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Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2021 às 00:56
- Atualizado há 2 anos
O site Antagonista publicou na noite desta segunda (13) que teve acesso às mensagens que estão no celular apreendido pela CPI da Covid do policial Luiz Paulo Dominguetti. Segundo a reportagem, nas mensagens, Dominguetti sugere que o presidente Jair Bolsonaro participou das negociações para a compra das vacinas da Astrazeneca contra a Covid que o policial dizia ter para vender através da empresa Davati.Leia mais: Compra de vacinas: mensagens citam suposta atuação de Michelle Bolsonaro No dia 8 de março, Dominguetti trocou mensagens com um contato identificado como “Rafael Compra Deskartpak”. As citações ao presidente acontecem a partir das 10h05 daquele dia, quando Dominguetti reencaminha para o interlocutor quatro mensagens. “Manda o SGS. Urgente. O Bolsonaro está pedindo. Agora”, diz uma das mensagens. “SGS” é um certificado que garante que o produto passou por todas as etapas dos processos exigidos por órgãos reguladores. De acordo com a reportagem, integrantes da CPI suspeitam que o autor dessas mensagens enviadas a Dominguetti e reencaminhads a “Rafael Compra Deskartpak” seja o reverendo Amilton Gomes de Paula, que está na mira da CPI. Ao receber as mensagens reencaminhadas pelo policial, o interlocutor “Rafael Compra Deskartpak” respondeu: “Dominghetti, agora são 5 da manhã no Texas [sede da Davati nos Estados Unidos]. E outra! Jamais será enviado uma SGS sem contrato assinado.” Dominguetti responde: “Vamo alinhar com reverendo.” No mesmo dia, Dominguetti pressiona o interlocutor para que fosse realizada uma reunião com o presidente da Davati nos Estados Unidos, Herman Cárdenas, e diz que o reverendo teria sido chamado pelo presidente. “O reverendo está em uma situação difícil neste momento. Ofereceu a vacina no ministério. Presidente chamou ele lá”, escreveu. Dominguetti então insiste. “O presidente tá apertando o reverendo. Ele.ta ganhando tempo. Tem um pessoal da presidência lá para buscar o reverendo.” O interlocutor nomeado de “Rafael Compra Deskartpak” responde que está cobrando os documentos dos representantes da Davati. E Dominguetti responde em mensagem de áudio: “Entendi, Rafael, só que igual eles falaram. A gente prometeu que ia mandar essa SGS e depois ele assinariam a FCO (fluxo de caixa operacional). E já mandaram e-mail desde manhã. Se a gente já tivesse falado essa tratativa mais cedo, a gente já tinha alinhado com o presidente ou alguma coisa nesse sentido. Na cabeça do reverendo, a carga é dele, a declaração foi dele, os emails foram trocados com ele e ele está diretamente com o presidente da República, né?. A situação dele é uma situação difícil, porque já mandaram ele lá. Estão ligando direto do gabinete da presidência, né? O Herman deve ter a sensibilidade de fazer as coisas fluir com ele. Porque a gente deixar nessa situação aí de ‘ah, só mando se mandar uma coisa assinada’ é complicado. (...) a situação do reverendo tá muito difícil nesse momento.”>