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'É um monstro', diz pai de Lázaro Barbosa, o 'serial killer de Brasília'

Saiba mais detalhes sobre a vida e infância de Lázaro

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  • Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2021 às 08:05

 - Atualizado há um ano

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O pai de Lázaro Barbosa, ao aposentado Edenaldo Barbosa, de 57 anos, disse que considera o filho um "monstro". Nascido na Bahia, Lázaro ficou conhecido como o "serial killer de Brasília" após matar quatro pessoas, balear outras três, além de roubar e invadir casas no Distrito Federal.

Em entrevista ao Correio Braziliense, Edenaldo conta que é pai de outros três filhos: de 16, 13 e 1 ano. Ele deixou a Bahia há alguns anos e mora na cidade de Girassol (GO) e é aposentado por invalidez, após um acidente cardiovascular (AVC) e dois infartos.

Edenaldo se casou com a mãe de Lázaro, Eva Maria Sousa, quando tinha apenas 17 anos, no município de Barra do Mendes (BA). De acordo com o ele, relacionamento dos dois foi conturbado, marcado por brigas, agressões e acusações de traição de ambas as partes. Quando o casal se separou, Lázaro Barbosa e o irmão mais novo, Deusdete, ainda eram crianças.

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O irmão mais novo de Lázaro também era envolvido com a criminalidade e morreu há cinco anos durante um acerto de contas em Goiás. Ele também teria se envolvido em roubos e homicídios.

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Já Lázaro só viu o pai apenas uma vez, há cerca de seis anos, durante uma visita. "Só me visitou e foi embora. Foi quando ele teve uma fuga aí. E eu com o coração na mão, doente. Só não morri ainda porque acho que Deus não quis", disse o homem, que se declara evangélico. "O demônio se apoderou dele", acredita.

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Ele chama o filho de monstro e diz ter vergonha da repercussão dos fatos. "Esse monstro, eu registrei, mas quando as pessoas falam 'o seu filho', aquilo me estremece todo. Não dá vontade nem de ficar mais na Terra. Eu estou arrasado. Se eu vê-lo por aí, eu nem conheço mais", lamenta.

Sobre a chacina de Ceilândia, onde quatro pessoas foram brutalmente assassinadas por Lázaro, o aposentado se diz arrasado e chocado com a violência do próprio filho. "O que mais me dói é o desespero que aquela família sentiu e o que ele fez com aquela pobre mulher. Isso não é gente. Isso é um monstro da pior espécie", disse ao Correio Braziliense.

Infância Lázaro Barbosa na Bahia Lázaro cresceu no povoado de Melancia, a cinco quilômetros do centro de Barra do Mendes. A região é formada por serras, onde há muitas grutas. Desde pequeno se isolou das pessoas a partir da separação de seus pais. 

“Sempre foi uma criança fechada. Não gosta de rir. Não interagia com os meninos. Vivia só com a mãe e não aceitava a separação dos pais. O pai dele foi embora para Goiás quando ele era bem pequeno e isso mexeu com ele na infância”, contou uma moradora de Barra do Mendes que preferiu não se identificar. 

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À medida que foi se desenvolvendo fisicamente, Lázaro foi se isolando, ao ponto de abandonar a escola na adolescência e se dedicando ao trabalho. “Não era de falar com ninguém. Era sisudo. Só vivia na roça. Pegava todo o trabalho pesado que tivesse. Por ser calado, não reclamava e era tão ágil quanto forte. Quando não estava na enxada, estava caçando com a sua espingarda de soca”, contou a moradora. 

Crime no DF 200 policiais, oito dias de perseguição e um rastro de sangue pelo caminho. A caçada pelo baiano Lázaro  mobiliza a polícia do Distrito Federal após a chacina de uma família em Ceilândia no ultimo dia 9 de junho.  (Foto: Reprodução) Naquele dia, o suspeito invadiu uma chácara - segundo a investigação, a ideia era roubar a família, mas o crime virou algo muito mais sanguinolento. A empresária Cleonice Marques, 43, teria percebido a ação do bandido e avisado aos familiares. Lázaro então matou o marido e os filhos dela, Cláudio Vidal, 48, e Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Após o triplo homicídio, ele fugiu levando a empresária, que foi feita refém. A mulher ainda conseguiu ligar para o irmão, que chegou à casa e encontrou os três corpos, mas já não achou Cleonice.

A empresária foi encontrada morta três dias depois, no sábado (12). O corpo estava em um córrego próximo a Sol Nascente, também no Distrito Federal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes. Exames vão determinar se houve violência sexual.

Desde então, já são seis dias de buscas intensas da polícia do DF por Lázaro. Dois esconderijos onde ele se escondia para cometer crimes em propriedades da região do Incra 9 foram descobertos pela polícia. Todos são em região de mata, comprovando a fama de "mateiro" experiente de Lázaro. Foram encontrados lona, colchões, roupas, calçados e garrafas de água. Ele costumava ficar nesses pontos antes dos crimes. O corpo de Cleonice estava a cerca de 10 minutos de um dos esconderijos. Um dos esconderijos achados pela família (Foto: PC/DF) Lázaro também praticou outros crimes no DF antes. Segundo a polícia, ele é acusado por roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no DF e em chácaras do estado de Goiás. Ele chegou aser preso em 8 março de 2018, pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Lindas, mas fugiu do presídio quatro meses depois, no dia 23 de julho. Desde então, Lázaro estava foragido também no DF.