Encontro de música e artes visuais na Virada Sustentável

O Projeto MóViSu foi realizado no final de linha do Nordeste de Amaralina

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 9 de novembro de 2019 às 22:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr

Misture num mesmo espaço diversos estilos musicais e projeções de fotografias num painel de LED. Alie a isso expressões artísticas e uma grande vontade de dar visibilidade às manifestações culturais dos moradores do Nordeste de Amaralina. O resultado dessa mistura pôde ser conferido no início da noite deste sábado (9), no espetáculo da música e artes visuais, o MóViSu, realizado no fim de linha do bairro, como parte da programação da Virada Sustentável Salvador 2019. 

O encontro reuniu o Coletivo de DJs do Nordeste de Amaralina, o TrapFunk&Alivio, que resgata a musicalidade africana diaspórica, acrescentando bases eletrônicas, funk, trap e bass culture, criando a chamada cultura “Guetho Tech”.

O MóViSu trouxe ainda ao palco, montado na Rua Reinaldo Matos, nomes como Nikima, Mr.Armeng, Freelion, Betho Wilson, Guew Braga, Caiqevans, Nêssa e Yan Cloud, Pivoman, Vinni Playboy, Nai Kiese, MvNiggv, Mc M, Dusgroovx e Mateus Lima, com projeções de fotos do artista visual Max Fonseca - integrante da exposição coletiva e do Catálogo do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, com Menção Honrosa na categoria “Ancestralidade e Representação”, pela série fotográfica “A Sobrevivência dos Vagalumes”.“A iniciativa MóViSu é uma ação de fomento ao Espetinho do Nordeste de Amaralina e uma forma de sugerir um modelo de intervenção em festa de largo. Em geral, mostrar para as pessoas da comunidade que é possível realizar arte, se organizando minimamente”, afirmou Felipe Pomar “Banha”, produtor musical e designer gráfico do selo Subterrâneo Records, responsável pela junção do Coletivo.Par quem não sabe, o Espetinho ao qual Felipe se refere é um movimento que é realizado desde 2011, no final de linha, que concentra donos de sons automotivos às sextas, sábados e domingos e  costuma movimentar a comunidade.

Para o produtor musical, o mais importante dessa iniciativa é possibilitar que o Nordeste de Amaralina se torne um centro de propagação de ideias e iniciativas culturais no bairro e no seu entorno. "Outras localidades vizinhas já começaram a realizar também seus encontros ou  se juntam a nós, tanto para o Espetinho, as festas de Largo e até mesmo no Carnaval, uma vez que essa área é o Circuito Mestre Bimba", esclarece. Vale salientar que o Espetinho consegue reunir um público de aproximadamente 3 mil pessoas ao longo de cada fim de semana. 

“As periferias e os guetos de Salvador são grandes centros pulsantes, que produzem e pulsam arte e cultura cotidianamente. Portanto, a possibilidade da Virada expandir do Centro para as periferias da cidade é imprescindível para se conectar e conhecer as pessoas que fazem arte no dia a dia da cidade”, destacou a gestora da Virada Sustentável, Alice Barreto.

 A Virada Sustentável segue até esse domingo (10), com uma programação inteiramente gratuita, reunindo palestras, painéis e rodas de conversa; oficinas diversas para adultos e crianças; feira vegana e feiras de arte, artesanato, antiguidades e economia criativa; programação infantil; espaço zen com atividades de saúde e bem-estar; apresentações de teatro, dança e circo; projeções de filmes; exposições de fotografia e artes plásticas.

Foram mais de 570 projetos inscritos via edital e já estão confirmados mais 40 espaços como palco das atividades, a exemplo do Passeio Público, Teatro Vila Velha, Largo do Pelourinho, Praça Tereza Batista, Largo Pedro Arcanjo, Largo Quincas Berro D’Água, Praça da Sé, Tereiro de Jesus, Casa do Benin, Espaço Cultural da Barroquinha, Teatro Gregório de Mattos, Praça Lord Cochrane (Garibaldi), Palacete das Artes, Museu de Arte da Bahia – MAB, Cinema do MAM, Cinema do Museu, Ladeira da Preguiça, Casa Charriot, Lálá Casa de Arte, Zungu Iyagbá (Rio Vermelho), Oliveiras, La Frida Bike (Santo Antônio Além do Carmo), Goethe Institut (Icba) e o Parque da Cidade.  Confira algumas atividades do domingo (10)

 Largo do Pelourinho Grupo Ministério Público Sistema de Som, a partir das 16h; sem seguida, a Orquestra de Reggae de Cachoeira e o projeto eletrônico Freelinon, com participação da trombonista argentina Pali e da cantora nigeriana Owkei Odili. Xarope MC faz o som a partir das 19h30

 Parque da Cidade  Oficina de saúde e bem-estar, às 9h; e shows de Saulo, às 10h, grupo Flor de Imbuia Forró de Rabeca, às 12h, e o trio ABC do Samba, às 16h

 Santo Antônio Além do Carmo  A partir das 9h, aulas gratuitas para mulheres negras, no projeto Preta, Vem de Bike; oficina de bike polo, que adapta o jogo do polo equestre; e oficina de Freestyle

 Goethe Institut - Icba  Às 16h30, tem apresentação de dança de Inn Poesia, com o espetáculo Pra Onde Aponto Ainda Não Tem Nome, e apresentação do grupo Os Tambores de Aruanda, às 17h

 Passeio Público   Às 10h, tem exposição da literatura negra infantil, seguida de oficina de turbante, no projeto Infância Ancestral; oficina de boiada, às 14h40; e de brincadeiras, 15h