Em 2020, Geninho tentará quebrar tabu de treinadores do Vitória

Desde 2005, um técnico do Leão não completa uma temporada inteira no time

  • Foto do(a) author(a) Giuliana Mancini
  • Giuliana Mancini

Publicado em 28 de dezembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Letícia Martins/EC Vitória

O ano de 2020 ainda nem começou e o técnico Geninho já tem uma missão árdua e que vai além de ganhar um possível título da Copa do Nordeste ou subir à Série A do Brasileirão. Neste caso, o desafio é quase pessoal: completar uma temporada inteira no Vitória.

Esta é uma das maiores dificuldades dos treinadores do Leão - e realidade comum no futebol brasileiro. Neste século, entre 2001 e 2019, apenas um conseguiu a proeza: René Simões, em 2005. Arturzinho chegou a ser anunciado em outubro do mesmo ano como novo técnico, mas a temporada rubro-negra, naquela altura, havia acabado em setembro com o rebaixamento para a Série C. Técnico René Simões comandou o Vitória em 2005 (Foto: Claudionor Junior/Arquivo Correio) Antes de René, Joel Santana passou 1 ano e 3 meses no comando do time, mas a contratação aconteceu em maio de 2002, após Arturzinho ser demitido quando o Vitória perdeu o jogo de ida da final da Copa do Nordeste para o Bahia. Portanto, apesar da longevidade, o clube teve mais de um técnico na temporada.

A situação é parecida com a de Vagner Mancini. Ele também ficou 1 ano e 3 meses como técnico, porém, assim como Joel, em um período entre temporadas: de junho de 2015 até setembro de 2016. Em passagem prévia, Mancini havia trabalhado por 11 meses, de março de 2008 a fevereiro de 2009, novamente perdendo o início da temporada.

Ao todo, de 2001 a 2019, o clube teve 51 trocas de técnicos, o que dá uma média de 2,68 treinadores por ano.

Cinco técnicos O ano de 2019 foi o recorde do Vitória: os torcedores viram cinco treinadores diferentes passarem pelo time.

Em dezembro de 2018, Marcelo Chamusca  foi contratado para treinar a equipe no ano que chegava. Só durou 14 jogos. Após 102 dias no cargo - pouco mais de três meses -, foi demitido depois do Leão perder para o Fluminense de Feira por 2x0 e ser eliminado ainda na fase de grupos do Campeonato Baiano.

Poucos dias após o desligamento de Chamusca, chegava Claudio Tencati. Na apresentação, sonhava com a possibilidade da passagem pela Toca alavancar a carreira. Mas só durou 61 dias. Caiu após sete partidas. 

Foi a vez de Osmar Loss. Ficou na média dos anteriores: passou 10 jogos no comando do time e, 75 dias depois, em agosto, virava mais um a dar adeus.

No mês seguinte, a lista de técnicos demitidos já ganhava mais um nome: Carlos Amadeu, que somou três triunfos, quatro empates e duas derrotas em nove confrontos.

No dia 20 de setembro, Geninho era apresentado oficialmente. A meta era salvar o Vitória de cair para a Série C. Conseguiu: o time somou 45 pontos e ficou em 12º na B. De quebra, o contrato foi estendido até o fim de 2020. Assim, além de ter uma nova chance para tentar levar o rubro-negro de volta à Série A, também pode quebrar a sina dos treinadores.