Embasa reduz 12% do fornecimento para resolver problema de água com cloro

Moradores de Salvador e RMS relataram coceira e ardor

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  • Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2019 às 17:18

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ Arquivo CORREIO

A redução do abastecimento de água em Salvador e outras oito cidades da Região Metropolitana (RMS) e do Recôncavo foi de 12%, segundo informou nesta sexta-feira (17) a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa). A alteração aconteceu depois que consumidores reclamaram de ardência nos olhos e coceira na pele ao entrar em contato com a água das torneiras.  

A empresa não informou quantas casas foram afetadas com a mudança na água, mas disse que os imóveis que têm rede hidráulica interna com reservatórios adequados não estão sendo afetados por essa redução. A Embasa disse ainda que também que não sabe quantos imóveis desse tipo existem nas regiões afetadas.

A redução no fornecimento de água começou na terça (14). A vazão atual do sistema integrado de abastecimento de Salvador e de parte da RMS é de 10 mil litros por segundo - a redução foi de 1,2 mil litros. Juntos, os nove municípios afetados têm 3,4 milhões de habitantes, segundo último sendo do IBGE, de 2010. 

Em nota, a Embasa afirmou que, apesar dos sintomas apresentados por alguns consumidores, até a quarta-feira (15), em alguns pontos de Salvador e de municípios da RMS, a água estava com os parâmetros de potabilidade dentro dos limites determinados pelo Ministério da Saúde.

“A diminuição da vazão, nesse momento, é necessária para que os técnicos analisem a qualidade da água que está chegando dos mananciais e façam os testes necessários de dosagem de produtos químicos para obter maior precisão e melhor resultado no tratamento”, diz a nota.

A ouvidoria da concessionária registrou quatro reclamações por conta da má qualidade da água nos últimos dias, nos bairros de Alphaville I, Mussurunga II, Ipitanga e São Marcos. A redução vai durar até que a qualidade volte à normalidade.

“Trata-se de uma contingência provocada por variáveis climáticas e ambientais nas bacias hidrográficas do Paraguassu, Joanes, Ipitanga e Jacuípe e os protocolos de tratamento previstos para enfrentar esta situação estão sendo adotados: adequação das estações de tratamento, ajuste de dosagens e, se for o caso, introdução de outros produtos químicos”.

Ardência e coceira Os problemas começaram depois do último fim de semana, quando Salvador e RMS foram atingidas por fortes chuvas. Moradores do Subúrbio Ferroviário, São Cristóvão e Itapuã foram os primeiros a relatar os casos, divulgados pelo CORREIO.

A análise de amostras feitas pela Vigilância Ambiental de Salvador, na quinta-feira (16), apontou quantidade de cloro acima do habitual, mas dentro do que é exigido pelo Ministério da Saúde. A suspeita é de que esse aumento da substância tenha provocado os sintomas relatados em pessoas com organismos mais sensíveis.

A orientação para quem tem sensibilidade ao cloro é ferver a água antes de beber ou usar filtro - os modelos com carvão ativado são os mais confiáveis. Banhos quentes devem ser evitados porque a substância vaporiza, o que pode provocar irritação nos olhos. 

Nesta sexta, o Conselho Regional de Química (CRQ) encaminhou um oficio para a Embasa solicitando esclarecimentos sobre quais medidas estão sendo tomadas para resolver o problema. A Vigilância Ambiental de Salvador também fez a mesma solicitação.

Já a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa) afirmou que foi informada pela Embasa, na terça-feira (14), sobre o problema, e que faz o monitoramento dos resultados e cobra da prestadora que siga as recomendações exigidas.

Quem perceber alteração na qualidade da água, do solo ou do ar em Salvador deve entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo 156.

O Procon, orienta os consumidores a entrarem em contato com a Embasa e anotar o número do protocolo e o horário do atendimento. Caso o problema não seja resolvido, eles podem pedir a ajuda do órgão em um dos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), na capital e no interior, ou na sede, na Rua Carlos Gomes, em Salvador. O aplicativo 'Procon BA' e o site consumidor.com.br também são ferramentas de denúncia.

A Agersa informou que, se o problema não for solucionado pela Embasa no prazo estipulado, ou o consumidor não fique satisfeito com a resposta da concessionária, poderá ligar para registrar reclamação na ouvidoria da agência pelo 0800 753 226. É preciso ter o número do protocolo do atendimento na Embasa.

Confira a lista de áreas afetadas:

RMS Simões Filho, Lauro de Freitas, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Candeias e Madre de Deus, Busca vida em Camaçari, Acupe em Saubara.

Salvador Águas Claras, Arraial do Retiro, Bairro da Paz, Arenoso, Barbalho, Nazaré, Saúde, Ribeira, Boa Viagem, Bonfim, Uruguai, São Caetano, Boca da Mata, Cabula, Cabula VI, Saboeiro, Caixa D´Água, Cajazeiras 2 a 11, Calabetão, Calçada, Caminho de Areia, Campinas de Pirajá, Pirajá, Canabrava, áreas altas de São Tomé de Paripe, Plataforma, Praia Grande, Porto Seco, Castelo Branco, Cidade Nova, Coutos, Curuzu, Dom Avelar, Doron, Engomadeira, Fazenda Grande do Retiro, Fazenda Grande 1 a 4, IAPI, Itacaranha, Itapuã, Nova Brasília, Piatã, Patamares, Stella Maris, Pau da Lima, Pernambués, Itinga, Jardim Cajazeiras, Jardim das Margaridas, Jardim Santo Inácio, Jardim Nova Esperança, Lapinha, Liberdade, Lobato, Macaúbas, Mata Escura, Mussurunga, Pero Vaz, Rio Sena, Sete de Abril, Sussuarana Nova e Velha, Tancredo Neves, Trobogy, Vale dos Lagos, Valéria, Vila Canária, ilhas de Bom Jesus dos Passos, dos Frades e de Maré.