Em nova visita a Salvador, New York Times destaca cultura e cai nas graças do Olodum

Jornal também elogiou Porto da Barra e beiju de carne seca da cidade

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  • Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2019 às 14:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Salvador voltou a ser destaque no The New York Times, desta vez por conta da sua cultura. A cidade já tinha sido indicada pelo jornal estadunidense em janeiro como um dos principais destinos internacionais a serem conhecidos em 2019.  Já em fevereiro, foi a vez da revista Condé Nast Traveller, famosa revista norteamericana de viagem e turismo, destacar a capital baiana.

Com título “Quando estiver no Brasil, é só seguir a música”, a reportagem foi escrita pelo jornalista Sebastian Modak. A visita à cidade faz parte do "52 places traveler", que é uma lista de 52 lugares para visitar em 2019, elaborada pelo NYT. Antes de Salvador, ele visitou Aberdeen, na Escócia, onde se encantou com a arte de rua.

Em terras baianas, Sebastian destacou a energia do Olodum. "É indiscutivelmente o mais famoso dos blocos-afros de Salvador. O som dos tambores atabaque cilíndricos, um som parecido com a chuva com ocasionais barulhos de trovão, ecoou nas paredes brancas da sala. Sobre um chão coberto de folhas, mulheres vestidas com vestidos brancos ondulantes dançavam em círculos enquanto respondiam a cada chamada cantada pelo baterista principal. Ocasionalmente, uma dançarina caía em transe, o corpo tremia, a cabeça rolava para trás, até que outra mulher se aproximava, esfregava as costas e sussurrava palavras que a levariam de volta a esse plano", narra.

Outro momento especial na visita do jornalista foi o contato com o candomblé. O povo de santo prestava homenagem a Oxóssi enquanto o gringo observava atentamente. "É um dos orixás que formam um elo entre este mundo e aquele do divino. Por quatro horas e meia, a música mal parou", narra ele, que visitou um terreiro no bairro da Federação.

Outra coisa que chamou a atenção do americano foi a arquitetura local. "A cidade é a imagem da grandeza colonial desbotada: fachadas coloridas parecem desgastadas pelo tempo e pelo sol, e fios de telefone emaranhados percorrem ruas de paralelepípedos. Mesmo com a ameaça de chuvas ocasionais de inverno, as praias da cidade estão lotadas, onde vendedores vendem pedaços de queijo que assam sobre carvões e polvilham generosamente com orégano. Por um punhado de reais", narra ele, que visitou o Porto da Barra, local que classificou como encantador.

"As praias de Salvador são mundialmente famosas por um motivo, mas você não obtém a imagem completa, a menos que visite mais de uma. Comece com a Praia do Porto da Barra, facilmente acessível, que fica de frente para a Baía de Todos os Santos e é um dos melhores pontos da cidade para aproveitar o pôr do sol e, na curva, a Praia do Farol da Barra. Em ambas você encontrará uma mistura de moradores e turistas. Para algo completamente diferente, vá a Itapuã em um domingo para ver uma praia lotada de famílias extensas aproveitando um dia de folga", indica.

Sebastian também não abriu mão de visitar o Teatro Castro Alves, onde acompanhou a apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia, em um especial de São João. Na bagagem, levou ainda um carinho especial por uma cultura totalmente diferente da sua, como as barraquinhas de crepe e beiju, a moqueca da Casa de Tereza, no Rio Vermelho, o Terreiro do Gantois, a casa de Jorge Amado e o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia.