Dois de Julho: escombros de casarão estão sendo retirados sem máquinas

Na próxima semana, IPHAN e Codesal deverão realizar nova avaliação dos imóveis atingidos

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 14 de julho de 2018 às 13:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Carmen Vasconcelos

O trabalho de retirada dos escombros do casarão que desabou na Rua do Sodré, no Dois de Julho, prossegue durante todo o final de semana. Na manhã desse sábado(14), quatro funcionários faziam a retirada quase manual do que sobrou do imóvel de número 28. 

Segundo o engenheiro plantonista da Defesa Civil(Codesal) Paulo Passos, para o primeiro dia de trabalho estão previstas a retirada de 12 mil metros cúbicos de material. “Estamos avançando num trabalho de formiguinha pelas condições da área, infelizmente, não podemos trazer maquinário pesado para fazer o trabalho e nossa prioridade será liberar o acesso aos prédios para depois reavaliarmos as condições dos imóveis”, esclarece.

Ratificando as informações da Codesal, a representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN), Adélia Maria Guimarães Soares afirmou que o laudo técnico do especialista designado pelo órgão deve ficar pronto na próxima semana quando se poderá definir quais serão os próximos passos. O eletricista autônomo André Luiz (camisa verde) esteve no local de manhã para pegar alguns poucos pertences pessoais e verificar o andamento dos trabalhos(Foto: Carmen Vasconcelos) Na manhã do sábado, o eletricista André Luiz Jesus dos Santos, 43, voltou ao seu apartamento para retirar alguns pertences pessoais. “Eles nos pediram uma semana para liberar o acesso e poderem desobstruir a área, enquanto isso não acontece, estamos contando com a solidariedade dos vizinhos para termos abrigo enquanto essa situação não resolvida”, completou.

André está abrigado com a família numa casa dos vizinhos, enquanto os filhos foram mandados para a casa da mãe. “Temos sorte porque a vizinhança é unida e não nos deixou desamparados, mas estou contando os segundos para poder voltar para minha casa e a rotina normal”, diz ele, ressaltando que, nos últimos dias, terminou deixando de atender a diversos clientes por conta da tragédia. “Todo o meu equipamento ficou preso numa área que usava como depósito e foi onde, justamente, a queda dos escombros foi maior”, pontuou.

A solidariedade dos vizinhos também foi fundamental para o ambulante Leonardo Marcelino Pereira, 58, que era um dos moradores do imóvel que ruiu. Além de roupas, ele conseguiu um quarto para ficar nas imediações. “Estamos preparando uma campanha para arrecadar doações que permitam a ele tocar a vida”, disse André. A Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps) informou que vai assistir o ambulante com o auxílio-aluguel de R$ 300.

O desabamento do imóvel ocorreu na madrugada de sexta (13), por volta das 3h e a ação rápida dos bombeiros impediu que a tragédia fizesse vítimas fatais.