'Era uma pessoa que ela conhecia', diz mãe de jovem morta após sumir em São Caetano

Stephanie Souza, 19, foi estrangulada; corpo foi encontrado em Simões Filho

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  • Bruno Wendel

Publicado em 30 de maio de 2018 às 16:19

- Atualizado há um ano

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Laudo vai indicar se jovem sofreu violência sexual antes de ser assassinada (Foto: Reprodução) As mensagens não respondidas no WhatsApp, as ligações não atendidas e, posteriormente, o celular desligado da estudante Stephanie Souza, 19 anos, reforçavam a sensação da caixa Shirley Lucas da Silva Santos, 42, de que algo de ruim havia acontecido com a sua filha. Pela primeira vez, Shirley queria que sua intuição de mãe estivesse falhado, mas uma ligação da polícia a levaria ao encontro da filha, já sem vida, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) nessa terça-feira (29).

Stephanie era estudante do 1º ano do Colégio Estadual Desembargador Pedro Ribeiro, em São Caetano, bairro onde morava, e desapareceu na segunda (28) a poucos metros de casa. O corpo foi encontrado no dia seguinte, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, com sinais de estrangulamento.

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“Que tivessem roubado o celular dela, mas a deixassem ir. Que até a tivessem violentado, mas me devolvessem, que eu saberia cuidar dela. Mas por causa de um celular ou de um desejo, porque ela era muito bonita, fizeram isso com a minha filha. Ela foi estrangulada”, desabafou Shirley, na manhã desta quarta.

Ela acredita que o autor do crime seja alguém conhecido da vítima. “Era uma pessoa que sabia da rotina dela, que ela conhecia, tenho certeza, porque aconteceu no caminho de casa”, analisou.Violência sexual Além dos sinais de estrangulamento, a família afirma que a estudante sofreu violência sexual. No entanto, a Polícia Civil confirmou apenas a causa da morte: estrangulamento. Em relação à suspeita do estupro, a assessoria da Polícia Civil informou que aguarda o laudo pericial. O caso é investigado pela 22ª Delegacia (Simões Filho).

O corpo Stephanie foi enterrado às 15h30 desta quarta (30), no cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas.

Sumiço Stephanie morava com o pai, que é taxista, e a madrasta no final da Rua Antônio da Horta, conhecida como Beco da Chiada. Segundo Shirley, na segunda, a filha saiu de casa por volta das 11h para ir almoçar Rua do Bambuí com a tia, a última pessoa a vê-la com vida.“A tia disse que depois que almoçaram, minha filha lhe disse que ia para casa, que tinha que se arrumar para ir à casa da avó, que mora em Valéria, e que ia viajar”, contou Shirley. A caixa lembra que começou a desconfiar que algo de errado havia acontecido quando Stephanie não respondeu suas mensagens no aplicativo de mensagens, o que era incomum. “A gente se falava o dia inteiro (no WhatsApp), mas na segunda as mensagens chegavam, e ela não respondia”, recorda a mãe da vítima.

Diante da ausência das respostas, Shirley ligou, mas o celular de Stephanie chamou algumas vezes e nada de a filha atender. À noite, ela manteve contato com o pai da jovem, que não havia chegado em casa – o pai, ao chegar, acabou dormindo e só deu por falta da filha no dia seguinte, terça-feira (30), quando encontrou o quarto dela trancado. “Minha filha era um amor de pessoa, mas não se dava com a madrasta e por isso trancava o quarto quando saía”, explica Shirley.Ela então foi ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, onde registrou a queixa do desaparecimento – já havia se passado 24 horas quando ela procurou a polícia. “Lá, eles pegaram fotos dela, falaram com o pai, a madrasta e com o ex-namorado de minha filha”, relatou a mãe. 

Fim de namoro O ex-namorado de Stephanie, que mora perto da jovem, havia terminado o relacionamento com ela há uma semana. Apesar disso, ela não parecia estar abalada com o término, segundo Shirley. “Minha filha estava aparentemente bem. Inclusive no sábado, no dia que fizemos uma ação para o Bahia dá Sorte [Stephanie vendia bilhetes do jogo], ela estava bem”, disse a mãe. 

Ainda na terça, a mãe da estudante recebeu uma ligação do DHPP. “Eles disseram que encontraram um corpo de uma jovem com as características de minha filha. Apesar disso, tinha esperança que ela estivesse viva”, relatou Shirley. 

No entanto, a má notícia veio através de outra ligação. “Uma tia dela foi ao IML e logo depois me ligou quando estava a caminho do Hospital do Subúrbio. Fui lá para ver se ela estava internada. Estava muito nervosa, não queria ouvir aquilo. O corpo da jovem era o de Stephanie”, lamentou a mãe.

Apesar da emoção, ela ainda conseguiu refletir sobre a perda e disse que quer encontrar com o autor do assassinato, para saber por que ele cometeu essa barbaridade.“A gente imagina que isso nunca vai acontece com a gente e quando acontece ficamos sem chão. Quem fez isso acabou não só com a vida dela, acabou com a minha e de toda família. Quero encontrar com ele e perguntar por que fez isso. Minha filha era amada e querida por todos”, concluiu, aos prantos.Até as 16h desta quarta, nenhum suspeito do crime havia sido preso.