cenas cotidianas. Em um trabalho, uma jovem aproveita para ler em um balanço. Em outra obra, um homem faz levantamento de peso. Debaixo das tintas coloridas e do verniz, apenas páginas do CORREIO.  Esculturas são feitas com jornais (Foto: Betto Jr./CORREIO) “Hoje, faço coisas que até eu mesmo fico pasmo. E o CORREIO é muito importante, não só porque é a matéria para a confecção do meu trabalho, como por ser uma fonte riquíssima de informação", afirma Samuel. Para fazer esculturas de 50 centímetros, leva aproximadamente uma semana e gasta até duas edições do jornal. Uma dessas custa a partir de R$ 80. Ele já fez, porém, esculturas em tamanho real – do instrumentista Louis Armstrong, morto em 1971. Para completar esse trabalho, precisou de 52 dias. 

Praticamente metade do quarto de 8m² era de jornais. “Hoje, está acabando, de tantas obras que fui fazendo. Agora, tenho só umas 25 edições”, conta ele, que costuma vender as esculturas em praias do Litoral Norte, como Imbassaí, e em feiras de artesanato. 

Sonhos realizados

Ao longo de 40 anos, o CORREIO contou histórias que transformaram também a vida daqueles que eram personagens delas. Foi o caso do gari da empresa de engenharia sustentável Revita, Carlos Correia, 38 anos. Mais conhecido como Ferrary e dono de um talento para música, ele é um compositor de pagode baiano que tinha um sonho: conhecer Xanddy, vocalista do Harmonia do Samba. 

Ou melhor: na verdade, Ferrary tinha três sonhos. Primeiro, queria viver da música, compondo. O segundo era conhecer o cantor e, por fim, queria subir em um trio elétrico, a convite do cantor. 

Pelo menos dois dos sonhos foram realizados. No Carnaval do ano passado, Ferrary não apenas conheceu Xanddy como foi convidado para subir no trio ao lado do cantor e cantar a música Que Molejo Massa, que compôs pensando no ídolo. (Foto: Vitor Villar/Arquivo CORREIO) “Eu prometi que, se realizasse meu sonho de cantar com Xanddy, ajoelharia no trio e agradeceria a Deus. Porque sem Ele isso não aconteceria”, disse Ferrary, na época. Dois meses depois, em abril do ano passado, Xanddy gravou a música de Ferrary no estúdio em sua casa. 

Bancas Mas o CORREIO faz parte da vida de ainda mais pessoas. Dono da Banca do Fernando, Seu Fernando Almeida, 65, tem uma história profissional que anda lado a lado com a trajetória do jornal. A banca dele, que fica na Avenida Princesa Leopoldina, na Graça, tem exatamente a mesma idade do jornal: 40 anos. 

Por isso mesmo, ele explica que começar a vender o jornal foi algo que aconteceu de forma muito natural. “A procura pelo CORREIO é boa, por ser um jornal respeitado. Eu sempre dou uma olhadinha, vejo as manchetes, tudo. Se acontecer de atrasar num dia, o pessoal até reclama. O pessoal vem certo, aqueles que compram todo dia”, explica. 

Normalmente, quando passa das 10h, já é difícil encontrar algum exemplar do jornal. Raros são os dias em que dá para encontrar alguma edição depois desse horário. “O CORREIO é diferente dos outros, que não mudaram. Mas, com o CORREIO, você abre e vai lendo e o pessoal gosta. Os meus ficam no expositor, então o pessoal só pega e paga”. 

Já a proprietária da Banca Multicoisas, dona Ivana Neves, 38, começou a parceria com o CORREIO apenas recentemente. No final de outubro, ela assumiu a banca, que fica na Rua Clara Nunes, na Pituba. Antes, o estabelecimento pertencia a outro dono e tinha passado sete meses fechado. 

Mesmo no início, quando muita gente ainda não sabia que a banca tinha voltado a funcionar, ela notou que o jornal tinha compradores certos. “Ainda tem pessoas que têm esse hábito de vir todos os dias pegar o jornal. Por isso queríamos vender desde o início, por ser um jornal com uma saída boa. Às vezes, até ofereço outros e o pessoal fala: ‘não, só quero o CORREIO mesmo”, conta ela, que também se tornou leitora.

