'É humanamente impossível' jogador ter cometido estupro, diz promotor

Para o promotor, Daniel foi morto por várias pessoas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 17:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O promotor João Milton Salles disse que é "humanamente impossível" que o jogador Daniel Correa tenha estuprado a comerciante Cristiana Brittes, esposa de Edison Brittes, o Juninho. O suposto estupro, ou sua tentativa, é o que a defesa de Edison afirma que motivou o crime. O empresário assassinou o atleta no final de outubro depois de uma festa em sua residência, na Região Metropolitana de Curitiba. 

Segundo o Uol, a declaração foi dada em coletiva ontem à noite, em frente à delegacia de São José dos Pinhais, que investiga o caso. Salles é o responsável por fazer a denúncia dos acusados à Justiça.  O delegado do caso, Amadeu Trevisan, também já havia descartado a versão do estupro. Segundo ele, os gritos que as testemunhas ouviram foram no sentido de ajudar Daniel, não de denunciar um ataque sexual. Ninguém ouviu também a porta sendo arrombada.

O delegado também citou a embriaguez de Daniel, ressaltada também pelo promotor. "Absolutamente não. Impossível. Primeiro pelo teor alcoólico que esse rapaz se encontrava, segundo pela própria personalidade dele, e terceiro pelo local em que os fatos aconteceram. Acho humanamente impossível a situação do estupro, até porque pelo teor alcoólico dele... eu não consigo me lembrar de um processo que eu tenho atuado, de embriaguez de trânsito... com um teor alcoólico tão alto", diz. O exame toxicológico encontrou 13,4 decigramas de álcool por litro no sangue do rapaz.

O grupo estava na casa dos Brittes ainda celebrando o aniversário da filha do empresário, Allana, que comemorou 18 anos primeiro com uma festa em uma boate. De lá, eles seguiram para a casa da família. A festa teve bebida liberada, segundo conversa de Allana com um amigo no WhatsApp. A embriaguez de Daniel também deve ser usada na qualificação do crime pela promotoria, já que a vítima não teve chance de se defender.

O promotor contou ainda que fez o caminho da casa dos Brittes até o matagal em que o corpo de Daniel foi achado, o que levou vinte minutos. Ele destacou que esse tempo seria suficiente para que os suspeitos refletissem sobre o crime que estava se desenrolando e desistissem de dar fim à vida de Daniel.

"Fiquei impressionado com a distância e com o tempo que eles devem ter gastado entre a casa e o local dos fatos", diz. "Isso indica que eles tiveram todo tempo do mundo pra pensar no que estavam fazendo. Eles escolheram um local ideal pra fazer o ato, um local ermo que eles pudessem fazer isso sem possibilidade de socorro, de ninguém ouvir gritos", acrescenta.

Para o promotor, Daniel foi morto por várias pessoas. Ele chamou os demais suspeitos do caso de coautores, embora alguns neguem sequer ter participado do espancamento na casa. "Durante toda minha experiência no Ministério Público, vinte anos trabalhando no crime, poucos casos me saltaram aos olhos pela crueldade e forma que aconteceu. Nada justifica o sadismo e a violência do cometimento desse crime. Isso foge absolutamente a qualquer normalidade."

Além de Edison, Cristiana e Allana, foram presos três jovens. Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, 19 anos, é primo de Cristiana. Segundo o defensor, Eduardo participou do espancamento de Daniel. Já Ygor King, 19 anos, e David Willian da Silva, 18, negam qualquer envolvimento. Segundo o advogado dos dois, eles entraram no carro com qual Edison levou Daniel, no porta-malas, até o matagal em que foi morto, apenas mediante ameaças. "Eles estavam ameaçados, com medo", disse, ao G1. Ele afirmou ainda que seus clientes, ainda na casa, pediram repetidas vezes que Edison parasse de espancar Daniel. 

Ideia era abandoná-lo nu na rodovia David e Ygor faziam parte do grupo que 'esticou' para celebração na casa da família Brittes depois da festa do aniversário de Allana em uma boate de Curitiba. Já era manhã de sábado quando eles escutaram muito barulho e gritos vindos do quarto de Cristiana. Os convidados então ficaram sabendo que Daniel teria tentado estuprar a mãe de Allana e ficaram indignados com a notícia, mas, segundo o advogado, não tomaram parte das agressões.

