Entenda a história do biquíni baiano que virou briga judicial nos EUA

Artesã de Trancoso entrou com processo contra grife badalada mundialmente

  • D
  • Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 16:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Instagram @kiini

Giovanna Ewbank, Lala Rudge, Margot Robbie, Bar Refaeli, Alessandra Ambrósio, Camila Queiroz, Irina Shayk, Cara Delevingne e Heidi Klum. Essas foram algumas das celebridades, nacionais e internacionais, que se renderam a um biquíni de crochê multicolorido - principalmente em 2015, quando a peça virou um must-have. Agora, o modelo voltou a render nas notícias, mas por um motivo bem diferente.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, tecnologia, pets, bem-estar e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: Quando bombou, o item era conhecido como uma criação da turca naturalizada americana Ipek Irgit. Batizado de Kiini, foi lançado pela gringa em 2013, com o valor de 285 dólares (R$ 1.112).  Várias famosas já usaram o biquíni (Foto: Reprodução) Em 2015, Ipek já tinha mais de 9 milhões de dólares (cerca de R$ 35,4 milhões) em vendas, segundo Sally Wu - uma 'amiga' da turca que, durante anos, ajudou a produzir a peça na China.

O Kiini virou tanto hit que foi copiado por várias marcas bombadas internacionalmente - como a Victoria's Secret. Ipek entrou na justiça contra a grife e, em 2017, chegaram a um acordo judicial. Depois, veio mais um processo federal, contra a gigante do varejo Neiman Marcus. 

Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, pets, tecnologia, bem-estar, sexo e o melhor de Salvador e da Bahia, toda semana:

A Victoria's Secret chegou a fazer uma versão do modelo (Foto: Divulgação) Tudo na Bahia Bom, eis que a história ganha um novo - e turbulento - capítulo. Em uma entrevista dada para o jornal The New York Times, Ipek confessou que tinha passado férias no Brasil, antes do lançamento do biquíni - incluindo uma passagem por Trancoso, no Extremo-Sul da Bahia.

Pois, na mesma localidade, mora a paulista Solange Ferrarini, de 61 anos. Em 1994, ela se mudou para lá, e, para sobreviver, começou a vender seus artesanatos. Em 1998, começou a comercializar, nas praias, um modelo de biquíni, feito de crochê e faixas elásticas.

Adivinha como é a peça de Solange? Exatamente: idêntica a de Ipek. O biquíni que Solange vende há mais de 20 anos em Trancoso é igualzinho (Foto: Reprodução/Instagram @solangeferrarini) Quase todos os dias, desde 1998, a paulista vai à praia de Trancoso, oferecer seu modelito. O preço aumenta um pouquinho a cada ano e, atualmente, está por R$ 500. O costume é tanto que ela já ficou até conhecida como 'a mulher dos biquínis' por lá.

Ok, então o que aconteceu? Segundo Sally, teria sido uma cópia descarada de Ipek. Quando a turca a contactou, em 2012, para pediu um favor para produzir a peça, já tinha vindo ao Brasil e comprado um biquíni aqui. E, de acordo com a entrevista de Sally ao The New York Times, Ipek teria a falado: "preciso descobrir como copiá-lo". Giovanna Ewbank chegou a usar uma versão do biquíni na capa da revista Boa Forma (Foto: Divulgação) Ipek então enviou um e-mail à amiga, dia 28 de julho de 2012, com imagens do modelo em anexo e algumas especificações. Anos depois, na época do processo contra a Neiman Marcus, o relacionamento de trabalho entre as duas acabou.

Sally então encontrou um advogado, Jason Forge, que é casado com a dona da marca PilyQ. A grife vende também o tal biquíni de crochê, mas paga honorários a Solange. A mulher mostrou a ele o e-mail enviado por Ipek e, quando Jason ampliou as imagens... Lá estavam escritos o nome de Solange e "Trancoso-BA". Camila Queiroz apareceu com o modelito na novela Verdades Secretas (Foto: Felipe Monteiro/Gshow) O caso, agora, está na justiça dos Estados Unidos. "Ela confiou que a senhora Ferrarini não descobriria nada porque mora em um lugar distante e remoto, mas esse não é o mundo em que vivemos hoje", explicou a advogada Michelle Rutherford em entrevista ao Fantástico.

Segundo Michelle, o caso deve demorar seis meses. "Vamos pedir de US$ 3 a US$ 5 milhões. Esse é o nosso palpite com base nas vendas do Kiini", falou, ainda ao Fantástico. Solange e seus biquínis: "Muito amor", postou, no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram @solangeferrarini)