Assinantes Durante os seus 40 anos, o CORREIO foi fonte de informação para seus leitores - novos ou antigos. O auditor aposentado Antônio Manoel Campos tem 81 anos e assina o jornal há tanto tempo, que não sabe precisar em que ano começou a assinatura do impresso.

A leitura do jornal já faz parte da rotina do aposentado. “Todos os dias, eu leio. Gosto mais da parte de esportes e sempre acompanho a política. Se tiver algo sobre o Vitória, é melhor ainda”, contou o rubro-negro.

O CORREIO chamou a atenção de seu Antônio por ser um veículo novo, quando ainda estava surgindo, há 40 anos. “Assinei logo que foi criado”, disse.

Apesar de acompanhar o CORREIO há muitos anos, Antônio ressaltou que o jornal continua o agradando como leitor. No aniversário de 40 anos do jornal, o aposentado ainda faz votos de longevidade ao CORREIO. “Espero que tenha vida longa e continue a ser informativo”, completou.

Xará do aposentado rubro-negro, Antônio Carlos Fernandes, 59, torce para o Bahia e gosta de ler o caderno de esporte do CORREIO. Além disso, ele afirmou também ter apreço pela seção de cultura do diário.

Antônio Fernandes já tinha assinado o CORREIO por cerca de três anos há um tempo - ele não sabe dizer ao certo quando deixou de ter a assinatura. Há uma semana, voltou a ser assinante do diário. 

“Eu cancelei porque me mudei e estava sem endereço fixo. Agora que tenho um endereço certo para receber o jornal em casa, voltei a assinar”, afirmou.

Ele tem a assinatura digital e também recebe a versão impressa. Além do jornal, Antônio Fernandes relembrou que também gosta muito do Clube Correio, que dá descontos para cinema e shows.

Parceiros As empresas percebem a relação de confiança que os leitores têm com o CORREIO, por isso, escolhem o jornal como parceiro. O sistema Hapvida é uma das companhias que percebe que o noticioso tem a identidade da Bahia e tem o reconhecimento dos baianos.

“O CORREIO é um dos veículos com a credibilidade no Brasil inteiro e com uma grande capilaridade consegue atingir toda a população. O jornal possui uma linguagem universal e comunica o que a população quer saber”, afirmou a diretora de comunicação e marketing do Sistema Hapvida, Simone Varella.

Assim como o CORREIO, o Hapvida também completa 40 anos em 2019. Neste aniversário, o parceiro festeja poder participar da história do veículo noticioso, que, para eles, consegue se renovar e se manter de vanguarda.

Por ser uma empresa de saúde, o Hapvida se preocupa com o bem estar do outro. Neste aspecto, o grupo aponta o CORREIO como uma aliado, com suas matérias sobre saúde.

“O CORREIO busca promover a saúde e conscientizar a população de ser protagonista da própria saúde. O jornal é sempre muito assertivo em relação à saúde dos baianos e sempre vamos estar do lado de quem procura promover a saúde das pessoas. O CORREIO tem essa qualidade”, ressaltou a diretora de comunicação e marketing do Sistema Hapvida.

Para o Hapvida, o CORREIO foi fundamental no desenvolvimento da empresa na Bahia. Com a parceria, a companhia conseguiu se comunicar com o estado para informar aos baianos sobre a saúde e tornar o serviço do Hapvida conhecido pela população.

“A gente conseguiu alcançar o sucesso que a gente amadureceu hoje graças ao CORREIO. O jornal é o embaixador para a gente conseguir se comunicar com o baiano e acredito muito que trabalhar com o CORREIO seja uma estratégia assertiva”, pontuou Simone Varella.

O projeto Correio 40 Anos tem oferecimento Bradesco, patrocínio Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional Prefeitura de Salvador, apoio Vinci Airports, Sesi, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Sebrae, Itaipava Arena Fonte Nova, Santa Casa da Bahia e Coelba.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier

O projeto Correio 40 Anos tem oferecimento Bradesco, patrocínio Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional Prefeitura de Salvador, apoio Vinci AirPorts, Sesi, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Sebrae, Itaipava Arena Fonte Nova, Santa Casa da Bahia e Coelba.