"Eles são bons meninos, estudantes sem passagem pela polícia e estão absolutamente em choque com tudo isso", diz o defensor. Ele afirma ainda que os dois tentaram evitar que as agressões continuassem. "A todo momento eles pediam calma, diziam que Daniel já tinha tido o suficiente."

Apesar disso, os dois entraram no carro de Edison, segundo o advogado. Contudo, segundo ele, a dupla nunca pensou em executar o jogador. "A primeira ideia não era matar o Daniel. A ideia era largá-lo sem roupa na rua para passar vergonha. Alguém teve a ideia de deixá-lo na BR sem roupa. Mas no meio do caminho, o celular do Daniel, que estava no banco da frente, tocou, e o Edison, o assassino, pegou o celular e viu as imagens", explica, falando das fotos em que Daniel aparece na cama com Cristiana, em que ela aparenta estar dormindo. "Aí que o Edson perdeu a cabeça e tomou outro rumo."

Os dois jovens tentaram evitar que Edison assassinasse o jogador. "Eles ficavam dizendo: 'Não faz isso, vai estragar sua vida!' Quando ele desceu do carro, o David desceu junto para tentar evitar o pior, mas foi ameaçado. O Edison disse: 'Não se meta se não vai sobrar pra vocês'. Aí eles ficaram apavorados, entraram em choque", afirma. O advogado diz que embora conhecessem Allana da escola, os jovens só ficaram mais próximos dela recentemente e não conheciam muito o pai dela.

Os clientes não viram o momento em que Daniel for morto nem a arma usada. O corpo do jogador foi achado horas depois, parcialmente degolado e com pênis decepado.

Depoimento da família Na segunda, Cristiana e Allana foram ouvidas pela polícia, dando versões que confirmam a de Edison - de que o crime ocorreu após ele flagrar Daniel tentando estuprar a esposa. Essa versão é repudiada pela família da vítima.

Cristiana foi ouvida por uma hora e meia. Ela contou que foi dormir ao chegar da boate e acordou com Daniel deitado em cima dela. Ela contou que começou a gritar, muito assustada. Segundo ela, Daniel estava "apenas de cueca", "excitado" e passando a mão por ela. Ele dizia: "Calma, é o Daniel".

O marido então entrou no quarto e começou a agredir o jogador ainda ali. Ela afirmou que pediu para que ele parasse de bater em Daniel várias vezes.

Allana contou em seu depoimento que entrou no quarto com a gritaria e viu o jogador só de cueca, com o pai o segurando pelo pescoço. O pai afirmava que encontrou o atleta "na cama que ele dorme com a mulher, mãe das filhas dele". Daniel tentava falar, mas não conseguia. 

Edison muda versão Edison Brittes falou novamente com a polícia ontem. Ele manteve em linhas gerais sua versão do caso, mas mudou a parte em que afirmava ter arrombado a porta do quarto ao ouvir gritos de socorro da mulher.

Edison também disse que mentiu sobre a autoria do homicídio inicalmente para proteger os rapazes envolvidos no espancamento e os que testemunharam o caso. Um deles, que teria dado socos e quebrado o celular de Daniel, é filho de um casal de políticos da cidade. Ele conhecia Allana e estava na casa com seu irmão gêmeos que, segundo Edison, não participou das agressões. O empresário afirmou que um dia após o crime pediu que Allana entrasse em contato com os jovens para protegê-los, marcando um encontro em um shopping para que todos combinassem uma versão do caso. Uma testemunha disse à polícia semana passada que Edison a ameaçou para que não revelasse a verdade. O empresário negou ter ameaçado os jovens. "O interrogado conversou com eles e disse que assumiria o que aconteceu e que a 'manobra que fez foi de proteção, para protegê-los", diz trecho do depoimento.

No depoimento, o empresário falou sobre a festa em sua casa, mas preferiu não responder a questões sobre o trajeto que fez com Daniel no seu porta-malas. Também se recusou a afirmar como o jogador foi morto - a perícia vai determinar se o atleta já morreu em decorrência do espancamento ou vítima dos golpes de faca que levou.

