Escola Maria Felipa lança a AfroEducativa-Formações Pedagógicas em setembro

Ciclo de formações da escola afro-brasileira se renova e tem três dias de encontros na  7ª formação oferecida pela instituição

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  • Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 20:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A escola de educação infantil Maria Felipa, de Salvador, realiza a sétima edição do ciclo formativo para as relações étnicas-raciais, que agora passa a se chamar AfroEducativa - Formações Pedagógicas Maria Felipa.

Com a participação da Dra. em educação Nilma Lino Gomes - autora do livro O Movimento Negro Educador, entre outros, e do Dr. em semiótica e linguística e babalorixá Sidney Nogueira, além de Bruno Coelho, professor de línguas, e da pedagoga Cristiane Coelho, a formação ocorre nos dias 13, 14 e 15 de setembro, de forma remota, através da plataforma Google Meet, de 19h às 21h respectivamente.

As inscrições, que vão até o dia 13 de setembro, podem ser realizadas pela plataforma Even3, no valor de R$60. De acordo com a direção da escola, a AfroEducativa - Formações Pedagógicas Maria Felipa é uma "ferramenta para construir conjuntamente a superação das discriminações, preconceitos e violências, consequentes do racismo, machismo e lgbtfobia, através da educação".

A formação será iniciada no dia 13 de setembro com o ciclo coordenado pela professora Cris Coelho e pelo professor Bruno Brito, no encontro "História pretinha das coisas: o caderno bilíngue de atividades afrocentradas de ciências".  O material foi desenvolvido pelos professores e pode ser utilizado em casa e em qualquer escola, diante da falta de referências em materiais afrocentrados para trabalhar a educação infantil. 

Para a coordenação da escola, a Afroeducativa desmistifica o entendimento coletivo sobre educação escolar afro-brasileira e afroafetiva. “Geralmente as pessoas cometem erros ao pensar a educação que pautamos e um deles é: acreditar que a nossa abordagem é unilateralizada e focada apenas nas religiões de matriz africanas, como se essa fosse a única possibilidade de pensar a comunidade negra na diáspora. Desejamos mostrar que somos pluriversais, que temos múltiplas frentes de atuação, de trabalho, na sociedade, intelectuais, conhecimentos científicos e filosóficos, aspectos culturais de naturezas diversas, a cultura popular, diversas frentes culturais a serem socializadas coletivamente e na escola”, afirma Bárbara Carine, idealizadora e consultora pedagógica da Maria Felipa. 

No segundo dia (14), a professora e doutora em educação, ex ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no governo de Dilma Roussef e primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade federal (a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, em 2013), Nilma Lino Gomes coordena o encontro "O movimento negro educador: o papel da escola na construção da sociedade que queremos". 

Já a mesa "Superando o racismo religioso na educação escolar: desafios e estratégias", ministrada pelo Professor Dr. e babalorixá Sidney Nogueira, acontece no dia 15 de setembro. O encontro com o coordenador e professor do Ilê Ará de São Paulo - Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras e autor do livro Intolerância Religiosa da coleção Feminismos Plurais, tem o objetivo de pautar o racismo religioso e buscar a sua superação através de mecanismos como a fuga da ótica de demonização das religiões de matriz africanas e as suas entidades, compreendendo o espaço escolar como um ambiente de libertação dos estigmas e sistemas de opressões. 

“Toda a formação e esse material é uma possibilidade de fazer um caminho reverso dentro das suas próprias casas até, para quem não tem condições de ter a Maria Felipa para trabalhar com as suas crianças, para quem sente a necessidade e a importância de criar condições para que tenham referências para além das que negam a africanidade e as outras perspectivas que positive a existência do povo negro.”, trouxe Maju Passos, sócia da escola.