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Ele não foi convidado, depois, para inauguração de praça com nome da vereadora
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2020 às 09:51
- Atualizado há um ano
O embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, cancelou a participação em um evento em Paris ao descobrir que a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, seria homenageada. A informação é do colunista Jamil Chade, de Uol.
Telegramas internos enviados pelo diplamata ao Itamarat, em Brasília, tratam do assunto. A chancelaria foi obrigada a fornecer 17 documentos depois que a bancada do PSOL solicitou oficialmente. O partido queria averiguar se há orientações para os diplomatas sobre o que dizer em relação á morte de Marielle, que era do PSOL, fora do país.
O Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa aconteceu no ano passado, reunindo 540 proefessores e estudiosos do Brasil que moram no continente europeu. O evento é citado pelo embaixador em telegrama de 6 de agosto.
"Convidado para assistir à cerimônia de encerramento do Congresso, fui informado de que o evento ocorrerá em local cedido pela prefeitura de Paris, com a presença da prefeita Anne Hidalgo (Partido Socialista)", sinalizou o embaixador.
"Na ocasião, após a palestra final da conferência, deverá ser dada a palavra à prefeita para "prestar homenagem à brasileira Marielle Franco", continua. "Na ocasião, a prefeita tornará pública a localização de jardim da capital francesa que receberá oficialmente o nome da vereadora brasileira", diz. "Ante o exposto, tomei a iniciativa de cancelar minha participação no referido evento."
Sem convite para inauguração de praça No dia 26 de setembro, um novo telegrama foi enviado da embaixada na França, falando sobre a inauguração da praça com nome de Marielle, que foi no dia 22 do mesmo mês.
"A embaixada do Brasil não foi contatada ou convidada para a cerimônia de inauguração do Jardim Marielle Franco na capital da França", escreve o embaixador.
Luís Fernando, no começo desse ano, respondeu de maneira agressiva uma carta da senadora francesa Laurence Cohen, do Partido Comunista, com questões sobre a investigação da morte de Marielle.
A própria senadora publicou um trecho da resposta no Twitter. Luís Fernando dizia sentir "profunda consternação" ao ver que "que o assassinato de Celso Daniel e o ataque à vida de Bolsonaro não tiveram o mesmo eco na França que o assassinato de Marielle, que foi até objeto de uma mobilização da Assembleia Nacional".