Cronologia do crime Sexta (26): Daniel chega a Curitiba. Ele vai a duas festas, inclusive o aniversário de Allana em boateSábado (27): A festa continua na casa da família de Allana, em São José. O crime aconteceu este dia. O corpo foi achado neste mesmo dia em um matagal.Segunda (29): Amigo reocnhece o corpo de DanielQuarta (31): Corpo de Daniel foi velado em Minas GeraisQuinta (1): Suspeito de matar Daniel é preso e confessa crime. Mulher e filha também foram presasSexta (2): Perícia é feita na casa onde Daniel foi espancado (Foto: Reprodução) Linha do tempo (com informações da TV Globo)21h30: Daniel chegou a Curitiba na sexta à noite, por volta das 21h30. Ele deixou as malas na casa de um amigo, com quem iria se hospedar, e saiu depois de um banho para uma festa, a primeira da noite.

00h: Por volta de meia-noite, ele e o amigo seguiram para o aniversário de Allana, em uma boate da cidade. Eles tinham convites para a festa, entregues pelo próprio pai da aniversariante.

05h40: O amigo de Daniel vai embora da boate. O jogador prefere ficar e diz que vai seguir para a casa de Allana, na Região Metropolitana, onde a festa seguiria

06h36: Daniel avisa ao amigo por mensagem que já estava na casa de Allana. Uma testemunha  contou à polícia que os convidados estavam ouvindo música e bebendo. Cristiana, que segundo a família não estava bem, foi a primeira a ir deitar. Outras pessoas também se recolheram. Ficaram na festa Daniel, Edison e outras oito pessoas

08h07: Daniel começou uma conversa com outro amigo. Ele contou que estava em uma festa, com várias pessoas dormindo. Por áudio, ele respondeu ao amigo, que perguntou se estava bêbado, e disse que "não muito". Ele falou também que tinha uma "coroa" na casa, que era a mãe da aniversariante, e que faria sexo com ela. Afirmou ainda que o pai estava junto. O amigo diz para ele se cuidar e que poderia ser expulso da casa. Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, que aparenta estar dormindo. O amigo quer saber se ele fará sexo com ela acordada ou dormindo Uma das fotos que Daniel mandou (Foto: Reprodução) 08h34: Daniel manda uma nova foto ao lado de Cristiana para o amigo e diz que fez sexo com ela. Depois, ele manda a seguinte mensagem, a última: "O que aparecer amanhã é nóis". O amigo quer saber o que isso quer dizer, mas Daniel não responde mais. Posteriormente, o amigo disse à polícia que ele, Daniel e outros dois colegas tinham um grupo de WhatsApp onde mandavam fotos das "conquistas" amorosas, geralmente quando a mulher estava dormindo

10h30: Corpo do jogador é encontrado, ainda sem identificação, em um matagal, com mutilações, marcas de faca e sinais de tortura. 

À noite: O amigo que hospedou Daniel fica preocupado porque ele não deu mais notícias e eles tinham um compromisso. Ele manda mensagem para Allana, que afirma que o jogador foi embora sozinho da casa dela. Este amigo foi quem reconheceu o corpo do jogador, dois dias depois. (Foto: Reprodução) Dúvidas que ainda existem A polícia ainda investiga várias questões que provocaram dúvidas nos depoimentos dos acusados e das testemunhas. Veja os principais pontos de contradições:

Pijama Edison, em entrevista, contou que ajudou a mulher a trocar de roupa e se arrumar para dormir depois da festa. Contudo, nas fotos tiradas por Daniel e enviadas ao amigo, a mulher aparece com a mesma roupa e colar que usou na boate - há fotos dela no aniversário da filha.

Porta arrombada O empresário contou também que arrombou a porta, que estava trancada, quando a esposa gritou por socorro. Já Allana diz em vídeo gravado pela própria defesa que ela abriu a porta e flagrou Daniel em cima da mãe.

Arma do crime Segundo Edison, ele usou uma faca que guardava no carro para matar e mutilar Daniel. Mas uma testemunha que presenciou o início das agressões na casa da família contou que ouviu outra pessoa gritar, na confusão, que Edison tinha pegado uma faca. O empresário negou ter armas em casa, mas tem dois Boletins de Ocorrência contra ele só neste ano envolvendo arma de fogo. Em janeiro, a polícia foi chamada após relatos de disparos na casa do empresário. 

Amizade No vídeo gravado pela defesa, Allana diz que conhecia Daniel pouco. A família do jogador afirma que eles se conheceram quando Daniel estava no Coritiba, em 2017. Nas redes sociais, ele seguia todos os três Brittes e uma foto tirada na festa de 17 anos de Allana, há um ano, mostra o jogador ao lado da jovem. Daniel e Allana, no aniversário do ano passado (Foto: Reprodução) Pedido de socorro Edison também afirmou na sua versão que ouviu a mulher gritar do quarto e foi correndo até lá, quando encontrou Daniel sobre ela. Uma versão de uma testemunha, contudo, afirma que Edison estava do lado de fora da casa e perguntou aos presentes onde estava o jogador. Os gritos só teriam começado depois que o empresário foi para dentro da casa atrás do atleta

Empresário já tinha ficha policial Assassino confesso do jogador Daniel Côrrea, Edison Luiz Brittes Júnior, 37 anos, já teve envolvimento em outros crimes - todos menos escabrosos do que a morte do atleta, cujo corpo foi achado com sinais de espancamento e facadas, além do pênis decepado, na Região Metropolitana de Curitiba. Conhecido como Juninho, o empresário já foi denunciado em 2015 pelo Ministério Público por receptação dolosa de produto roubado, além de porte ilegal de arma e injúria. 

Segundo reportagem do Uol, a denúncia contra o empresário no caso da receptação foi assinada em junho deste ano pela promotora Mônica Baggio. Na ocasião do crime, ele foi conduzido à delegacia pela posse de um Hyundai Sonata que segundo a polícia ele sabia ter sido roubado. O chassi do carro estava alterado. O veículo tinha sido roubado no ano anterior em Porto Alegre. O advogado de Juninho, Cláudio Dalledone Junior, afirma que o cliente não sabia que o carro era roubado. 

O defensor também falou do caso de porte ilegal de arma. "Ele é atirador desportivo e tem o certificado de registro emitido pelo exército brasileiro", diz. Segundo ele, o empresário é dono de uma pistola Glock 380 e tem documento para andar armado "de sua casa ao estande de tiro". Ele acabou sendo absolvido do caso, em 2016.

Já o caso de injúria, registrado em fevereiro de 2018, o advogado não soube identificar o que teria ocorrido, mas afirmou que se trata de um crime "de menor potencial ofensivo". "Ele não tem histórico criminal, nunca foi preso, não tem nenhuma condenação", afirma.

O empresário é conhecido em São José dos Pinhais, nas imediações de Curitiba, como Juninho Riqueza. A casa da família, onde aconteceu a festa após a celebração do aniversário de Allana, filha dele, aparece no Google Maps como um bar com o nome de "Juninho Riqueza House". Foi nesta casa que Daniel começou a ser espancado.  Juninho é fã de joias e carros esportivos - foi na mala de um Veloster que ele colocou o jogador depois das agressões iniciais. O empresário é dono de uma empresa de laticínios de Curitiba. 

Defesa da mulher Em um vídeo gravado antes de ser preso, o empresário afirma que cometeu o crime para defender a esposa, Cristiana, que estaria sofrendo uma tentativa de estupro por parte de Daniel. O casal e a filha Allana estão presos pelo crime.

"Se eu fiz o que eu fiz, eu quero que cada um que está assistindo pense o que você faria para manter a integridade moral da sua família e ajudar uma mulher pequena e frágil", afirma Juninho no vídeo. "Eu tirei ele de cima da minha esposa, joguei ele no chão e evitei que ela fosse estuprada por esse monstro canalha." (Foto: Divulgação/Coritiba) Existem contradições na versão da família, contudo. O próprio Juninho telefou para a mãe de Daniel três dias após o crime para prestar solidariedade. Já Allana afirmou a amigos e parentes de Daniel que o jogador tinha deixado sua casa sem problemas. Uma testemunha que estava na festa na casa da família contou que foi ameaçada pelo empresário para inventar uma versão que o ajudasse a ser inocentado. Ela afirmou ter ouvido, durante o espancamento de Daniel, a frase "Mexeu com mulher de bandido vai morrer". A testemunha está em programa de proteção.

