Empreendedores usam criatividade para superar crise; veja dicas

Número de atendimentos no Sebrae ultrapassou 260 mil no período da pandemia

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  • Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 14:45

- Atualizado há um ano

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O ano de 2020 impôs inúmeros desafios aos donos de micro e pequenas empresas. A pandemia do novo coronavírus impactou esses negócios, que tiveram que se readequar ao momento. Para superar este momento, os empreendedores tiveram que mudar de estratégia para superar a crise. 

O investimento em presença digital foi um dos principais aspectos nesse processo de adaptação. A 6ª edição da pesquisa de impacto da covid-19 sobre os pequenos negócios realizada pelo Sebrae revelou que a busca pela digitalização deixou de ser uma tendência e se tornou realidade para 66% dos pequenos negócios. 

Entre as diferentes plataformas, a versão comercial do Whatsapp é a ferramenta digital mais procurada. A pesquisa apontou que 46% dos empresários já usavam o aplicativo antes da crise e 12% aderiram a esse sistema após a chegada da pandemia.

O Sebrae aponta que, dentre as mudanças definitivas, destaca-se a maior digitalização dos negócios. No entanto, em alguns segmentos a transformação caracteriza-se por um modelo híbrido, com fortalecimento de experiências presenciais e o intenso uso de canais online em vendas e relacionamento com o mercado.

Cenário Na 7ª edição da pesquisa realizada pelo Sebrae, o cenário de retomada das atividades econômicas de forma gradual vem mudando a percepção dos donos de pequenos negócios. Enquanto na 6ª edição, 53% dos empresários informaram que seus municípios estavam em processo de abertura, na 7ª edição, esse número subiu para 75%. 

Apesar dos desafios que ainda são impostos em meio a um processo de reconstrução, os donos de pequenos negócios já apontam alguma recuperação do seu faturamento. Na 6ª edição da pesquisa, 89% dos empresários haviam registrado redução média de 60% de seu faturamento. Já na 7ª edição, 77% informaram uma redução média de 40% do faturamento.

Dia da Micro e Pequena Empresa Neste 5 de outubro, o Dia da Micro e Pequena Empresa faz referência ao estatuto criado em 1999, que abriu caminho para a construção da Lei Geral, instituída em 2006, que estabeleceu normas para o tratamento diferenciado aos pequenos negócios. 

Essa atenção especial aos pequenos se deve, principalmente, à sua representatividade. Na Bahia, são mais de 856 mil MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte, segundo dados do Portal do Simples Nacional. Esses empreendimentos representam 98,2% do total de empresas registradas no estado. 

Os pequenos negócios são responsáveis por mais da metade dos postos de trabalhos formais no estado. Respondem ainda por 27% do PIB nacional. 

Apoio O Sebrae buscou reagir rápido ao cenário imposto pela pandemia de Covid-19. Além da adaptação para o atendimento remoto, buscou levar conteúdos que contribuíssem com os donos de pequenos negócios encontrassem os caminhos para ganharem fôlego frente à crise. 

A procura por conhecimento também foi essencial para muitos empreendedores nesse período, especialmente em áreas mais sensíveis, como finanças e marketing digital. O Sebrae Bahia, que começou a retomar o atendimento presencial com hora marcada em setembro, além das ações realizadas ao longo dos meses, promoveu, em julho, a Semana de Capacitação, totalmente online e gratuita, abordando temas que contribuíram com a preparação do empresário para uma nova realidade.

Os números também revelam uma busca intensa por orientações por parte dos empreendedores baianos. Entre janeiro e setembro, foram 309.889 atendimentos realizados pelo Sebrae Bahia. Só no período de pandemia, entre março e setembro, foram 269.355 atendimentos, sendo 119.487 orientações técnicas. Logo sem seguida vieram cursos EAD, com 91.475 participantes nesse período. Busca por informações gerais somaram 51.914. O Sebrae Bahia ainda registrou 2.943 participantes em oficinas, 1.180 em palestras, 1.741 consultorias e 615 participantes em seminários.

O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, reforça o papel da instituição no apoio ao micro e pequeno negócio. “A representatividade do pequeno negócio por si só justifica que tenhamos um olhar especial para esses empreendimentos, responsáveis pela geração de emprego e renda para centenas de milhares de famílias em toda a Bahia”. 

Khoury avalia que o ano de 2020 impôs a todos inúmeros desafios em um cenário de incertezas. “Os empreendedores, mais uma vez, precisaram responder com sua capacidade de resiliência. Sabemos que ainda temos um caminho a seguir rumo à reconstrução, sob um novo paradigma, que exigiu dos empresários adaptações, a exemplo do investimento maior em presença digital. No Sebrae, nosso compromisso se mantém para apoiar os empresários nesse processo de reconstrução, atento às demandas e ao ritmo de cada um”, conclui o superintendente.