Do Santo Antônio ao Fasano: os novos restaurantes do Centro

Conferimos as comidas de quatro lugares - veja o que achamos

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  • Victor Villarpando

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 17:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O Centro de Salvador não costuma decepcionar quem busca novos sabores. Na Rua Direita do Santo Antônio, no Carmo, tem duas opções cujo charme está na simplicidade: o Toomuch Lov, cujas guiozas (bolinhos chineses) botaram no mapa uma garagem, e o La Tasca, que serve delícias de inspiração uruguaia a partir de R$ 8.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, tecnologia, pets, bem-estar e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: Na frente da estátua de Castro Alves, na praça de mesmo nome, a imponência do Fasano, cuja unidade de São Paulo ostenta uma estrela Michelin. Na Gamboa de cima, um velho conhecido ressurge, o Chez Bernard, com cozinha tradicional francesa e vista para o mar. Acompanha a gente na comilança?

Um italiano chique demais O restaurante do hotel mais chique da cidade faz jus às expectativas de quem vai esperando padrão de qualidade de restaurante com estrela Michelin (a unidade de São Paulo é um dos poucos restaurantes do Brasil a ostentar a honraria). Tudo que provei estava gostoso, perfeito nos detalhes, acompanhados de perto pelo chef jacobinense Lomanto Oliveira, que comandava as panelas no Gero Bar, no Rio de Janeiro.  O Espaguete à Carbonara é feito com parmesão, gema de ovo e bochechas de porco defumadas (Foto: Victor Villarpando/CORREIO) Tudo é feito na casa, do pão do couvert (pães, manteiga e patês - R$ 19) às sobremesas, como o Tiramisu (sobremesa tradicional italiana com mascarpone, cacau, vinho marsala e café - R$ 32). 

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Destaque para a Burrata com berinjelas grelhadas, tomate e manjericão (R$ 58), de sabor delicadíssimo e textura extremamente macia. Os Camarões ao limão e vinho branco com berinjela grelhada (R$ 118) também estão entre as especialidades da casa.  O lugar surpreende até no Espaguete à Carbonara, feito com parmesão, gema de ovo e bochechas de porco defumadas (R$ 79), servido com bastante pimenta do reino. O Tiramisu leva mascarpone, cacau, vinho marsala e café (Foto: Divulgação) O chef promete, para mais adiante, caprichar nas sobremesas com frutas regionais, como biribiri, siriguela, tamarindo e cajá. 

O lugar é classicamente bem decorado, com um bar muito bonito, todo trabalhado em pedras, prataria e cristal. Bom para impressionar crushes. 

Vá lá: Praça Castro Alves, 5, Centro. Funciona todos os dias para almoço e para jantar. Tel.: 71 2201-6300.

Uma casa cheia de graça As empanadas e tartas na sala são verdadeiras iscas para quem passa pela rua principal do Santo Antônio Além do Carmo. A  campeã, de carne (R$ 8), costuma ser a primeira a acabar, mas a de ricota com molho pesto (R$ 8), a de calabresa com cebola e catupiry (R$ 10) e a de moqueca de camarão (R$ 12) também voam. “Já teve vez de 21h não termos mais nenhuma”, conta Milena Palacios, sócia do La Tasca.  Pincho de camarão do La Tasca: muito saboroso (Foto: Renato Santana/CORREIO) Pra quem quiser algo mais substancioso, o chef Juliano Cardozo - que nasceu em Morro de São Paulo, cresceu em Rocha, no interior do Uruguai, e se formou em gastronomia  em Montevidéu - não decepciona. O Pincho de camarão com ricota e aioli (R$ 35) é sensacional.

