Em Salvador, manifestantes protestam contra Bolsonaro com críticas à inflação

Atos acontecem em mais de 260 cidades do Brasil e do exterior

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  • Roberto Midlej

Publicado em 2 de outubro de 2021 às 12:49

- Atualizado há 10 meses

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Se as vacinas e o impeachment deram o tom das manifestações passadas contra Bolsonaro, agora elas ganharam outros ingredientes: a inflação e, mais especialmente, o aumento descontrolado da gasolina. Isso foi o que se viu  na manifestação que saiu hoje do Campo Grande, às 10h. Os gritos de "genocida" continuaram fortes.

A estudante Marina Amaral, coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), ressaltou que democracia também é uma pauta fundamental neste sábado. "Este governo vem cometendo uma sequência de atos contra a democracia e contra a vida da população brasileira. As pessoas estão passando fome e na fila dos açougues em busca de osso para se alimentar. Este governo é o maior responsável pelas mortes que ocorreram na pandemia, é um governo contra  a ciência e que incentiva cloroquina, um remédio ineficaz contra a covid", disse.Marina ressaltou que, além de grupos da esquerda, os progressistas se juntaram e são bem vindos. "Se é pelo impeachment, a direita também será bem vinda. Mas não abrimos mão dos direitos dos trabalhadores".  O ator Damian Rios fez uma performance simulando a prisão do presidente (Foto: Roberto Midlej/CORREIO) O Sindicato dos Técnicos e Assistentes Judiciários da Bahia (Sintaj) esteve presente e também pediu o impeachment. Gustavo Vieira, coordenador interssindical do órgão, disse que a manifestação era também contra a PEC 32, emenda constitucional que altera os direitos de funcionários públicos. "O impeachment é o fim, mas também estamos aqui contra as reformas maléficas deste governo, incluindo a da previdência". Para o sindicalista, o governo é o maior responsável pelo alto número de mortos em razão da covid."A pandemia foi mitigada pelos governadores e prefeitos. Se fosse pelo presidente, já teríamos mais de um milhão de mortos", afirmou Vieira[[galeria]]

Durante o percurso, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Ninguém aguenta mais: fora Bolsonaro e seus generais"; "Vacina, comida! Fora, genocida!"; e "O preço da comida não para de subir. Ei, Bolsonaro, eu vou fazer você cair".

Ubirajara Sales, secretário geral do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, também disse que a motivação para o protesto era o grito de "Fora, Bolsonaro". Ubirajara também demonstrou preocupação com questões sanitárias: "O presidente disse que o passaporte de vacinação não será exigido e isso é um absurdo. É um genocida que não pensa na vida das pessoas e tá matando o povo de fome", afirmou o sindicalista.

Ubirajara acrescentou que a fome tem aumentado e, por ser motorista, ele notou que nas estradas aumentou o número de pedintes: "As pessoas estão saindo do interior e da zona rural para serem mendigos na cidade".

Edson Gomes, colega de Ubirajara e também membro do sindicato, disse que a manifestação é contra um governo negacionista, "que não respeita protocolos e está exterminando a raça negra. A liberação de armas é para matar pobres. O presidente acha que está acima da Constituição Federal".   Sonia Margarete Reis contou que vive em situação de rua com as netas (Foto: Roberto Midlej/CORREIO) Os atos contra Jair Bolsonaro acontecem neste sábado em mais de 260 cidades do Brasil e do exterior, segundo os organizadores. Além de Salvador, a lista de cidades inclui locais como Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Recife, Fortaleza, Nova York (EUA), Paris (França) e Lisboa (Portugal).