'Eles morreram abraçados', diz parente de pai e filho mortos no Pau Miúdo

Durante enterro, família negou envolvimento de vítima com o tráfico

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  • Tailane Muniz

Publicado em 3 de abril de 2018 às 18:09

- Atualizado há um ano

Familiares do encarregado de logística Paulo Nascimento de Almeida, 37 anos, e o filho dele, Paulo Henrique Santos de Almeida, 19, se dizem surpresos com os assassinatos. O duplo homicídio ocorreu em pleno domingo de Páscoa, no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.

Sem se identificar, um dos irmãos do encarregado negou ao CORREIO a informação divulgada pela Polícia Civil, de que Paulo Henrique já foi envolvido com o tráfico de drogas."Eles morreram abraçados. Meu irmão abraçou o filho, na tentativa de defender", contou ele, que esteve no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) para liberar os corpos do irmão e do sobrinho.Além dos mortos, José Carlos Nascimento de Almeida, 43, ainda tentou defender irmão e sobrinho – Paulão e Paulinho, como eram chamadas as vítimas –, mas acabou baleado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece em observação.

Era Páscoa e, de acordo com o irmão de Paulo, tudo corria bem. Paulo Henrique, que tem uma filha de 2 anos, passou o dia acompanhado do pai e da criança.

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"A mãe da menina [filha de Paulinho] pegou a menina e levou pra casa. Então eles saíram da casa de um de nossos familiares e estavam a caminho de casa, pois todos moramos próximo. E foi isso, acabaram nossa família", conta o irmão do encarregado.

Ao CORREIO, ele relatou que testemunhas contaram que dois homens em uma moto são responsáveis por atirar em pai e filho, que não resistiram e caíram abraçados, já mortos."Ele tentou salvar o filho. Atualmente, estavam cada vez mais ligados um ao outro. Nós não fazemos ideia do que pode ter motivado isto e é nosso papel desfazer mentiras que possam surgir a respeito deles", desabafou.Paulo, conforme a família, foi morar em Brasília, no Distrito Federal, há cerca de seis anos. Além de Paulinho, ele ainda tem um filho mais novo, que também morava com ele.

"Paulo não era mais casado com a mãe de Paulo Henrique e fazia quase dois anos que ele [Paulinho] também havia ido morar lá. Como, então, ele estava metido com coisa errada aqui?", indagou o tio, em referência ao sobrinho.

Pai e filho foram enterrados na manhã desta terça (3), no Cemitério Quintas dos Lázaros. O crime está sob a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).