Emicida estreia série documental O Enigma da Energia Escura no GNT

Programa reflete sobre assuntos variados sob ponto de vista da negritude; exibição será nesta quarta (18), às 23h30

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  • Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2021 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jef Delgado/divulgação

Tudo o que a gente conhece – da filosofia ao k-pop, das pirâmides do Egito a um prato de comida, de um grão de areia até todo conhecimento já produzido pela humanidade – equivale, aproximadamente, a 4% de tudo que existe no universo. O 96% restante é composto por matéria e energia escura, ou seja: temos mais coisas por conhecer do que tudo que já conhecemos ao longo da história.

Partindo dessa premissa, os irmãos Emicida e Evandro Fióti desenvolveram uma série documental intitulada O Enigma da Energia Escura, que estreia nesta quarta (18), às 23h30, no GNT - e também estará disponível no GloboPlay.“Acho a metáfora do título da série fascinante. A ilusão de conhecimento é, na verdade, a maior inimiga dele. A falsa sensação de que já sabemos tudo nos deixa estagnados, presos; assim ficamos impossibilitados de avançar", comenta Emicida, que também é um dos apresentadores do programa Papo de Segunda.Cada episódio será comandado por Emicida de uma cabine espacial, em uma galáxia distante que faz alusão direta à origem da cultura hip-hop, quando, nas festas de rua do Bronx em Nova York, nos anos 70, os DJs soltavam as músicas e os MCs versavam por cima dos instrumentais.

Esta relação se dá devido à revolução que o rap causou no mercado da música, levando autoestima e salvando jovens ao redor do mundo, entre eles o próprio Emicida. Na série, ele vai atrás das suas histórias e, para além da música, convida especialistas, intelectuais, ativistas, artistas e pensadores para buscar reconstruir a história do nosso povo.

Produzida por Evandro Fióti por meio da Laboratório Fantasma, a série tem direção geral de Day Rodrigues, diretora de “Mulheres Negras - Projetos de Mundo”; Emílio Domingos, diretor do longa-metragem documental “Favela é Moda”; e Mariana Luiza, diretora do curta-metragem “Cascas de baobá”.“Infelizmente, até hoje, em 2021, ainda não percebemos a diversidade de raça e gênero do povo brasileiro na tv, cinema, publicidade e propaganda. ‘O Enigma da Energia Escura’ vem para contribuir com esse debate importante, pois precisamos romper com velhos padrões, estereótipos e fazer surgir um novo mundo, no presente, para que o futuro seja diferente dos dias atuais”, afirma Fióti.A curadoria de temáticas foi feita de forma a ir ao cerne de questões fundamentais a serem compreendidas pela população brasileira. "Embora a gente parta de problemáticas a respeito da racialização dos seres humanos e das suas consequências na vida comum, não é uma série sobre o racismo. Eu diria que é um convite para que possamos compreender as raízes dessas problemáticas de maneira que possamos dar um destino diferente ao lugar em que vivemos", complementa Emicida. 

Inaugurando um novo olhar sobre as temáticas negras na televisão brasileira, a série busca contribuir para construção de uma visão de sociedade mais coletiva, inclusiva, que represente a maioria da população do país e que, sobretudo, ajude a transformar os pactos estruturais e institucionais ainda vigentes na sociedade brasileira.