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Em cimas das rodinhas: Salvador sedia campeonato de patins


 

Campeonato acontece no bairro de Tancredo Neves

  • Fernanda Santana

Publicado em 10/08/2019 às 14:23:00
Atualizado em 20/04/2023 às 03:18:07
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Rendson saiu do Rio Grande do Norte, Gabriela de Pernambuco e Max, três vezes campeão sul-americano, de São Paulo. Já Guilherme tirou o patins do armário da casa onde vive na Pituba, em Salvador, e partiu para o bairro de Tancredo Neves. Todos se reuniram na quadra do Espaço Ceifar, neste sábado (10), em nome da patinação. O desafio era dançar enquanto patina, em no máximo dois minutos, sem cair ou tocar nos cones colocados no chão. É a segunda vez que a cidade sedia um campeonato de patinadores, que vieram, de cinco estados do Brasil

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O desafio era dançar enquanto patina, em no máximo dois minutos, sem cair ou tocar nos cones. Foram quatro modalidades: Slide, Jump, Classic Slalom Battle. Os 30 competidores revezavam-se para aquecer antes do apito inicial. Todos fazem do patins uma rotina diária e patinam de duas a quatro horas quantas vezes por semana necessário.

Aos 11 anos, o baiano Guilherme Cobas Costas conheceu o patins. Viu na televisão um campeonato francês sem ao menos saber do que se tratava. Descobriu a resposta pouco tempo depois, já que aqueles instantes de frente à televisão bastaram para o levar ao Jardim dos Namorados para patinar. Até hoje, o local é um dos favoritos pelos patinadores locais. "Patins para mim é igual a faculdade. Não tem isso de um ser maior que o outro", disse o estudante de Fisioterapia.

Um dos competidores mais aguardados era Max Santos, 19, vencedor de três campeonatos sul-americanos. O paulista competiu na modalidade Shalom Classic,  que consiste em manobras em torno de uma fileira de cones. Até aqui, foram sete anos de patinação. O esportista dedica quatro horas por dia, três vezes por semana, à patinação. "A primeira vez que eu vi foi no Parque Ibirapuera. Desde então não parei mais", diz ele, que só dança em nome da patinação. "Só aqui a gente não tem vergonha".

A competição valeu 100 pontos no ranking nacional e mundial de patinação. O técnico em radiologia Zulu, um dos dois organizadores do evento, tentava fazer acontecer a competição já há um ano. "Ainda é complicado. Estamos tentando conseguir visibilidade", diz ele, que descobriu a patinação como um estilo de vida há três anos, incentivado por um amigo.

O patins em Salvador  O Jardim dos Namorados e a orla de Patamares, junto aos domingos nas Avenidas Magalhães Neto e Dique do Toróró. O esporte começou a se popularizar em Salvador há pouco mais de três anos, quando a acessibilidade de treino nas ruas e a chegada de novas lojas de patins deram o primeiro impulso. Foi quando Gabriela Morais, 21, desembarcou na capital baiana para investir na nova paixão.

A jovem deixou a família em Caruaru, interior de Pernambuco, para facilitar os treinos. "Lá em Pernambuco tinha mais dificuldade, até porque sou do interior. Hoje já temos os points do patins aqui", conta.

 A Bahia, de acordo com o presidente da BBS, Rodrigo Morgado, tem apresentado um desenvolvimento no esporte. "Principalmente no fresstyle  [modalidade livre]. Em 2016, vivemos um momento bom aqui. Agora espero que estejamos retomando", torce. É o que fizeram crer os competidores. 

O competidor Rendson Soares, 9, por exemplo, escolheu Salvador para manter o título de melhor patinador, em sua faixa etária, no Rio Grande do Norte. "Eu vi um pessoal patinando numa praça e decidi começar. Foi por acasao", lembra ele, de um dia em 2017. O pai, o vigilante Rômulo, é seu fiel escudeiro no amor pelo patins.

A final do campeonato será neste domingo. Confira a programação:  09:00 - Inscrições/Check In - Abertura e aquecimento. 10:00 - Battle Slalom (Fem) 11:00 - Intervalo. 12:00 - Aquecimento. 12:30 - Battle Slalom Masc. 14:00 - Check In e aquecimento Free JUMP. 14:30 - Free JUMP Fem. 15:00 - Free JUMP Masc. 16:30 - Pódio e Premiações. 17:00 - Encerramento.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier