Dólar dispara 5,7% na abertura do mercado

Investidores buscam proteger recursos comprando a moeda norte-americana, tida como o ativo mais seguro em momentos de crise

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  • Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2017 às 09:40

- Atualizado há um ano

O dólar disparou 5,77%, sendo cotado a R$ 3,315, na abertura dos negócios hoje. A valorização da moeda americana é um movimento de proteção dos investidores após a divulgação da notícia de que o presidente Michel Temer deu aval para o dono da JBS comprar o silêncio de Eduardo Cunha, divulgada na noite de ontem pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O GLOBO. O dólar é apontado como o ativo mais seguro em momentos de crise porque os Estados Unidos não correm o risco de aplicar um calote nos credores.

O cenário po´litico também influencia no resultado da Bolsa de Valores. No mercado futuro, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações local, cai mais de 10%, também como reflexo das incertezas políticas que toam conta do Brasil por causa da delação que implica o presidente da República. 

Diante da expectativa de um pregão de forte volatilidade, o Banco Central já informou que  está acompanhando os movimentos do mercado e que atuará para garantir o "bom funcionamento dos mercados". 

A avaliação de analistas de mercado é que o presidente Temer ficou em uma situação delicada para garantir a aprovação de reformas consideradas essenciais para a retomada do crescimento econômico do país, a exemplo da trabalhistas e da Previdência. A delação da JBS também atinge outros políticos com atuação no Congresso, dificultando ainda mais a aprovação das reformas. Para os analistas, a situação tende a se agravar nas próximas horas se as gravações feitas por Joesley Batista forem divulgadas. “Se a gravação vier a público com a voz de Temer a 'nova crise política' poderá atingir proporções inimagináveis. O presidente do PSBD, Aécio Neves, também foi acusado pelo dono da JBS de lhe pedir cerca de R$ 2 milhões em dinheiro para se defender da Operação Lava Jato. Diante desses fatos, a tendência do dólar é de uma abertura em forte alta, porém, se subir demais, o Banco Central poderá intervir no mercado cambial, aumentando o número de contratos de swaps diários”, avaliou um operador do mercado que pediu para não ser identificado.