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Priscila Natividade
Publicado em 27 de setembro de 2019 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
O jovem como agente da transformação digital e força do empoderamento necessário para dominar estas tecnologias. É isso o que defende o empreendedor social e fundador e presidente da organização social Recode, Rodrigo Baggio. O especialista vai trazer para o debate do Fórum Agenda Bahia 2019, que acontece no dia 3 de outubro, no Senai Cimatec, experiências de como o empoderamento digital transforma vidas e cidades. >
“Quando o jovem percebe todo esse potencial da tecnologia para estudo, cidadania e geração de renda, ele volta a sonhar e entende ser protagonista das mudanças que o mundo precisa. Muitos conquistam o primeiro emprego, retomam estudos, encontram novas carreiras”, diz. >
Na palestra O Futuro é agora, Baggio vai destacar ações que aprofundam o uso da tecnologia para impacto e os desafios desta inclusão digital por meio do trabalho realizado pela Recode, organização social presente em 8 países e 689 centros de empoderamento digital. >
“Queremos formar ‘tech changemakers’, agentes de transformação, que passam a ter voz para se posicionar, para mostrar suas ideias e criar soluções”, explica.>
Em conversa com o CORREIO, o empreendedor social falou também sobre o uso de realidade aumentada e como reverter o quadro de desigualdade digital. Veja a entrevista completa e confira a programação do Fórum do Agenda Bahia, cujas inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo link bit.ly/agendabahia2019. >
O Fórum Agenda Bahia 2019 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia e apoio da Braskem e DD Education.>
Quem é o empoderado digital e que transformações ele é capaz de promover diante de uma sociedade cada vez mais conectada? >
Queremos empoderar pessoas que façam um uso mais qualificado e consciente da tecnologia, que sejam criadoras de conteúdos e soluções e entendam o potencial dessas ferramentas para fazer a diferença no mundo.Elas precisam desenvolver habilidades digitais mais avançadas e também aliar esse conhecimento a competências socioemocionais que o mundo precisa, como comunicação, resolução de problemas, criatividade e colaboração.Como transformar este engajamento digital em mudança efetiva?>
Temos um curso para jovens que ensina a desenvolver um projeto de aplicativo para impacto social, usando tecnologias exponenciais como realidade aumentada ou inteligência artificial. Isso aproxima o jovem do futuro, além de humanizar a era da 4ª Revolução Industrial em que estamos vivendo.>
Qual o poder que a tecnologia e a inovação têm para engajar e provocar transformações que melhorem a vida nas cidades e das pessoas? >
Esse poder é infinito, desde que possamos colocar o bem-estar das pessoas no centro das soluções. Todas essas novas tecnologias, incluindo sensores, drones e os veículos autônomos conectados à internet 5G estão aqui para marcar uma disrupção única na história, capaz de facilitar a vida de todos nós, otimizar recursos, poupar tempo e promover uma inteligência coletiva e mais colaborativa.>
Que experiências você pode citar que comprovam isso?>
A mobilidade urbana é um tema com grande destaque nesse campo. Atlanta, nos EUA, passou a controlar o trânsito com apoio da inteligência artificial. Temos bons exemplos no Brasil.O aplicativo “Tá de Pé”, da Transparência Brasil, permite aos cidadãos o monitoramento de obras de creches e escolas, cobrando o poder público em caso de atraso. O já conhecido Waze lançou por aqui o Waze Carpool, que estimula a carona.Quais os desafios para empoderar e causar impacto? >
Hoje o desafio é gerar mudanças sistêmicas. São milhares pessoas que passaram a atuar como empreendedores no campo social, cívico e de impacto, que entendem cada vez mais a importância de uma atuação em rede, colaborativa e focada em parcerias.Não é mais possível atuar sozinho, precisamos unir esforços e também dialogar com o poder público para inspirar políticas públicas duradoras para a sociedade.Ainda que o acesso à tecnologia tenha melhorado muito, a inclusão digital, sobretudo de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade econômica, ainda é insuficiente. Como empoderá-los digitalmente?>
Infelizmente a desigualdade social também se reflete na desigualdade do acesso à Internet, como comprova recente estudo do Ipea. Sabemos que essa inclusão é etapa básica para o empoderamento digital, mas ainda enfrentamos descasos como mais da metade das escolas de ensino fundamental sem laboratório de informática, segundo o Censo Escolar. Por outro lado, em geral o brasileiro faz um uso limitado dos recursos da internet – sendo, na maioria das vezes, voltado à troca de mensagens instantâneas ou para assistir a vídeos. Pesquisa deste ano do Google e McKinsey mostrou que perderemos US$ 70 bi no Produto Interno Bruto (PIB) se não houver investimento no avanço das habilidades digitais da população.Ou seja – o empoderamento digital é uma necessidade urgente, que passa por ações conjugadas entre governos, sociedade e empresas.Estamos falando de uma época em que as pessoas pautam, suas opiniões e visão de mundo pelas redes sociais. De que forma estimular este engajamento? >
