Eduardo Costa, esse tipo de homem capado

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  • Flavia Azevedo

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 15:20

- Atualizado há um ano

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Eu nunca tinha ouvido falar nessa criatura que ganhou holofotes depois de chamar Fernanda Lima de "imbecil" por causa do seguinte texto, no programa Amor&Sexo, da semana passada: "Chamam de louca a mulher que desafia as regras e não se conforma. Chamam de louca a mulher cheia de erotismo, de vida e de tesão. Chamam de louca a mulher que resiste e não desiste. Chamam de louca a mulher que diz sim e a mulher que diz não. Não importa o que façamos nos chamam de louca. Se levamos a fama, vamos sim deitar na cama. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema de opressão. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema homofóbico, racista, patriarcal, machista e misógino. Vamos jogar na fogueira as camisas de força da submissão, da tirania e da repressão. Vamos libertar todas nós e todos vocês. Nossa luta está apenas começando. Prepare-se porque essa revolução não tem volta. Bora sabotar tudo isso?”. 

(Bora, Fernanda. Claro!)

Bem, não conhecia o indivíduo, mas no ninho deles são todos iguais. Depois de soltar os cachorros em cima da apresentadora, derramou sua religiosidade atravessada nas redes sociais dizendo "me preocupo muito com o que Deus pensa sobre mim”. Hahahah... faz-me rir! O mesmo ciclo, a mesma lógica, o mesmo problema cognitivo e a mesma certeza de que ninguém percebe o quanto há de perversão (mal disfarçada) no moralismo exacerbado, no quanto há de violência nesse desejo de tratar mulher como "princesa", no quanto há de declaração de ruindade nessa religiosidade exaltada, gritada e de um mau gosto ancestral.

E de impotência, claro. E aqui falo mesmo de uma profunda incompetência emocional. Tô lembrando aqui de um outro Eduardo, que conheci no passado e não vejo há anos. Atualmente (descobri no Facebook), é desse tipo que odeia feministas etc e tal. E toda vez que eu via uma postagem dele (depois bloqueei) lembrava do ódio que ele tinha da própria origem étnica, da insegurança confessa em relação ao próprio pênis e do fato de que tomava Viagra antes de todo e qualquer encontro sexual. "Por precaução", dizia, me dando de presente uma perfeita metáfora. Ele tem pânico de mulher, a verdade é essa. Tem um pau, mas é "capado". E, talvez por isso, tenha publicado a última coisa que li em um dos seus perfis nas redes sociais "o feminismo vai acabar com a América Latina". Não, mocinho. O feminismo vai acabar (está acabando) apenas com a fantasia de que homens impotentes, como você, nos dominam. Chega dessa palhaçada, é só isso.

Porque os "inteiros" não pagam esse mico, já perceberam? Nem desejam essa dominação. É outro nível. Estão vindo junto, sim, se libertando também, ficando mais felizes. Estão ganhando espaço doméstico, enternecendo, mudando posturas, revendo dicursos. Já entenderam (rá!) que feminismo não é o "oposto de machismo", não repetem que nem papagaios que "nenhum ismo presta" (ô, gente, quem guenta?), passaram a segurar mãos de mulheres em partos naturais e carregar seus filhos em slings, porque isso sempre foi pra ser normal. 

Normal como Flavio cuidando de Miguel, Daniel cozinhando pra Nikos e Lola, Noilson fazendo a faxina de casa e Rodrigo saindo em defesa de Fernandinha que tem todo o direito de dizer aquilo que significa apenas: temos os MESMOS direitos, caceta! E isso não é "pauta de esquerda", mané. Não exclusivamente. Isso é pauta de gente (de direita ou esquerda) que tem vergonha na cara e eu queria bem saber o que o seu deus - aquele de quem você morre de medo - pensa sobre estabelecer hierarquia entre  gêneros. A não ser que você o tenha feito à sua imagem e semelhança, que o seu deus seja seu próprio ego, você deve estar em maus lençóis. Porque se a inspiração for Cristo, seu deus é Amor e não se agrada desse ódio gratuito, dessa postura hidrófoba dos que se dizem "cristãos".

Rebanho de capados enchendo o saco. Apenas isso. Gritando em microfones de péssima qualidade. Ruídos de microfonia. Devo me bater com alguns deles hoje, me bato todos os dias. Apenas, passo. Não importam mais. Submergem soltando bolhas e agitando os braços. Antigos, passados, superados, abandonados por nós. Ainda, inconformados. Esse tipo de macho que talvez não tenha jeito, não tenha leitura que salve. Talvez sina, maybe karma. Quem sabe? Triste destino, menino. Talvez esteja impresso no DNA aí não tem saída: quem nasceu pra Eduardo Costa jamais será um Rodrigo Hilbert.