Especialistas orientam sobre aproveitar recolhimento para se reposicionar na vida e no trabalho

Distanciamento social começou a acenar com novas formas de atuar no mundo laborativo

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 27 de abril de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Antes mesmo da pandemia da covid-19 e da quarentena, especialistas  em carreiras já falavam de um cenário disruptivo, com a extinção de função e o surgimento de novas formas de trabalho e atuação profissional. A exigência do distanciamento social acelerou parte dessa ruptura e começou a acenar com novas formas de atuar no mundo laborativo. Ao invés de se deixar abater por receios e exercícios de futuro que podem não resultar em nada, que tal aproveitar a parada forçada para rever a vida profissional, aprimorar habilidades, descobrir novas competências e incrementar saídas para esse cenário de crise?

Como transformar o momento para se reinventar? De acordo com a administradora e diretora da Véli RH, Margot Azevedo, nesse momento, é preciso criar rotinas saudáveis e produtivas e não se comportar como se a quarentena fossem férias. “Crie o seu norte, determine uma rotina criativa, incluindo seu trabalho profissional e outras coisas, geralmente “pendências” que empurramos com a barriga há tempos, alegando falta de tempo”, pontuando que se há  algum canto da casa para arrumar, arrume! “Consertar e remover o que está fora da gente ajuda muito a organizar o que está dentro de nós. Importante também estabelecer horários, cuidar da saúde mental, emocional e física. Tudo isso vai contribuir para que vc possa refletir e ser proativo nesse momento, não apenas em relação à sua vida profissional, mas à sua vida integral”, diz a especialista.

A terapeuta integrativa Ayeska Azevedo, do Espaço A Vida em Flor, destaca que estar em casa o tempo todo, trouxe uma oportunidade de olhar mais atentamente para a forma como as pessoas se relacionam com o mundo. “Podemos avaliar o quanto de energia investimos no trabalho, na família, no autocuidado, no desenvolvimento pessoal e na realização dos nossos sonhos”, diz, dizendo que uma forma prática de fazer isso é listar tudo o que não causa alegria, o que traz satisfação e o que ainda desejamos alcançar.  A terapeuta integrativa Ayeska Azevêdo sugere listar o que satisfaz, o que não satisfaz e o que se pretende alcançar para ajustar o percurso da vida profissional (Foto: Divulgação) “Ao fazer essa avaliação, o indivíduo pode chegar à conclusão de que sua vida é exatamente do jeito que sonhou ou pode perceber que ainda deseja alcançar alguns sonhos que foram deixados pelo caminho, mas que são fundamentais para sua realização pessoal e seu propósito de vida”, diz, afirmando que, embora não seja lá uma tarefa fácil, é necessária.Para quem ainda resiste à qualquer mudança, Margot Azevedo ressalta que o mundo não será igual depois dessa experiência. “A forma de nos relacionarmos, a nossa interação, a forma de alguns trabalhos, tudo tende a mudar então, é positivo exercitar uma reflexão constante sobre as suas atividades e como elas podem ser repensadas, é bacana também participar de conversas, trocar ideias, assistir webinars e cursos para compreender outras visões e experiências”, sugere, ressaltando que as necessidades humanas e profissionais continuarão existindo, a forma de resolvê-las é que será diferente em muitos casos. 

A especialista diz que os caminhos futuros estão pautados na diversidade e na colaboração. “O mundo pede isso e não há possibilidade de inovar sem respeitar e valorizar a diversidade, assim como, não há ambiente de inovação sem colaboração. Precisamos estar abertos para ambos!”, completa.

Com uma postura aproximada, Ayeska ressalta que a inovação de ideias e comportamentos se faz necessária, mas que inovar só faz sentido quando aproxima o ser humano daquilo que o satisfaz. “Antes de sair numa busca desenfreada, procure r ter clareza do seu propósito de vida e planeje detalhadamente como realizar o que deseja. Dê um passo em direção à sua meta todo dia, mesmo que seja um passo pequeno, o importante é se manter em ação”, finaliza.