Emprego: plano de carreira e especializações complementares fazem a diferença

Enumere seus pontos fortes e fracos e invista naquilo em que é naturalmente bom

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  • Do Estúdio

Publicado em 23 de fevereiro de 2019 às 08:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

Você já parou para se questionar sobre o que idealiza para sua vida profissional? Para refletir sobre carreira não se pode levar em consideração apenas o crescimento em cargos e salários. É importante se questionar sobre quais áreas e indústrias têm a ver com as suas paixões pessoais, com o que você sempre gostou de conhecer e fazer, desde que era criança.

“E aqui estamos falando de propósito. Cada vez mais é importante ter esse olhar quando pensamos em carreira, e mais do que isso, há um movimento em que o mercado de trabalho também começa a procurar por profissionais que tenham fit cultural. Ou seja, empresa e colaborador compartilhem dos mesmos valores e propósito”, pontua Fernanda Vio, gerente de Carreiras da Adtalem Educacional do Brasil.

Ter um plano de carreira será sempre a grande questão para que possa se especializar e ser mais competitivo no mercado de trabalho. “É essencial investir tempo e reflexão em autoconhecimento. Sugiro que o profissional faça um exercício muito simples: enumere seus pontos fortes e fracos e invista naquilo em que se é naturalmente bom. Esse pode ser um bom começo!”, sugere Fernanda.

E não precisa ficar limitado há apenas uma qualificação. A pessoa quando escolhe uma profissão é muitas vezes jovem e solteira, e sua própria vida vai sofrendo alterações. Com o tempo, naturalmente as pessoas migram e ressignificam sua trajetória. Além de o profissional ir se interessando por novas áreas e possibilidades ao longo da vida, há ainda casos em que as especializações são exigidas pelo próprio mercado.

“A pessoa pode ter uma profissão, mas pode ter inúmeras carreiras ao longo de sua vida. Nessa fase contemporânea que nós estamos, é esperado que essas transformações aconteçam mais vezes, em um número maior de pessoas e em um lapso menor de tempo. Por isso a necessidade de estar permanentemente aprendendo”, destaca Alessandra Calheira, gestora do Setor de Carreiras da Rede FTC.

Conhecimento Percursos formativos têm uma importância muito grande, porque se trata de uma troca de experiências, sobretudo a pós-graduação lato sensu, que chamamos de especializações. “Ali é uma oportunidade de ter aulas, encontros e práticas com profissionais, que embora dedicados à vida acadêmica, estão também ligados à grandes empresas.  Por isso, passam experiências vividas, fazem uma troca com o aluno”, ressalta o reitor da Universidade Católica do Salvador, padre Maurício Ferreira.

O reitor destaca que os alunos na pós-graduação têm mais oportunidade de tocar no real, partilhar experiências já vividas pelos seus tutores. “Tem essa vantagem, essa vitalidade. Eu diria que fazer uma pós-graduação é muito importante para qualquer pessoa que está procurando crescer na vida, tanto para seu emprego, tanto para seu conhecimento científico e acadêmico. Do ponto de vista do conhecimento, eu diria que é imprescindível. Quem tem possibilidade de fazer uma pós-graduação, não deve deixar de fazê-la, porque se trata de um novo exercício para a inteligência”, sugere o reitor. 

Caminhos A pós-graduação lato sensu, neste caso, é um importante caminho para que o profissional tenha um aprendizado complementar. “A pós-graduação é um curso mais curto, que tem uma robustez de conteúdo, que garantem ao profissional atualização de qualidade com uma velocidade maior, tempo menor e preço também mais acessível. A pessoa vai poder se atualizar e contribuir com os rumos novos que as carreiras vão exigir”, destaca Alessandra Calheira.

Mas é importante que o profissional associe as próprias aptidões e formação de base com as tendências de mercado. “Não adianta insistir em áreas que não são mais demandadas ou que já têm muita gente no mercado e que você acaba não se diferenciando por isso. Tem que buscar novos conhecimentos do são tendências”, destaca Tatiana Ferraz, gerente do Centro Universitário Senai Cimatec.

Além de adquirir novos conhecimentos e alimentar o seu networking, ter no currículo cursos e especializações é bom indicativo de que se trata de alguém que investe em sua carreira e está preocupado com o seu desenvolvimento. “Neste cenário, as chances de ser um colaborador também preocupado com sua performance e resultados são maiores, aumentando as chances de conseguir uma boa oportunidade”, ressalta a gerente de Carreiras da Adtalem Educacional do Brasil.

A pós-graduação é um percurso formativo imprescindível também para quem quer seguir uma carreira acadêmica. “Stricto Sensu, que são os mestrados e dourados, está ligada à formação acadêmica e de pesquisador”, esclarece Maria de Lourdes, pró-reitora de ensino de graduação e pós-graduação da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. 

Na Bahiana de Medicina é possível, ainda, fazer os mestrados e dourados profissionais, que estão ligados ao profissional de saúde que está atuando e tem como objeto de estudo uma pergunta ou um questionamento relacionado à prática dele.  O mais novo deles, disponível a partir de julho, será na área de Psicologia.

“Ele é o primeiro programa de mestrado profissional de Psicologia da Bahia. A ideia é qualificar quem está no mercado de trabalho, para que ele possa transformar as práticas e dê a elas um status científico”, explica Mônica Daltro, coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Psicologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.Pós-graduação

Lato Sensu Especialização e MBA Média de 18 meses 

Stricto Sensu Mestrado e Doutorado De 2 a 4 anos

Residência Exige dedicação exclusiva do aluno Média de 2 anos

Novos horizontes O estudo tem o poder de mudar a vida de um profissional. Nadjane Ribeiro, 54 anos, que o diga. Ela não fazia ideia do rumo que sua carreira iria tomar ao iniciar um curso técnico de instrumentação cirúrgica em 1995. Naquela época, entrou no mercado de trabalho como técnica em hospitais e anos depois passou a conciliar a profissão com uma graduação em Turismo, concluída em 2008.

O caminho percorrido, a partir daí, passou a ter rumos muito pouco imagináveis. Ainda estudante de Turismo, recebeu uma proposta para trabalhar em uma multinacional da área de saúde. Foi aí que vislumbrou uma carreira promissora. Mas para chegar ao cargo de especialista clínica, que exerce neste momento, tinha que ter uma graduação em Enfermagem – que fez e concluiu em 2015.

Desde então outras duas especializações entraram na sua formação acadêmica: MBA em Sistemas de Saúde na UniJorge e MBA em Auditoria dos Serviços em Saúde na Rede FTC. Ambas fundamentais para a ascensão na multinacional que trabalhou por 17 anos e na nova empresa, também com projeção internacional, que trabalha há um ano e nove meses. “Nas duas empresas o colaborador é mais reconhecido quanto mais se especializa. Isso nos estimula. Agora mesmo já planejo uma nova de marketing estratégico”, conta Nadjane Ribeiro.

A formação acadêmica de Nadjane passou por duas questões diferentes: mudança de área da graduação e, depois, especialização da área de atuação. Mas Alessandra Calheira, gestora do setor de Carreiras da Rede FTC, alerta que cada caso deve ser considerado individualmente. Não há uma fórmula que irá servir para todos os profissionais.

“A decisão entre fazer uma nova graduação ou uma pós-graduação depende do seu objetivo de carreira. Se a mudança que vai fazer é radical, mudando completamente a área de atuação, daí você precisa de uma nova graduação. Mas se é algo transversal ou complementar, uma pós-graduação é uma boa solução”, indica.

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