Em mensagens, Adriano da Nóbrega falava em plano de fuga da polícia na Bahia

'Já tô no rancho. Fica trank. Vai dar certo', diz ex-Bope que circulou por várias cidades baianas antes de ser morto em Esplanada

Publicado em 23 de março de 2021 às 13:37

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Divulgação/MP

Adriano Magalhães da Nóbrega já tinha um plano de fuga montado para fugir da operação policial que o matou na cidade de Esplanada, no nordeste da Bahia. A informação foi descoberta pelo Ministério Público (MP) graças a mensagens encontradas em celulares encontrados com o ex-capitão do Bope.

Segundo o jornal Extra, além do plano, o MP encontrou imagens do arsenal de fuzis que Adriano tinha e teve acesso a diálogos que comprovam que, mesmo em fuga, ele seguia dando ordens para seus comparsa, incluindo um policial militar entre eles, ameaçava desafetos, negociava cavalos de raça e monitorava os passos da contravenção no Rio.

"Já tô no rancho. Fica trank. Segue com Deus. Vai dar certo". Essas foram as últimas mensagens enviadas pelo miliciano, cerca de seis horas antes de ser morto, na manhã de 9 de fevereiro do ano passado. Na madrugada anterior, ele havia chegado ao sítio do vereador do PSL Gilsinho da Dedé, que seria seu esconderijo.

A mensagem foi enviada à Julia Emilia Mello Lotufo, viúva de Adriano, atualmente foragida. Nesta segunda-feira, ela foi alvo da Operação Gárgula, contra a organização criminosa responsável pela movimentação financeira e lavagem de dinheiro do espólio criminoso deixado por Adriano.  Foto: Reprodução Poucas horas antes da mensagem, Julia avisou a Adriano que ele deveria fugir: "Não fica mais aí". Foi a senha para ele deixar a casa do seu amigo e fazendeiro Leandro Guimarães, onde estava hospedado, e ir para o rancho isolado onde acabou sendo encontrado.

A mensagem foi enviada logo após Júlia ser parada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-116, na altura de Vitória da Conquista. Ela estava voltando ao Rio de Janeiro após o casal descobrir que estava sendo procurado pela polícia.

Antes, os dois estavam numa casa na Costa do Sauípe, no litoral baiano. Quando a polícia chegou ao local, Adriano conseguiu escapar por um mangue e fugiu para o interior. "Segue a vida. Normal que acontecesse. Agora vou me deslocar. Deu mais algum dado relevante? Nome todo daqui?", perguntou Adriano à mulher, já preparando a fuga. Ela respondeu: "Pelo amor de Deus. Não".