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Felipe Aguiar
Publicado em 18 de maio de 2021 às 20:54
- Atualizado há 2 anos
Os efeitos da pandemia do coronavírus são infinitos. De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial tem bruxismo. No Brasil, o problema é ainda mais grave. Dados oficiais indicam que este chega a atingir aproximadamente 40% da população brasileira. Como explica a dentista especialista em ortodontia, vice-presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial - Seção Bahia (Abor-BA) e professora, Candice Belchior, o bruxismo é uma condição psicossomática. Ou seja, estresse, ansiedade e depressão são alguns dos principais fatores que podem causar a doença.>
Durante o programa Saúde e Bem-Estar, do CORREIO, comandado pelo jornalista Jorge Gauthier, desta terça-feira (18), Candice conversou sobre os efeitos do desgaste psicológico na saúde oral. A dentista inicia a conversa esclarecendo que o bruxismo é uma doença que pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade. “E tem sido cada vez mais comum em crianças”, acrescenta. A especialista em ortodontia observa que as condições adversas da pandemia tem afetado os jovens de forma tão intensa como os adultos. >
Por ser uma condição psicossomática, Candice é categórica ao assegurar a importância de uma intervenção interdisciplinar. “O tratamento tem que ser global, multidisciplinar”, declara. E ela ainda acrescenta: “Precisamos fazer com que ele [o paciente] se sinta bem acolhido durante o tratamento”. Ao descrever esse processo, ela explica que o envolvimento especializado depende de cada caso. “O trabalho pode envolver um dentista, médico, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros profissionais. Tudo vai depender da severidade da condição”, conclui.>
“Em casos extremos, pode realmente acontecer do paciente perder um dente”, responde a dentista. Candice também conta casos de pacientes que usam aparelho e retornam ao consultório com suas contenções quebradas por conta do bruxismo. Sobre os sinais dessa condição, ela enumerou desgastes e fraturas dentárias, sensibilidade, dor facial e de cabeça e falta de qualidade do sono como os principais sintomas. Mas a especialista em ortodontia alerta: “É preciso procurar um dentista para avaliar o seu caso”.>
Candice dá algumas dicas simples e cotidianas para evitar que a condição chegue a um extremo. “Buscar qualidade de vida”, enfatiza. De acordo com a dentista, este é o segredo para guiar esse autocuidado. Atividades físicas, boa alimentação e profilaxia do sono - que é a preparação para dormir bem. Esses são os três pilares básicos para esse cuidado pessoal. Além, é claro, da atenção à saúde mental para cuidar do estresse, ansiedade e da depressão.>
O Saúde & Bem-Estar é uma realização do Correio com o apoio do Sabin Medicina Diagnóstica.>
*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier>