Dom Murilo orienta suspensão de abraço da paz e oração de mãos dadas em missas

Comunicado foi liberado nesta sexta-feira (28), por conta da preocupação com o coronavírus

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  • Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 11:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo

A partir desta sexta-feira (28), alguns rituais deixarão de ser realizados durante as missas nas igrejas católicas da Bahia. Por conta da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia acaba de soltar um comunicado orientando os sacerdotes, diáconos e ministros da comunhão que suspendam os abraços da paz nas celebrações, peçam aos fieis para não darem as mãos durante a oração do Pai Nosso e distribuam a comunhão na mão e não mais na boca como costumava ocorrer. A medida visa evitar a difusão do coronavírus.

Confira o comunicado

Mesmo sem casos do coronavírus confirmados na Bahia - há quatro em investigação em Salvador e outros quatro no resto do estado - a população anda apreensiva. z dos itens de prevenção ao novo vírus. O gestor disse que, se necessário, utilizará meios jurídicos para evitar a exportação dos produtos e apreende-los no país, evitando o desabastecimento interno.

O diagnóstico do coronavírus pode começar a ser feito da mesma forma que a própria gripe ou mesmo do resfriado comum, de acordo com o infectologista Antônio Bandeira, médico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab. O mais frequente dos três, segundo ele, é o resfriado comum – o chamado rinovírus. 

“Mas para o coronavírus tem que ser aquela perguntinha: se o paciente chegou de viagem internacional de algum dos países com casos da doença. Nesse momento, isso é muito importante”, afirmou Bandeira. 

Isso porque é possível dividir o avanço da doença em duas fases. A primeira, que é o momento vivido hoje, é que envolve casos importados. Por enquanto, ainda é mais fácil isolar os casos e controlar a circulação do vírus no país. 

Assim, quando há um caso suspeito, a vigilância epidemiológica local sai em busca de todas as pessoas com quem o suspeito teve contato. Já o segundo momento é quando não dá mais para controlar essa entrada e já existe circulação do vírus no território. 

Mesmo sem casos suspeitos na Bahia, existe uma estrutura disponível para atender possíveis ocorrências. A partir do momento que há uma suspeita, o sistema de saúde – seja público ou privado – deve comunicar à Sesab. Depois, técnicos de saúde coletam amostras e enviam para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). 

Lá, há estrutura para o chamado teste ‘multiplex’, que analisa 21 tipos de vírus respiratórios em uma única rodada na máquina. Em no máximo três horas, é possível confirmar se uma pessoa tem qualquer um desses 21 tipos de vírus. A Sesab tem 12 dessas máquinas – que são as mesmas que a da Universidade Federal da Bahia (Ufba). 

A Ufba, porém, através do Laboratório de Virologia, já conseguiu comprar a amostra de DNA do novo coronavírus. “Eles compraram há duas semanas, nos Estados Unidos. Nós já compramos e estamos aguardando a nossa chegar, o que deve acontecer na próxima semana. Por enquanto, a Ufba está nos emprestando a deles”, explicou o secretário. 

Cada rodada desse teste custa R$ 1.200. No entanto, o coronavírus não será testado de imediato. O teste para a doença só vai acontecer depois que a análise for negativa para os outros 21 tipos – que inclui H1N1, H3N2 e Influenza B. 

Caso algum caso seja confirmado e precise de isolamento, há 30 leitos especiais no Hospital Couto Maia que têm pressão negativa. Ou seja: o ar não sai do quarto. No interior, os hospitais que têm Unidade de Terapia Intensiva foram destacados para receber as situações mais graves. 

O principal ainda é ter agilidade. Segundo Vilas Boas, entre a comunicação das suspeitas e o descarte delas, o tempo tem variado entre 24 e 48 horas.

“Isso inclui mandar automóvel, mandar avião para o paciente, o que for preciso. Porque, nesse momento, é muito importante deixar a população mais tranquila e fazer o diagnóstico precoce de que não é coronavírus”. 

A partir de março, a partir de reuniões com entidades como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomercio-BA), a Sesab vai começar a fazer inspeções em estabelecimentos comerciais. Aqueles que não disponibilizarem álcool em gel devem ser notificados e, posteriormente, até multados. 

Disponibilizar álcool em gel nesses locais é obrigatório na Bahia devido a uma lei aprovada em 2017. Quem não cumprir a medida pode ter que pagar uma multa diária de R$ 55. 

Para a população, a recomendação é usar o próprio álcool gel ou lavar sempre as mãos. “As pessoas também precisam aprender a tossir e a espirrar. A gente vê as pessoas tossindo sem proteger a mão. Tem que tossir usando o cotovelo e não a mão. Grávidas, idosos e crianças devem evitar ambientes com pessoas tossindo ou espirrando. Se você está num ambiente com uma pessoa assim e não pode deixar de trabalhar, essa pessoa deve usar a máscara”, orientou o secretário. 

Entenda as diferenças e os sintomas de cada uma das doenças Coronavírus – febre muito frequente (pode passar dos 38°C), tosse muito frequente; coriza está presente nos primeiros dias, porém não é muito frequente; dor de garganta pouco frequente; dor de cabeça de leve a moderada; presença de dores no corpo; diarreia ocorre raramente; falta de ar a partir do 6º ou 7º dia.

Resfriado comum – febre pouco frequente; tosse pouco frequente; coriza muito frequente e abundante; dor de garganta de leve intensidade; dor de cabeça não é comum; ausência de dores no corpo; diarreia de forma rara; ausência de falta de ar.

H1N1 (gripe) – febre que geralmente vai até 38°C, tosse presente (mas não tanto quanto no coronavírus e nem tão pouco quanto no resfriado); coriza (não tanto quanto no resfriado); dor de garganta frequente e de moderada intensidade; dor de cabeça com pouca intensidade; presença de dores no corpo; possibilidade de diarreia; falta de ar apenas em casos raros.