Especialista tira dúvidas dos leitores do CORREIO sobre o coronavírus

Infectologista participou de live no Instagram; confira entrevista

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nicolas Asfouri/AFP

Em uma transmissão ao vivo no Instagram (@correio24horas), feita nesta quarta-feira, 29, o CORREIO tirou dúvidas dos leitores sobre o surto de coronavírus, com o infectologista Robson Reis, coordenador médico das Unidades de Internação, presidente da Comissão de Farmácia e Terapêutica e Gestor do Time Sepse do Hospital Aliança. Confira a entrevista:

O que é o coronavírus? O coronavírus não é um vírus novo. Foram identificados desde 1960, em animais e em seres humanos. O que nós temos agora é uma variante. O correto é dizer, então, que foi descoberta uma nova variante desse vírus, em dezembro de 2019, na China. Ele se manifesta, principalmente, com sintomas respiratórios, muito parecido com sintomas da gripe.

Quais os principais cuidados que devem ser tomados, principalmente na época de festas em Salvador? Os cuidados maiores que devemos ter são referentes a qualquer doença respiratória. Preferir áreas mais arejadas, ficar distante de pessoas visivelmente tossindo, evite levar a mão à boca ou ao nariz, evitar compartilhar alimentos, bebidas e objetos de uso pessoal.

Quem pode ser infectado? Como identificar se existe a possibilidade de ser coronavírus? Os sinais e sintomas são muito parecidos com os da gripe comum. Esses pacientes vão ter febre, tosse, falta de ar. O que vai ser importante é a situação epidemiológica. Para que seja suspeito de contaminação por coronavírus, é preciso ter vindo de países onde o vírus está circulando ou ter contato com pessoas que estiveram lá. São os sinais e sintomas aliados com a situação epidemiológica. 

Por ter sintomas muito parecidos, como diferenciar resfriado, gripe ou infecção? Resfriado, gripe, infecção pelo coronavírus são coisas completamente diferentes. No resfriado a pessoa vai ter a coriza, a congestão nasal, pode ter febre, mas será baixa, pode ter tosse, mas não será frequente. E ela consegue manter suas atividades. É um quadro bem mais brando. No quadro de gripe, o paciente vai ter febre alta, dor intensa, os sintomas são mais intensos e ele raramente consegue manter sua rotina. Esse paciente deve procurar o serviço de saúde para constatar se ele tem uma situação epidemiológica 

Quais são as formas de contágio? Contato físico é arriscado? Contato pele a pele não transmite. Mas o contato através de secreção. Quando você tosse ou espirra joga partícula de vírus no ar e você pode ter contato com isso. A outra maneira é quando a pessoa tosse ou espirra na mão e depois pega em objetos que você pegará depois, e acaba levando depois a mão ao nariz e a boca, esse tipo de contato pode sim causar contaminação.

Existe um tratamento? Como se cuidar? Não há tratamento específico, é uma cura natural. É importante manter nosso sistema imunológico forte. Muitas vezes temos contato com pessoas que estão doentes em casa, na escola, trabalho, porque temos o sistema imune para nos proteger. É importante mantê-lo em dia, dormir, se alimentar bem, se hidratar. 

Já existe vacina para o coronavírus? Não há vacina para coronavírus. Já tem gente divulgando que as pessoas estão pesquisando e que a vacina já chegaria no segundo semestre. É muito improvável. As vacinas são alvo de anos de testes para garantir sua eficácia e segurança, então não deve chegar ainda essa semana.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier