Embarque com reconhecimento facial é testado no Aeroporto de Salvador

Mais ágil e seguro, embarque poderá ser feito sem documentos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 14:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

O Aeroporto de Salvador recebe na segunda-feira (14) testes do projeto-piloto do Governo Federal de embarque aéreo com uso de reconhecimento facil. Chamada de "Embarque seguro", a tecnologia foi desenvolvida pela Sepro, empresa de inteligência em TI do Governo Federal, em parceria com Ministério da Infraestrutura (Minfra).

A ideia é tornar o processo de embarque mais ágil e seguro. Os testes acontecerão em um portão da área de embarque. 

“A responsabilidade pela validação da identidade do viajante deixa de ser das companhias aéreas e passa a ser feita, com toda segurança, pelo Governo Federal”, explicou em julho deste ano o coordenador da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Carlos Eduardo Gomes. Segundo Gomes, o sistema "Embarque Seguro” também poderá permitir o controle de toda a trajetória do viajante, seu histórico e das pessoas que compartilharam voos com ele. “Isso é uma ferramenta essencial para as políticas públicas de saúde, principalmente em um contexto de pandemia. Sem falar que o embarque passa a ser feito sem qualquer contato físico ”, avaliou. 

No futuro, o sistema poderá integrar dados de órgãos diversos, como Interpol e Polícia Civil, avisar o viajante quanto tempo falta para a saída do vôo e, ainda, identificar o portão correto e traçar a rota mais rápida para chegar.

Selfies Com o Embarque Seguro, a validação da identidade passa a ser feita por duas selfies: uma tirada antes da entrada na área restrita do aeroporto; outra, anterior ao embarque. Essas fotos são comparadas com outras da base do Denatran, e o sistema registra um “percentual de similaridade”, garantindo a identidade do viajante. “O cartão de embarque passa a ser emitido com o QR Code Vio, desenvolvido pelo Serpro. Isso permite que os agentes façam a validação mesmo no caso fortuito de falta de eletricidade ou de internet no aeroporto”, explicou o consultor de negócios de Soluções de Gestão de Transporte Terrestre e Aéreo do Serpro, Fernando Paiva. 

O uso de todas essas informações está alinhado à LGPD: o processo de identificação atente às necessidades de segurança pública e defesa nacional e o compartilhamento de informações só será possível mediante convênio prévio entre os órgãos. 

Quem não tiver smartphone também poderá passar pelo processo. “Se o usuário não tiver ou não quiser usar seu celular, poderá fazer as selfies no próprio aeroporto, que vai estar equipado para isso. Sua avó só vai perceber que o embarque ficou muito mais rápido e, por algum motivo, ela tirou duas fotos e não precisou sequer tirar a identidade do bolso”, disse Paiva.