Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Defesa nega veracidade das mensagens; padre é investigado por vários crimes
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 10:58
- Atualizado há um ano
Áudios gravados pelo padre Robson de Oliveira registram uma conversa dele com dois advogados em que um suposto pagamento de propina de R$ 1,5 milhão a desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) é discutido. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o pagamento seria uma maneira de garantir vitória em um processo que envolve uma fazenda que vale R$ 15 milhões.
O padre perdeu em primeira instância, em 2019, quando foi condenado a pagar R$ 15 milhões ao antigo dono do local. A defesa recorreu e venceu na segunda instância, ainda em 2019. Não há confirmação de que a propina foi paga e ainda cabe recurso à decisão.
A defesa do padre diz que os áudios não são autênticos e o TJ-GO diz desconhecê-los. A informação é do Uol.
Negociação O encontro do padre com os advogados durou 1h30. Na conversa, um deles diz que é precisa de elemnto para "negociação" e "subcontratar apoios" no TJ. Em outro ponto, o padre questiona como seria paga a propina e um dos advogados esclarece que o valor pago seria dividido entre três desembargadores. "500 (mil reais) pra um, e o resto dividido para os outros dois".
O religioso concorda em fazer o pagamento, mas em outro momento diz que está ficando sem dinheiro e que só tem ainda algum em caixa porque parou a construção da nova Brasílica de Trindade. "Estou dando graças a Deus de ter parado a obra", diz.
A gravação foi obtida em perícia feita em computadores, HDs e celular do padre. A perícia confirmou a veracidade, diz o MP.
Uma denúncia de desvios da Associação Filhos do Pai Eterno (AFipe), que era presidida pelo padre, é apurada em Goiás. Ele é investigado por lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica.
Defesa nega A defesa do padre diz que o material original e verdadeiro "não foi exibido", pois é mantido em segredo de Justiça. As acusações são "construções fantasiosas com a tentativa de constranger pessoas, já que não se sustentam juridicamente nem sequer foram judicializadas nem representam qualquer ato ilegal", dizem os advogados.