Erupção de vulcão capaz de gerar tsunami na Bahia chega ao fim

Erupção explosiva poderia provocar ondas de até 5 metros, que atingiriam Salvador, segundo alerta de especialistas

Publicado em 26 de dezembro de 2021 às 14:03

- Atualizado há 10 meses

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A erupção no vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, chegou ao fim, segundo especialistas e autoridades da Ilha La Palma. O vulcão entrou em erupção em 19 de setembro e alertou oceanógrafos espanhóis e até no Brasil.

Isso porque, de acordo com os especialistas, uma erupção explosiva do Cumbre Vieja poderia provocar um tsunami que atingiria todo o Brasil, afetando principalmente a costa do Nordeste.

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"O que queremos dizer hoje pode ser dito com uma frase: a erupção chegou ao fim", declarou o chefe da segurança regional das Ilhas Canárias, Julio Perez, em entrevista coletiva neste sábado.

O premier espanhol Pedro Sánchez disse no Twitter que esse foi "o melhor presente de Natal".

"Todo meu reconhecimento vai aos palmeiros e palmeiras [como são chamados os habitantes de La Palma]. Seguiremos trabalhando juntos e juntas, todas as instituições, para relançar a maravilhosa ilha de La Palma e reparar os danos ocasionados", escreveu Sánchez.

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Olha a onda Ocorrendo uma erupção explosiva, a onda de choque provocaria a formação de tsunamis que atingiriam todo o Atlântico, dos Estados Unidos ao sul do Brasil. As áreas mais atingidas seriam o Caribe, Golfo do México e Nordeste brasileiro, que experimentaria ondas de até cinco metros de altura. Um vídeo simula como seria a chegada das ondas ao litoral brasileiro. 

Esse vulcão é considerado a chance mais real do Brasil ser atingido por um tsunami, explica o oceanógrafo Carlos Teixeira, professor da Universidade do Ceará (UFC).

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"Após a erupção, as ondas chegariam ao litoral brasileiro em apenas seis horas. Por isso, a preparação para um tsunami precisa ser feita com bastante antecedência para dar tempo de evacuar toda a população. Se não, o banhista vai estar no Porto da Barra e será surpreendido pela onda gigante", explica o professor.

Uma onda de 5 metros, por exemplo, seria capaz de alagar e destruir basicamente toda a Cidade Baixa. O Mercado Modelo ficaria quase submerso e apenas as áreas da Cidade Alta ou de morros, como Brotas, passariam ilesas.

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Carlos explica que o tsunami não funciona como uma onda comum de 5 metros. Antes de chegar à costa, o mar recua. Depois, a onda gigante chega, com força, destruindo tudo pela frente.

"No caso das ondas de praia, elas têm um comprimento de 200 metros, em média, e ocorrem em intervalos de 10 segundos. No caso do tsunami, o intervalo entre as ondas é de quilômetros, com isso a força é muito maior. Por isso, até um tsunami de meio metro já seria o bastante para destruir boa parte do Porto da Barra, por exemplo", detalha o especialista.

"Por isso a necessidade da elaboração de um plano de evacuação para eventos deste tipo. A ocorrência de tsunamis é improvável, mas não impossível no Brasil. Por não termos uma preparação adequada, um evento desta natureza poderia ser catastrófico", alerta Carlos Teixeira.