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Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 19:39
- Atualizado há 2 anos
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deu início hoje (5) ao mapeamento do solo brasileiro, que pode ser o maior já executado no país. O trabalho será feito ao longo dos próximos 30 anos e a estimativa é de que sejam gastos R$ 740 milhões nos 10 primeiros anos, de acordo com a instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.>
No Dia Mundial do Solo, comemorado hoje (5), representantes de universidades e instituições ligadas à tecnologia e ciência assinaram o protocolo de intenções que oficializa o início dos trabalhos, a serem executados dentro do Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos). Os recursos serão liberados ao tempo da elaboração dos projetos e de acordo com o avanço das ações. O objetivo é mapear 1,3 milhão de quilômetros quadrados nos primeiros dez anos.>
Entre os maiores resultados esperados está a criação de um sistema nacional de informação sobre solos do Brasil e a retomada de um programa nacional de levantamento de solo. Segundo o coordenador do Pronasolos, o pesquisador José Carlos Polidoro, da Embrapa Solos, os dois pontos estão listados no acordão redigido pelo Tribunal de Contas da União, em 2015, que deu origem ao programa.>
Vinte instituições, incluindo nove universidades vão participar do empreendimento, que envolverá atividades de investigação, documentação, inventário e interpretação de dados de solos brasileiros para gestão de recursos e conservação. As informações são fundamentais para inúmeras áreas, que vão de mudanças climáticas a recursos hídricos. O presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, ressaltou que "não se faz um trabalho dessa magnitude sem uma parceria muito consolidada.">
De acordo com a Embrapa, o programa tem grande importância para o ordenamento territorial do país, uma vez que influencia o desenvolvimento econômico do campo, a conservação dos recursos naturais e o gerenciamento dos recursos hídricos. Por estar atrasado em relação ao levantamento de solos do Brasil, a estima-se que o país esteja perdendo U$ 5 bilhões por ano somente pela ação da erosão.>
Nos Estados Unidos, cada dólar investido no levantamento de solo resultou em até 120 dólares de retorno. No Brasil, que o resultado pode ser ainda maior, ou seja, a cada R$ 1,00 investido, a perspectiva de retorno é de R$ 185,00, diz a Embrapa.>
Os setores mais beneficiados são os de seguro e crédito agrícola, zoneamentos agroecológicos e ecológico-econômicos dos estados e municípios, o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), vulnerabilidade da terra a eventos extremos em áreas urbanas e rurais e, ainda, planejamento de microbacias e projetos de telecomunicações.>