O pão, feito na casa é torradinho, o creme de queijo é bem temperado, os camarões são macios e o alho poró frito e o melaço de cana arrematam com perfeição. “Tudo é fresco. A gente mesmo faz e conta com apenas um ajudante. Temos três geladeiras, mas não usamos freezer. Não queremos congelar nada”, diz ele. O pão, torradinho, é feito na casa (Foto: Renato Santana/CORREIO) O lugar, que abriu em 23 de setembro, é simples, parece uma casinha do interior, com chão de cimento queimado. A decoração foi quase toda feita pela dupla. As exceções são as flores pintadas no contorno da porta e da janela da sala, feitas com pena (sim, de pássaro), pelo artista Jairo Figueiredo

Vá lá: Como só cabem 23 pessoas, reservar é fundamental: 71 99113-5533 (Whatsapp). Sexta e sábado de 18h às 23h e domingo de 17h às 21h. Rua Direita do Santo Antônio, 127. @latascaatelier.

Uma garagem mágica Tudo começou da vontade de Cacá Faria  comer guiozas, bolinhos recheados, geralmente cozidos no vapor, populares na China e no Japão. “Eu fazia docinhos e massas artesanais. Até que me pediram para participar de um Festival Sobe e Desce com petiscos. E eu comia muito em São Paulo, mas não tinha aqui. Então quis oferecer”, conta ela, que morou na capital paulista por oito anos, onde se graduou em Decoração e trabalhou na área. As guiozas do Toomuch Lov são sensacionais (Foto: Renato Santana/CORREIO) As guiozas de massa fininha e delicada vêm em porções de seis unidades e podem ter como recheio carne de porco (R$ 21) aratu, siri ou camarão (R$ 24), ou vegetais orgânicos (brócolis, abobrinha e cenoura - R$ 21). Fizeram tanto sucesso que entraram de vez para o cardápio. Não esqueça de mergulhar seus bolinhos no molho de soja com gengibre e gergelim: é uma maravilha. 

Para acompanhar os petiscos, sucos de frutas da época saem a R$ 6. De sobremesa, a tartelete de chocolate com biscoito e avelãs é R$ 10. Molhe os bolinhos no molho de soja com gengibre e gergelim (Foto: Renato Santana/CORREIO) O espaço, bem simples, é uma garagem de uso coletivo dos moradores do pequeno prédio. Nos dois bancos longos cabem oito pessoas apertadinhas. Além de comer lá, dá para pegar para viagem e esquentar em casa, num cuscuzeiro. 

Vá lá: Como só cabem oito pessoas, é fundamental ligar para reservar: 71 98133-0910. De quinta-feira a domingo, de 18h30 às 23h. Rua Direita do Santo Antônio, 382. @toomuchlov_.

Um francês com vista Comida francesa bem feita é uma maravilha. Mas você já provou a vista da Gamboa de Cima? Jantar ou almoçar admirando o mar da Baía de Todos-os-Santos é uma grande sorte na vida. Acompanhado de alta gastronomia, melhor ainda. O combo descreve a proposta do Chez Bernard, que, depois de 55 anos em atividade, fechou as portas em setembro do ano passado.  Camarões flambados em pastis Pernod Ricard e molho bisque do Chez Bernard (Foto: Renato Santana/CORREIO) Três meses e uma reforma depois - assinada pela arquiteta Márcia Meccia, que clareou o ambiente anteriormente carregado - o restaurante reabriu, sob o comando do chef Laurent Rezette. Ele, que já deu as ordens na cozinha do local entre 2008 e 2013, aposta num menu tradicional.

“Vai ter pouca coisa autoral, a maior parte do cardápio é do Chez Bernard original. Tudo feito aqui. Desde o fois gras, cozido aqui em baixa temperatura, ao sorvete de baunilha”, explica ele. Por enquanto, o restaurante tem capacidade para 46 pessoas (Foto: Renato Santana/CORREIO) Na casa, que reabriu em dezembro, os campeões de pedidos são o Filé mignon ao molho béarnaise e sonhos de batata (R$ 68) e o Steak au poivre com mil folhas de batata (R$ 69). Mas tem também Camarões flambados em pastis Pernod Ricard e molho bisque (R$ 96). Todos os pratos citados são individuais.

A casa tem capacidade para 46 pessoas, número que deve ser duplicado em fevereiro, com a abertura do mezanino.

Vá lá: De terça a domingo para almoço e de segunda a sábado para jantar. R. Gamboa de Cima, 11, Dois de Julho Tel.: 71 3328-1566. @chezbernard.