Prints Mensagens de WhatsApp anexadas ao processo mostram que Daniel comentou a noite da festa com um amigo. Ele contou que tinha seguido da boate para a casa para continuar a comemoração com Allana e os demais. Depois, mandou outra mensagem dizendo que iria "comer a mãe da aniversariante" e que "o pai está junto". Dezessete minutos depois, ele fala novamente com o amigo. "Comi ela, moleque", diz, enviando uma foto ao lado da mulher, que aparenta estar dormindo - pelo menos duas fotos foram enviadas.

Uma testemunha contou que ouviu gritos de mulher vindo de um quarto, pedindo para que ajudassem a "evitar uma tragédia". Ao chegar lá, já encontrou Daniel sendo enforcado e agredido por Juninho.

Também há prints de conversas de Allana com um amigo em comum que tinha com a Daniel e com a mãe e a tia dele - todos diálogos depois do crime e com informações diferentes. A suspeita diz nas conversas que não teve briga em sua casa e que Daniel saiu tranquilamente. Na segunda, dois dias após o crime, a tia pergunta sobre o jovem e Allana diz que ele saiu por volta de 8h e pouco. A tia quer saber se houve alguma desavença. "Claro que não, imagina. Era a minha casa. Ele só levantou e foi embora", responde a jovem. 

Em outra conversa, esta ainda no sábado, logo após o crime, Allana dá outra versão. O corpo de Daniel ainda não tinha sido achado e ele era considerado desaparecido. O amigo em comum quer saber se Daniel está na casa dela ainda.  "Oi, bebê, não nem vi a hora que ele foi embora", garante a jovem. O amigo pede que ela procure saber com quem ele saiu e, se tiver sido com alguma menina, mandar o número de telefone para que ele tente achar Daniel.  "Então, a menina com quem ele ficou tá aqui. Acordei e ela tava de PT no sofá", responde Allana. "Certeza que já aparece, deve estar com alguma gata", acrescenta, tentando tranquilizar.

Mesmo tom Allana adotou com a mãe de Daniel, já quando o corpo do jogador aguardava para ser identificado. “Se Deus quiser, não vai ser ele. Vamos ter fé. Vai dar tudo certo”. Em seguida, a mãe do rapaz manda um áudio dizendo que Daniel está morto. Allana se diz surpresa. Na segunda-feira (29), pede informações sobre o velório.

A jovem ainda afirma em outra conversa que sua festa de aniversário foi "perfeita". "Ficamos muito doidos, ressaca brava hoje. Era bebida que não acabava mais", disse. "Eu amei tudo, perfeito. Todo mundo amou, graças a Deus." 

Depois que a história veio à tona, Allana endossou o pai e afirmou que viu Daniel tentando estuprar sua mãe. "Descemos e, na hora que abrimos a porta, ele estava em cima da minha mãe tentando estuprar ela. Todo o mundo começou a querer fazer alguma coisa contra ele, porque minha mãe gritava, e ele não falava nada", diz. O advogado da família afirma que o jeito que Allana agiu, contando várias versões para acobertar o crime, é natural. "Um ato impensado e desesperado de uma filha tentando proteger o pai". Allana também chegou a dizer inicialmente que mal conhecia Daniel e que ele teria seguido da boate para sua casa sem ser convidado. Nas redes sociais, contudo, há uma foto dos dois juntos no aniversário dela do ano passado.

A família de Daniel contratou um advogado para representar seus interesses no caso e tentar afastar a acusação do assassino confesso de que o jogador tentou estuprar sua mulher. A polícia ainda investiga a versão e afirma que até o momento não há confirmação sequer se houve sexo, ainda que consensual, entre Daniel e Cristiana.

Veja os vídeos que Edison e Allana gravaram antes da prisão: