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Em campanha salarial, rodoviários aprovam greve em Feira de Santana


 

Assembleia nesta quarta confirmou a próxima segunda como data limite antes de possível paralisação. Empresa Rosa diz que não tem condições de reajustar salários

  • Da Redação

Publicado em 18/08/2021 às 17:56:00
Atualizado em 22/05/2023 às 00:54:24
. Crédito: Ed Santos/Acorda Cidade

A assembleia de rodoviários de Feira de Santana, realizada quarta-feira (18), confirmou que a categoria vai paralisar as atividades na próxima semana, caso não receba uma proposta dos donos das empresas de ônibus. O encontro dos trabalhadores foi realizado nas garagens das empresas Rosa e São João. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs), Alberto Nery, a paralisação ocorrerá por tempo indeterminado e definiu a próxima segunda (23), como data limite para o recebimento de uma proposta dos empresários aos trabalhadores.  Assembleia foi realizada na madrugada desta quarta-feira (23) nas garagens das empresas Rosa e São João (Foto: Paulo José/Acorda Cidade) “Nós encaminhamos a pauta desde o mês de março e até o presente momento a classe patronal não ofereceu nada. Mesmo reconhecendo a inflação existente acumulada nestes dois anos, não garantiram os direitos já conquistados até aqui. Em função disso, nós viemos fazer uma assembleia para o trabalhador autorizar a paralisação por tempo indeterminado, se até segunda-feira (23) não for apresentada a proposta que estamos buscando para contemplar e manter o direito de compra da classe dos trabalhadores”, disse ao Acorda Cidade. O dirigente sindical ainda alegou que os rodoviários de Feira de Santana tinham tratamento semelhante aos de Salvador, que já tiveram reajuste salarial. “A proposta é de 10,1%, que é a inflação acumulada de 2020 e 2021. Os salários dos rodoviários de Feira de Santana sempre foram iguais aos de Salvador. Salvador já conseguiu este reajuste, nós vemos aí a empresa Santana que está vendendo suas linhas com todas as dificuldades já atendeu, todo o sistema de fretamento já atendeu, e o transporte urbano de Feira, rondando com a frota reduzida praticamente em 50%, ônibus lotados, a sociedade reclamando, e eles não atendem a reivindicação dos trabalhadores”, afirmou Nery.   De acordo com o sindicato, durante a pandemia cerca de 500 trabalhadores do transporte coletivo urbano de Feira de Santana foram demitidos.   Por meio de nota, a empresa Rosa informou que não tem condições de reajustar salários neste momento e alega que as receitas caíram mais de 70%. A empresa diz que a prefeitura de Feira de Santana precisa revisar a tarifa de remuneração das empresas. Veja a íntegra da nota."A Empresa Rosa vem em nota esclarecer que a deflagração da paralisação se deu em razão de não termos chegado a um consenso referente a Pauta de Reivindicações da Categoria Rodoviária, com o aumento de salário. Não possuímos condições de realizar aumento de salários neste momento de pandemia, onde as receitas caíram mais de 70%. A tarifa de remuneração da Empresa está defasada há vários anos e a Prefeitura não faz a revisão que é necessária. Estamos falando de um serviço público, ou seja, de responsabilidade do Município, que se manteve inerte durante esta pandemia e não manteve o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, não permitindo que nossas receitas bastem para custear o serviço que vem sendo colocado à disposição da população da cidade. O contrato de concessão está totalmente desequilibrado, notícia pública e notória de anos, e não temos receitas para aumentar o custo com o pessoal. Enquanto o Município de Feira de Santana não restabelecer o equilíbrio econômico financeiro do contrato, não teremos condições de acatar o pleito da categoria. Cabe ao Município apurar os custos do serviço e revisar nossas receitas para que possamos de forma justa pagar nossos fornecedores e colaboradores."