Entre boas e más notícias

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  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Em trânsito, não poderei ver a partida de hoje entre Vitória e América-MG, de modo que, ao menos até a próxima segunda-feira, não terei como saber se as frases anotadas neste texto fizeram-se valer ou, como diz o outro, só serviram pra agourar. A ver.

Na semana passada, escrevi que “para enfrentar o Flamengo, Carpé fez aquilo que muita gente dizia para ser feito há muito tempo: se é pra se arrombar na zona com estes jogadores fuleiros, bota os meninos da base no jogo – nada, nada se arromba com garra. E comprometimento”.

Veio o jogo contra o Atlético-MG e, como já era esperado, Carpegiani manteve os jovens formados pelo Vitória na equipe titular. Resultado: muito empenho e, especialmente no primeiro tempo, vestígios de futebol.

O rubro-negro voltou a vencer e, até o momento em que este texto desce para a gráfica, está fora da zona de rebaixamento, mas o fato mais notável do domingo passado foi a mudança de comportamento, como se os jovens saídos da divisão de base tivessem contaminado os outrora indolentes “experientes”, aqueles todos vindos sabe-se lá de onde.

Como o segundo tempo deixou claro, Carpegiani ainda vai ter que quebrar muita pedra para dar consistência ao Vitória, ainda que o gol do triunfo tenha surgido justamente quando o Atlético dominava. Mas, de modo geral, o desempenho fez brotar a esperança de um segundo turno sem os vexames que viraram rotina.

O caso é que, de forma um tanto paradoxal, a melhora rubro-negra após a chegada de Carpegiani e a consequente utilização de jogadores da base são também  más notícias, pois só explicita quão ruim é a gestão desportiva na Toca do Leão.

Veja você que, ao assumir a presidência do clube, Ricardo David entregou o departamento de futebol a Erasmo Damiani, sob o retumbante argumento (dentre outros fatores) de que o diretor era o ideal para dar bom aproveitamento à divisão de base, graças à alardeada experiência que trazia. Pois Damiani contratou uma caçamba de jogadores ruins – alguns já devidamente desligados -, manteve outros tão ruins quanto e o espaço para os garotos que é bom, necas.

Demitido Damiani, chegou Jorge Macedo, já com a tarefa emergencial de qualificar o time durante a parada da Copa do Mundo. Observe que usei o verbete “qualificar”, cuja definição não tem nenhuma relação com contratar outra caçamba de jogadores ruins, que foi exatamente o que aconteceu.

Dos que chegaram na leva da Copa, talvez Erick seja o único que já tenha realmente justificado a contratação. Os outros, pelo que mostraram até agora, vieram somente como demonstração de que não deveriam ter vindo, especialmente frente ao desempenho de jovens como Lucas Ribeiro, Leo Gomes e Léo Ceará, além de Luan (machucado), Nickson e Cedric, dentre outros que pedem passagem.

Carpegiani, que sempre premiou desempenho e comprometimento, já deixou claro que vai jogar quem estiver bem – e não os mesmos de sempre, que era o usual de Mancini. Talvez isso sirva para abrir os olhos da diretoria e a conversa de Ricardo David sobre valorizar a divisão de base deixe de ser apenas isso, uma conversa.

Essa sim seria uma boa notícia.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados