Escola e Família. Princípios e Valores

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  • Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2020 às 05:06

- Atualizado há um ano

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A necessidade da quarentena mudou estruturalmente a organização e a vida social. Não é à toa que se diz que o mundo que conhecíamos cedeu espaço a um emaranhado de ineditismos e incertezas. As famílias estão adaptando-se tanto aos novos modelos de trabalho, quanto às demandas de acompanhamento do cotidiano escolar dos filhos. A tarefa de orientar e dar o suporte para que as atividades escolares aconteçam requer um esforço imenso de cada família, sobretudo pela distância física de um importante aliado no funcionamento dessa equação: a Escola. 

Na perspectiva das instituições de ensino, é possível dizer que o cenário nos convocou a compreender a necessidade de quebrarmos alguns paradigmas que eram a espinha dorsal do trabalho que realizávamos. A lógica foi desconfigurada e a narrativa precisou ser reescrita. Foi uma verdadeira revolução de saberes, em um curto espaço de tempo; revolução essa que exigiu adaptação, estudo, cooperação, trocas, resiliência e, sobretudo, desejo de continuarmos exercendo o nosso papel e propósito. 

Reafirmamos o compromisso do que sempre foi inegociável: a formação de nossas crianças. A pandemia nos apresentou a inúmeras condições substancialmente adversas, mas não nos retirou um vínculo que consideramos essencial. E é devido a essa relação construída que, mesmo em meio ao caos, a ESCOLA e as FAMÍLIAS continuam exercendo o papel de formadores e educadores. 

Crianças transbordam vida e trazem consigo um infinito de potencialidades. Valorizar os seus saberes, cuidar para que escutemos verdadeiramente as suas vozes e preservar a sua infância são atos de profundo e necessário respeito. Planejar e oferecer uma experiência de aprendizagem para cada uma delas é reconhecer sua potência, cuidar da humanidade e apostar no seu destino. Mais ainda: é compreender o quanto elas também nos ensinam. É por elas e com elas que nos aventuramos e mergulhamos nesse oceano de reinvenções. 

O abraço, as brincadeiras e atividades coletivas, o toque carinhoso, ao menos por hora, deixaram de ser presenciais. Em contrapartida, os sorrisos, a criatividade e os laços permanecem. A realidade se apresenta de forma dura, mas o afeto nos conduz a subvertê-la. É essa premissa que nos faz defender que, diante de tantos elementos que foram subtraídos de nossas crianças, a Escola, que desempenha uma função tão central em sua constituição como sujeitos, não seja mais um exemplo de perda efetiva. 

Os momentos de intensa dor também podem ser janelas de oportunidade para o crescimento. A diferença reside na forma como enxergamos e vivenciamos a crise. É preciso acreditar que essa parceria é forte o suficiente para nos mantermos juntos, mesmo numa época tão turbulenta. Que possamos nos oxigenar com a esperança de um novo tempo: de crescimento, valorização e fortalecimento da Educação.

Rosa Silvany é professora, diretora da escola Girassol e integrante do Grupo de Valorização da Educação - GVE.