Todos podem ser agentes de transformação, buscando colocar seu talento e habilidades a serviço de soluções para suas comunidades. E a tecnologia está aí para facilitar as conexões entre pessoas e viabilizar novas soluções para antigos problemas. Na formação da Recode para jovens, por exemplo, sempre abordamos o uso consciente e seguro das redes sociais e da Internet.As fake news se aproveitam de uma educação formal precária, que não prepara cidadãos sobre o risco de produzir e disseminar mentiras. Por isso a importância de campanhas frequentes sobre o tema e também de iniciativas para levar informação e empoderar as novas gerações.Trabalhando tanto tempo com crianças e comunidades, quais as principais deficiências digitais? E como utilizar a educação para revertê-las? >
Lidamos todos os dias com jovens que usam o celular de forma fluente, porém nunca ligaram um computador. Fazer esse uso – e ainda de programas básicos de texto, planilha, e-mail, etc -, ainda são necessidades básicas das empresas.>
Só mesmo a educação formal e informal poderão reverter esse quadro, abrindo horizontes e estimulando o potencial criador e protagonista do jovem.>
QUEM É>
Rodrigo Baggio é empreendedor social e fundador presidente da organização social Recode, com presença em 8 países e 700 centros de empoderamento digital. É também cofundador e presidente da Tendrel, associação profissional global para empreendedores sociais com membros em 34 países. Sua atuação já foi reconhecida com mais de 60 prêmios de organizações como UNICEF, UNESCO e Fórum Econômico Mundial.>
SEMINÁRIO [A.R] EVOLUÇÃO - 03 de outubro>
MANHÃ ARENA DO CONHECIMENTO>
08h00 às 9h00 – Credenciamento>
09h00 às 09h30 – Palestra “Tudo muda o tempo todo”, com Peter Kronstrom, head para América Latina do Copenhagen Institute for Future Studies e fundador do Future Lounge>
09h30 às 10h00 – Bate-papo com Peter Kronstrom moderado por Flavia Oliveira, colunista do jornal O Globo e da Globonews>
10h00 às 10h30 – Palestra “O Futuro é agora: como o empoderamento digital transforma vidas e cidades”, com Rodrigo Baggio, presidente da Recode, organização social presente em 8 países e 689 centros de empoderamento digital>
10h30 às 11h00 – Bate-papo com Rodrigo Baggio moderado por Flavia Oliveira, colunista do jornal O Globo e da Globonews>
11h00 às 12h00 – Painel “Distopia ou disrupção: como se preparar para o amanhã?”, com os palestrantes Peter Kronstrom e Rodrigo Baggio e moderação de Flavia Oliveira.>
12h – Intervalo para almoço>
TARDE ARENA DA VIVÊNCIA>
14h30 às 16h00 – Painel “Do robô ao roubo de dados: as novidades na Educação, na Agropecuária, na Construção Civil e na Saúde”, com Silas Cunha, CEO da Abitat, startup Construtech que busca a gestão mais eficiente de empreendimentos através de IoT (Internet das Coisas), Banco de dados e Machine Learning, Ana Carolina Monteiro, sócia da Hackel, consultoria em Marketing Conversacional e soluções em Educação que trabalha com tecnologias de automação e inteligência artificial. como Internet das Coisas e Chatbots, Matheus Ladeia, CEO do E-rural, o maior marketplace de pecuária do Brasil e especialista em agtech, growrth strategi e growth marketing e Vicente Vale, sócio da REP Educa, plataforma digital que utiliza Realidade Aumentada e Inteligência Artificial para ampliar a aprendizagem dos alunos.>
14h30 às 16h00 – Oficina “Como programar um robô com sentimentos”, com Peterson Lobato, fundador da Mini Maker Lab e professor na área de robótica, programação e impressão 3D.>
14h30 às 16h00 – Oficina “Circuito de Experiências em tecnologias para Educação e para Indústria”, com Fernanda Mikulski Guedes, coordenadora de ações de avaliação educacional, inovação e competições da Escola Técnica Senai-BA e Igor Nogueira Oliveira Dantas, coordenador de projetos de inovação educacional na unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais do Senai-BA, Adalício Neto, especialista em Automação no SENAI CIMATEC e responsável pelo portfólio de serviços 4.0.>
14h30 às 16h00 – Os desafios do Bitcoin no Brasil, com Thiago Avancinni, diretor de Educação e Tecnologia da DD Corporation>
16h00 às 17h00 – Desafio “Fórum Agenda Bahia/Olimpíada Brasileira de Robótica”, uma parceria jornal Correio e Sesi. >
SAIBA COMO PARTICIPAR GRATUITAMENTE>
O quê O Agenda Bahia chega aos 10 anos promovendo discussões sobre inovação, competitividade, qualificação e sustentabilidade.>
Onde No Senai Cimatec, na Avenida Orlando Gomes, dia 3 de outubro, entre 9 e 18 horas>
Inscrições Inscreva-se grátis no endereço oferta.correio24horas.com.br/agenda->